Evento totalmente on-line, o Pós-IFA reuniu time de especialistas da ABF que trataram de temas como Operações e Liderança, Jurídico, IA, Expansão e Internacionalização
A Associação Brasileira de Franchising realizou na manhã dessa quarta, 16 de março, o seu já conhecido e esperado Pós-IFA. No entanto, diferentemente dos anos anteriores, por conta da pandemia do novo coronavírus, o evento aconteceu de forma remota; assim como a IFA. Entre os dias 17 e 25 de fevereiro, a Convenção da Internacional Franchise Association promoveu, virtualmente, cerca de 10 plenárias com grandes palestrantes, além de 190 sessões paralelas, painéis e mesas-redondas que contaram com cerca de 4 mil participantes.
Este grande volume de informações foi analisado por quatro curadores do Pós-IFA ABF, que trouxeram os principais insights e algumas reflexões. À diretora de Capacitação, Fabiana Estrela, coube falar sobre Operações e Liderança; Sidnei Amendoeira Júnior, diretor Jurídico, abordou a tríade Política, Franqueados e Jurídico. Já o diretor de Marketing e Comunicação Rodrigo Abreu tratou de assuntos ligados ao Marketing; enquanto Arno Krug, CEO da Maple Bear, explanou sobre Expansão e Internacionalização.
O presidente André Friedheim abriu o evento externando sua solidariedade aos doentes e às famílias de vítimas da Covid-19. Ao falar da ABF e sua atuação, Friedheim ressaltou que a razão de ser da entidade são seus associados e frisou que o franchising é uma modalidade de trabalho colaborativo.
Segundo o presidente da ABF, no ranking dos países para fazer negócios, o Brasil ocupa a 17ª posição entre 22, à frente de Chile, México, Turquia, Emirados Árabes e África do Sul. No entanto, nem tudo está perdido. “O País se posiciona como uma potência, com um franchising tradicional. Apesar de aprender bastante com experiências externas, também é capaz de ensinar por meio de inúmeros cases de sucesso”, afirmou.
Ainda sobre a pandemia, de acordo com o executivo, “fomos surpreendidos, mas este cenário desafiador também oferece grandes oportunidades”. Neste contexto, o dito “Espere o melhor. Prepare-se para o pior. Aproveite o que vier”, do escritor norte-americano Zig Ziglar (1926-2012), foi deixado para reflexão.
Fabiana Estrela destacou a importância da comunicação em suas múltiplas formas, incluindo os treinamentos oferecidos pelo franqueador. Outro ponto abordado pela diretora foi a importância da criatividade e de estimular o processo criativo junto aos franqueados, e que a inovação tem sido mais necessária que nunca. “O franchising engaja e desafia. É preciso estimular as pessoas para que a energia criativa esteja presente diariamente”, ressaltou.
Ao falar sobre política, franqueados e questões jurídicas norte-americanas, Sidnei Amendoeira tratou, entre outros temas, da “pandemia”. Ele apresentou medidas adotadas e aconselhou que é preciso que todos os processos sejam documentados para evitar ações judiciais. “Tudo o que está sendo passado jamais foi imaginado. O que não era precedente, virou precedente de um momento para o outro; no inglês: the unprecendented is, now, precedented”, explicou o diretor.
Marketing e IA
Pegando este gancho, para que franqueadores e franqueados não se abatam ante o inesperado, Rodrigo Abreu reforçou a importância do marketing. “Em poucos meses, tivemos que abandonar a cultura antiga e isso foi um dos maiores desafios que vivemos. Não temos respostas para tudo”, disse. A saída para isso, segundo ele, é a disrupção acompanhada da digitalização e da automação dos processos, fazendo mais com menos. Além disso, o executivo enfatizou a necessidade de haver uma “over communication” com uma mesma mensagem sendo repassada nos vários canais de comunicação entre franqueado e franqueador. Abreu também frisou a importância do data driven, que é a política de coleta de dados dos clientes. “Precisamos estar nas multiplataformas, de maneira a alcançar todos estes clientes. E é preciso ser ágil. Quem ficou esperando para ver como seria a pandemia, ficou pra trás”, observou.
Ainda no tocante à automação, Arno Krug trouxe como novidade o fato de já haver franqueadoras que realizam a seleção de candidatos por meios automatizados, utilizando ferramentas de inteligência artificial (IA), em um processo 100% virtual. Segundo ele, com isso, tem sido gasto menos tempo para encontrar candidatos a franqueados. “Em breve, passaremos a usar ferramentas como essas no Brasil. Precisamos ter em mente que, embora tenhamos vivido um ano excepcional, as inovações vieram para ficar”, ressaltou Krug.
Uma dica importante oferecida por ele reside na busca pelos franqueadores por uma engenharia reversa do sucesso. “Busque os fatores que tornaram o negócio um sucesso e aplique ainda mais estas práticas”, defendeu. Já no quesito internacionalização, o executivo foi taxativo em relação à necessidade de planejamento e preparação de alguns anos e envolvimento de todos no processo. Ele ainda fez questão de repetir uma frase de um dos painéis: “É preciso lembrar que não se está vendendo uma franquia, mas sim, selecionando os melhores candidatos para que sejam seus parceiros por muitos anos”, concluiu.
Imagem: ABF/Reprodução