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Incubadoras de franquias
Programas de unidades estaduais do SEBRAE contam com apoio da ABF para formatação de novas franquias. Em Minas Gerais, mais de 60 redes já estão em operação
Ter uma boa e original ideia é o primeiro passo para se tornar um empresário de sucesso. Tirá-la do papel e executar com maestria, colhendo bons resultados, são outros passos importantes, mas daí transformar a empresa em franquia, é preciso mais do que boa vontade e investidores interessados.
Buscando amparar os empreendedores que têm negócios com potencial para franquia, mas não têm conhecimento sobre consultoria ou expansão, o SEBRAE criou há alguns anos incubadoras estaduais. A mais recente é a Franquias Paraná, que está na primeira turma.
”Atendíamos pontualmente as empresas que precisavam de consultoria na formatação de franquia. Depois surgiu a ideia da atuação estratégica de apoiar pequenas empresas que precisavam de suporte”, explica o consultor do SEBRAE­-PR e gestor do Programa Franquias Paraná, Osmar Dalquano Junior.
A Fecomercio-PR é parceira do SEBRAE-PR no programa. Para participar, as empresas precisam se inscrever em um edital. “Apesar de a economia estar bastante difícil, a adesão das empresas querendo formatação de franquia foi grande: 102 inscrições para 15 vagas”, explica Dalquano.
Para ser selecionada, a empresa inscrita no edital passa por uma avaliação para que seja emitido o diagnóstico técnico de franqueabilidade. Quem não atingir a nota mínima recebe um relatório com todas as melhorias necessárias para participar no próximo ano.
A segunda fase é uma competição para conseguir o enquadramento ideal dos empresários. “Pontuam as empresas com mais maturidade de gestão, investimento em mais treinamento da equipe. Tudo isso é medida que fizemos para chegar a um bom nível de participar do grupo”.
Capacitação
A primeira parte do treinamento consistiu na aplicação do Programa de Capacitação em Franchising (PCF), da Associação Brasileira de Franchising (ABF). O curso durou duas semanas e preparou os empreendedores para 500 horas de consultoria, fase atual que se estende até o início do próximo ano.
Um dos alunos é Luciano Camargo Rocha, 40 anos, fundador da clínica odontológica Maxiclin, empresa existente em Curitiba há 18 anos. O que levou Rocha ao programa do SEBRAE-PR foi o desejo de replicar o negócio. Ao estudar os modelos possíveis, se interessou pelo método do franchising. “Para entrar em um mercado desses é preciso ter os pés no chão. É preciso dar lucratividade ao franqueador, e também ao franqueado. O curso me deu uma visão ampla do negócio de franquia”, afirma.
Além do curso e da consultoria, Dalquano adianta que a turma deverá acompanhar a agenda da ABF e já está prevista a visita à Convenção da International Franchise Association (IFA), em fevereiro, nos Estados Unidos.
Para ele, a demanda de inscritos deve crescer nos próximos editais, pois a condição econômica do País favorece a expansão por franquias. “Ninguém quer arriscar e entra na franquia, pois tem mais segurança.
Demanda do mercado
Para desenhar o Franquias Paraná, a equipe paranaense baseou-se em programas mais antigos em outras unidades estaduais da entidade, como Minas Gerais e Rio de Janeiro.
O impasse em um shopping­­ center de Uberlândia (MG), que se recusava a renovar contratos de empresas que não fossem franquias, deu o pontapé inicial ao projeto Minas Franquia, conforme explica a analista do SEBRAE-MG, Alessandra Simões.
“Eles se uniram e foram ao SEBRAE-MG. Com isso, começamos a desenvolver uma metodologia em 2010, pilotamos em 2011 e desde então estamos transformando pequenos negócios em franqueadoras. Hoje já temos 60 franquias formadas através do projeto”, afirma. De acordo com Alessandra, o projeto ajudou a fomentar o franchising no estado. “Estamos conseguindo crescer acima da média do Brasil desde 2013”.
Uma das empresas que surgiu por meio do projeto foi a Viva Eventos, sediada em Juiz de Fora (MG). Atualmente, a rede opera com 14 unidades. O que os levou a procurar a ajuda do SEBRAE-MG foi o desejo de abrir uma filial em Belo Horizonte. “Completamos agora o terceiro ano de franquia. Iniciamos em 2012 e percebemos que precisávamos ajustar o produto para cada praça. O foco é a partir do ano que vem chegar ao interior de São Paulo e inaugurar de cinco a oito unidades”, afirma o diretor de expansão da marca, Vitor Pedrosa.
O SEBRAE-RJ iniciou o apoio a empresas com potencial para franquia ainda no início da década passada, em 2001. No entanto, de lá para cá, algumas mudanças transformaram o projeto. “No começo, trabalhávamos com número reduzido de quatro empresas por semestre e um consultor responsável. Com a evolução, em 2006, capacitamos consultores e fragmentamos as áreas de atuação”, explica a analista do SEBRAE-RJ, Jaqueline Garcia.
Desde 2013 o candidato ao projeto pode escolher entre duas modalidades: participa da consultoria coletiva ou aciona o Sebraetec, que consiste em um subsídio de até 80% para contratar um consultor conveniado. Ao contrário do movimento do Paraná e Minas Gerais, a procura tem diminuído no Rio de Janeiro. Em 2013 foram 17 empresas, cinco no ano passado e oito em 2015, até o momento.
Para participar dos projetos de formatação de franquia do SEBRAE é preciso ter registro da marca no Instituto Nacional Propriedade Industrial (INPI), dois anos de funcionamento da empresa e um modelo a ser replicado. Apenas no Paraná é preciso se inscrever no edital.

 

Publicado em 16/10/2015
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