Quem vem por aí…

Quem vem por aí…

Perspectivas de melhora na economia reacendem o interesse de franquias estrangeiras no Brasil. Algumas já estão com tudo pronto para instalar as primeiras lojas
em 2017

A canadense Booster Juice abriu a sua primeira loja no Brasil em 2012. A unidade em Curitiba (PR) durou apenas um ano, mas o suficiente para que a rede se inspirasse a redesenhar o mapa de expansão para voltar ao País ainda mais forte.

As redes sociais da marca apontam o quanto o brasileiro aprova o produto, de acordo com diretor de desenvolvimento internacional e não-tradicional da rede, Glenn Tucker. O plano, dessa vez, é abrir as primeiras franquias em São Paulo ou Rio de Janeiro.

“Nossas lojas e produtos são cheios de energia, divertidos, naturais e deliciosos – perfeitos para os estilos de vida ativos e saudáveis de hoje”, afirma. A Booster Juice já acumula mais de 350 pontos de venda no Canadá, Estados Unidos, Índia, Holanda, México e, em breve, abrirá as portas no Reino Unido e Dubai.

A rede enxerga o País como uma economia forte e vibrante, com uma acentuada cultura de shopping centers e com um povo altamente empreendedor. “Reconhecemos que os recentes desafios políticos e econômicos causaram muita incerteza, mas todas as indicações são de que o Brasil está agora de volta aos trilhos”, comenta. Viagens ao Brasil, inclusive, são frequentemente cedidas como prêmio aos funcionários, pelo departamento de marketing.

Ela está de volta
Assim como a ­Booster Juice, a Fastsigns já deu as caras por aqui. Isso foi quando ainda era conhecida como uma empresa produtora de banners. Muita coisa mudou de lá para cá, a franquia passou por forte reformulação em 2009, ganhou uma nova CEO, e está com as malas prontas para aportar por aqui novamente.

Agora, a Fastsigns assume a postura de provedora de soluções de comunicação para empresas. Desde a mudança no posicionamento da marca, houve um crescimento acima de 50% na rentabilidade das lojas, proporcionando um lucro médio superior a 15%. De acordo com a CEO, Catherine Monson, a estratégia proativa da marca impulsionou os negócios.
Os últimos anos foram promissores para que franquias internacionais aportassem seus negócios por aqui. Com o dólar mais alto, os custos ficaram menores para os empresários estrangeiros. No entanto, a incerteza sobre a saída da crise fez com que alguns negócios adiassem o desembarque.

A previsão para 2017 é que isso mude. “Estava todo mundo com receio, mas algumas marcas já estão começando e se interessar de novo. Investidores também passaram a se desinibir”, explica o sócio da Global Franchise, Paulo César Mauro.

Apesar de todas as dificuldades para entrar no mercado brasileiro, Mauro considera que as marcas com interesse na América Latina não podem desprezar o potencial do País, por ser um dos maiores mercados do mundo.

Participação pequena
O Brasil apresenta pouca penetração de franquias internacionais: em torno de 6% do total de marcas em atuação. Isso demonstra a grande veia empreendedora do brasileiro, mas também escancara a dificuldade que é trazer um negócio para terras tupiniquins.

De acordo com diretor-geral da Netplan, Daniel Bernard, isso é um dado histórico. “É preciso encontrar grupos organizados e só agora estão se formando por aqui. Hoje temos empresas mais bem estruturadas que podem trazer marcas de fora”, afirma.

O consultor explica, ainda, que o empresário brasileiro tem mais o perfil de adaptar conceitos do exterior para empreender aqui, do que trazer marcas de fora.

Este é o momento
Presente em 24 países, com mais de três mil unidades, a rede de academias de baixo custo Snap Fitness mira prédios comerciais, shopping centers, condomínios residenciais e outros pontos menos comuns.

A marca afirma que o formato compacto da franquia promete dar certo tanto em períodos prósperos, quanto nos não tão bons. “Agora é a hora de ir para o Brasil, os brasileiros gostam muito de nossa proposta. Sempre que conhecem fora do País, têm boas experiências.

Estamos muito animados com o mercado, que é um dos maiores do mundo”, explica o diretor de desenvolvimento e marketing da Lift Brands, detentora da Snap Fitness, Steele Smiley.

A franquia italiana Phonup é especializada no reparo de smartphones e já tem dez lojas em seu país de origem, e mais uma flagship em Londres. Gerardo Taglianetti, proprietário da rede, procura por um ou mais máster-franqueados no Brasil, de olho no mercado mobile pujante do País.

O empreendedor brasileiro poderá abrir tanto uma flagship quanto uma loja em shopping center, mas terá que implementar um centro de treinamento e um armazém para fornecer os suprimentos para os franqueados. “A maioria de nossas lojas estará em shoppings ou supermercados. Vemos o Brasil como um dos mercados celulares mais desenvolvidos do mundo e com um crescimento contínuo nos próximos anos”, afirma.

Mauro, da Global Franchise, acredita que o negócio da Phonup tem potencial no Brasil. “O mercado mundial de smartphones de segunda mão é absurdamente grande e eles acreditam que vai crescer bastante. A marca tem um sistema de manutenção que é bem mais acessível do que o valor cobrado no mercado”, afirma.

Com os índices apontando para uma potencial retomada da economia, este é o momento das marcas internacionais, na visão do diretor internacional da ABF, André Friedheim. “Os custos ainda estão menores, eles conseguem menor valor na negociação de shoppings centers”, explica.

O diretor da ABF comenta que apesar das dificuldades burocráticas, o mercado consumidor brasileiro é muito atraente para os outros países. “São raros que têm a dimensão continental do Brasil, tanto em população, como em cidades com mais de um milhão de habitantes. Já temos modelos de franquia internacionais vencedoras aqui”. No entanto, o desafio ainda é a escala. Aportar em cidades menores e preparar logística para isso, é um desafio até para as marcas nacionais.

A expectativa do executivo é que a participação de marcas de fora no franchising brasileiro deve passar para 10%. “Dá para ter quase 300 marcas. Hoje os franqueadores querem participar com desenvolvedor ou máster, ou ainda entram como sócios, assumem o risco juntos. O próprio franqueador internacional já percebeu que não vale a pena somente vender a franquia”, explica.

 

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