Está com fome? Vai no Google

Está com fome? Vai no Google

Ferramenta on-line Google Food Ordering permite que pedidos de alimentação sejam feitos diretamente pelo buscador ou pelo sistema de mapas, e o franchising já está de olho

Em tempos de distanciamento social, por conta da crise da Covid-19, as franquias do segmento de alimentação tiveram que adotar uma série de estratégias para continuar atendendo o público de forma segura e conveniente. O delivery, por exemplo, se tornou essencial e conquistou até os restaurantes mais tradicionais – segundo um estudo encomendado pela VR Benefícios ao Instituto Locomotiva, oito em cada dez estabelecimentos comerciais do Brasil (81%) adotaram a prática durante a pandemia.

Outros canais de venda também foram implementados para que as empresas alcançassem o consumidor. Um deles, apesar de ainda atuar de forma tímida no Brasil, é o Google Food Ordering. “Para pedir um prato, basta procurar por um local ou tipo de cozinha na busca do Google ou no Google Maps, e clicar no botão ‘fazer pedido’. Com apenas alguns toques, é possível escolher o que deseja, visualizar os horários de entrega ou retirada e fazer o pagamento”, explica o diretor de Desenvolvimento de Negócios do Google para a América Latina, Alessandro Germano.}

O especialista comenta que, com o login e o pagamento da própria gigante da tecnologia, o usuário não precisa informar os detalhes de sua conta e informações de cartão de crédito no serviço escolhido. E, assim que a pedido é concluído, ele recebe um e-mail com o resumo da compra, os dados de rastreamento e as informações de contato do restaurante.
“O Google não cobra taxas. Nossa intenção é ajudar os proprietários de restaurantes e cafés criando canais de distribuição para seus produtos. Estamos muito felizes em poder ajudar o ecossistema local, principalmente nesta fase tão importante e desafiadora”, diz Germano, acrescentando, que, atualmente, o recurso on-line funciona com os provedores Rappi, Delivery Center e Onyo, além de ser utilizado por algumas redes.

O Spoleto é uma delas. “Enxergamos no Google a oportunidade de descentralizar o grande volume de pedidos, que está nas mãos de um ou dois aplicativos de comida. Isso significa trazer um pouco mais de equilíbrio para o mercado e um benefício para o consumidor final”, conta o CEO do Grupo Trigo, Antonio Moreira Leite. “No final do ano passado, realizamos o lançamento envolvendo 70 restaurantes. Agora, estamos em processo de rollout para liberar a ferramenta para todos as unidades nos próximos meses”, completa.

Mais praticidade
O Google Food Ordering oferece uma vantagem importante ao público: praticidade. Para Moreira Leite, a experiência de fazer uma compra pelo próprio buscador, sem a necessidade de baixar um aplicativo, faz toda a diferença. E o executivo ressalta que, em breve, será possível realizar os pedidos de maneira ainda mais simples: por voz, usando o assistente virtual do Google.
Mais um ponto que conta a favor da ferramenta é o fato de ser virtual. “Hoje, um aplicativo concorre por espaço no celular com fotos, vídeos e até mesmo outros apps”, comenta o gestor de Projetos e Marketing da consultoria Galunion, Júlio Camargo. “As opções remotas e geolocalizadas dão liberdade ao usuário, aumentam a base de potenciais clientes (já que é possível acessá-las a partir de qualquer smartphone com internet) e não dependem de atualizações. Tudo está on-line”, completa.

Na visão do CEO da Holding de Franquias BHF – Branding, Hub & Franchising e membro da Comissão de Food Service da ABF, Leonardo Lamartine, existe um novo mercado gigante a ser explorado no digital, trazendo um risco maior de sobrevivência para os restaurantes que ficarem apenas no mundo físico presencial.

“Todo recurso inovador que traz conforto e praticidade, eficiência e geolocalização para atendimento no lar do consumidor final faz tracionar incremento de vendas nas franquias, em especial o Google, que lidera como plataforma de pesquisa, assim já sugerindo a venda ao cliente diretamente dele para o restaurante”, aponta.

Ampliação de canais
Para Camargo, da Galunion, adotar novos canais de venda, como o sistema do Google, é uma estratégia eficaz para impactar mais o cliente e aumentar a presença da marca no mercado. O especialista destaca que essa diversificação também é importante para reduzir a dependência de opções que consomem boa parte da margem de lucro do franqueado.
No caso do Spoleto, nos últimos meses, além de investir no Google Food Ordering, a rede ampliou suas parcerias com agregadores (como James, Rappi e 99 Food), acelerou o lançamento de seu e-commerce, que deu início a um novo programa de fidelidade da marca, e passou a receber pedidos por telefone e por chat no WhatsApp. Atualmente, a empresa pilota uma plataforma própria de pedidos no app.

“A experiência acontece dentro do aplicativo, sem interação humana. Tudo por meio de inteligência artificial. O cliente realiza o pedido, paga e pode fazer sua avaliação no final da experiência. Em breve, realizaremos o lançamento para todos os restaurantes”, adianta Moreira Leite.

Apesar de não divulgar números relacionados à operação com o sistema Google Food Ordering, a rede garante que o projeto está indo muito bem: “Em geral está sendo ótima, mas o lançamento e o investimento mais agressivos em marketing serão feitos nos próximos meses, quando teremos mais restaurantes disponíveis na plataforma para os nossos clientes”, completa o CEO do Grupo Trigo.