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Inovar para internacionalizar

Inovar para internacionalizar
Hitendra Patel: "Comece com uma boa equipe. É preciso que seus líderes estejam preparados, pois a jornada da inovação não tem receita”

O caminho para internacionalizar uma franquia passa pela inovação. Essa é a visão apresentada pelo Ph.D. Hitendra Patel, líder do pensamento em inovação e palestrante global, no evento: “A inovação no Franchising: do incremento do seu negócio à internacionalização da sua marca, com foco no mercado norte-americano”. Iniciativa da ABF em conjunto com o Consulado Americano, por meio do seu departamento de Serviço Comercial, o evento realizado nesta quarta-feira (20) na sede da entidade em São Paulo atraiu mais de 70 pessoas, entre franqueadores e executivos do franchising.

Inovação
Altino Cristofoletti Junior dá boas-vindas aos participantes

Altino Cristofoletti Junior, presidente da ABF, abriu o encontro, dando as boas-vindas a todos. Destacando o trabalho da entidade, Cristofoletti afirmou que um importante papel da Associação é apresentar marcas brasileiras ao mundo com seus produtos, serviços e promessa de valor.

A inovação é um fator vital para as organizações. Segundo Patel, que é também professor de inovação e diretor do IXL Center, empresas podem desaparecer em 8 ou 10 anos, independentemente de serem fantásticas ou não. “Demorou oito anos para a Amazon destruir outras grandes livrarias”, exemplificou.

O especialista delineou quatro grandes tendências que impactarão decisivamente pessoas e empresas em todo o mundo: “Greenovate”, pensar verde; “Connectivate”, conectividade ligada à internet das coisas (IoT) e big data, por exemplo; “Healthovate”, inovações para vivermos mais e melhor, e “Robovate”, realidade em que os robôs ocupam cada vez mais espaço no mundo. De acordo com Patel, “todo negócio, todo ser humano sofrerá esse impacto”.

Essas grandes tendências inovadoras, segundo Patel, determinarão o fim do petróleo e dos combustíveis fósseis, substituídos por fontes de energia limpa e renovável, por exemplo. Nessa área nos Estados Unidos, observou ele, operam microfranquias de energia portátil e painéis solares.

Seria o fim do pensamento? Sim, diz Patel, quando, por exemplo, a Amazon envia um pacote a você sem que tenha pedido. Você abre, mesmo não tendo solicitado, e descobre que dentro dele tem algo que você queria. Isto porque, segundo Patel, a Amazon sabe o que você quer mais do que você mesmo.

Ao observar as franquias, Patel afirmou que elas fizeram os Estados Unidos enriquecer porque muitos queriam ser empreendedores e correr menos risco, o que as favoreceu.

Millennials, centennials e baby boomers

Para o conferencista, o olhar inovador das empresas e especialmente das franquias deve necessariamente enfocar três gerações: os millennials (nascidos de 1984 a 2000) que somam atualmente 2 bilhões de pessoas ao redor do mundo e 93 milhões só nos Estados Unidos; os centennials (a partir de 2001) e os baby boomers (pessoas acima de 65 anos). “Os millennials valorizam experiências e têm renda descartável”, disse. Quanto aos centennials, Patel enfatizou: “Foquem nessa geração, pois é ela quem mudará o mundo” e orientou as franquias a pensarem também no público maduro, que tem força de consumo, envolve 620 milhões de pessoas no mundo e deve atingir 1 bilhão até 2030.

Baseado em um modelo de pontos criado por ele para se ter uma grande ideia, Patel explicou que tendências, segmentos, pessoas na empresa, fornecedores, concorrentes, entre outros elementos, são pontos. “Se você não procurar pontos, você não terá uma grande ideia”, disse.

Para o especialista, é preciso repetir o processo de conexão, desconexão e reconexão de pontos para ser criativo e inovador. “As pessoas que já falaram ‘eureka’ na vida já fizeram esse movimento de conexão e reconexão de pontos diversas vezes”. Ainda segundo ele, empresas que não são boas em inovação acabam punindo pessoas que repetem a conexão e reconexão de pontos diversas vezes.

A inovação é vista por Patel como uma jornada feita de vários pontos e na qual as pessoas são essenciais. Segundo ele, os líderes nas empresas devem pensar nas pessoas que participarão desse time de inovação, que sejam otimistas, flexíveis, que sorriam ao passar por alguma dificuldade. “Comece com uma boa equipe. É preciso que seus líderes estejam preparados, pois a jornada da inovação não tem receita”, concluiu.

Franquias nos Estados Unidos

O evento contou também com a participação de Manuel Mendes, executivo da Boston Innovation Gateway, companhia provinda de uma divisão da IXL Center, consultoria global eleita pela Forbes dentre as 20 melhores empresas americanas para inovação, crescimento e modelagem de negócios. Segundo ele, a recomendação a uma empresa que está ingressando na América é que comece com uma só unidade no primeiro ano e cresça gradativamente nos anos seguintes.

Mendes detalhou 7 pontos fundamentais que precisam ser observados para implantar uma franquia nos Estados Unidos: Formatação legal da franquia, Manualização, Localização, Processo de ordenação e delivery, Marketing digital e Experiência (valorizar a experiência do consumidor).

Após o evento, os associados presentes tiveram reuniões individuais com a equipe de Hitendra Patel, coordenadas pelos profissionais do Departamento Comercial do Consulado Americano. As reuniões trataram sobre investimentos, arranjos tributários para pessoas físicas e jurídicas nos EUA, benefícios para internacionalização, processo de abertura da franquia nos EUA, inovação com foco no mercado interno, capitalização e interesse em abrir uma franquia norte-americana no Brasil e visto para residir nos EUA.

Fotos: ABF/Divulgação