Marcas brasileiras que são exemplos de sucesso na internacionalização foram destaque no painel Franchising Internacional em evento promovido pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), em São Paulo, nessa terça-feira (29). Moderado pela professora Thelma Rocha, o painel contou com as participações de Marcelo Pazos, diretor internacional da iGUi, Adriana Auriemo, fundadora e diretora da Nutty Bavarian, Claudio Tieghi, diretor de inteligência de mercado da ABF e Pedro Melo, professor da Unip e da PUC-SP.
Pazos contou a trajetória da empresa gaúcha fundada há 21 anos na cidade de Gravataí e que se tornou a maior rede de franquias de piscinas em fibra de vidro do mundo. Atualmente com mais de 800 unidades franqueadas, entre lojas e fábricas, a iGUi está presente em todo o Brasil e mais 39 países.
A rede é líder na lista das 18 marcas brasileiras com maior presença internacional, de acordo com o estudo feito pela ESPM em parceria com a ABF, que resultou no livro Mindset Global das Franquias Brasileiras. Publicada bienalmente desde 2010, a obra retrata o processo, os estágios e os desafios da internacionalização das marcas “made in Brazil”.
A iGUi iniciou sua expansão internacional em 2005, para a América Latina, na Argentina, e depois para a Europa, em Portugal. Em 2009, um ano após começar a franquear a marca, a iGUi abre sua primeira fábrica Progeu (de filtros e acessórios) em Vera Cruz, no México. Já em 2013 é inaugurado o primeiro centro de distribuição da franquia em Bordoux, na França. Hoje, a rede está presente em países como Turquia, Jordânia, Índia e Egito.
Segundo Pazos, a empresa deve ter claro por que e para onde internacionalizar, algo que a iGUi possui desde sua origem. “Na diversificação de mercados, você tem a probabilidade de que um deles falhe, mas tem outros para atuar”, observa. Ainda segundo o executivo, a iGUi planeja estar em ao menos dez novos países em 2017.
Uma empresa brasileira que usa uma marca norte-americana e faz um produto alemão: esta é a Nutty Bavarian, apresentada pela fundadora e diretora Adriana Auriemo. Ela conta que a história da marca começou em 1986, quando a família conheceu os “nuts” (como os americanos chamam as castanhas glaceadas) nos Estados Unidos e quis trazer para o Brasil. Aqui, o mix de castanhas ganhou ingredientes típicos brasileiros, como as castanhas de caju e do Pará e a macadâmia, recebeu menos açúcar e conquistou o público.
Após 20 anos de história, a Nutty brasileira aportou no país dos “nuts”, como que voltando às origens da marca. Em março deste ano, a rede abriu seu primeiro quiosque nos Estados Unidos, na Flórida, mantendo o logo, mas adotando um novo nome: The Magic Bavarian Nuts USA. “A falta de burocracia impressiona nos Estados Unidos. A lei trabalhista também é melhor, mas também tem dificuldades. Estamos aprendendo, mas está sendo uma experiência incrível”, afirma Adriana. Atualmente, já são seis unidades, inclusive na Carolina do Norte e já havia cinco novos pontos acertados. No Brasil, a rede conta com 140 quiosques.
A ABF tem atuado fortemente para ampliar a internacionalização das marcas brasileiras. “Temos 134 marcas genuinamente brasileiras que estão se espalhando pelo mundo. O número é pequeno, mas temos muito potencial”, afirma Tieghi.
Dentre outros dados, a pesquisa indica o tempo médio em que as marcas iniciaram seu processo de internacionalização. De acordo com Thelma Rocha, enquanto a média de idade das estrangeiras no exterior é de 24 anos, as marcas brasileiras estão indo para fora em média há apenas 8 anos.