Em busca de eficiência

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A previsão de períodos turbulentos pode estar com os dias contados. Apesar do Produto Interno Bruto (PIB) abaixo das expectativas do mercado e da alta da inflação, o Brasil ainda é um país atrativo para o mercado externo e ruma para águas mais calmas, na visão do economista-chefe do banco Bradesco, Octavio de Barros.

Um dos fatores que gerou incerteza aos investidores e à população em geral foi a inflação de 6,59% acumulada em 12 meses até março, acima da meta de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2013. Para Barros, no entanto, desde abril a descompressão nos preços dos alimentos e a desaceleração da inflação de serviços, influenciada principalmente pela acomodação dos salários no setor, devem contribuir para que a inflação cheia convirja gradualmente.

Para que isso seja possível, o economista acredita que o País passará por um processo de ganho de eficiência nos próximos anos, o que aumentará a competitividade atrelada à diminuição de custos. “Isso será alcançado com investimentos em infraestrutura, capacitação e formação da mão de obra, simplificação e redução da carga tributária, modernização do marco regulatório etc”.
Segundo ele, o sistema financeiro brasileiro terá de se adequar a uma nova realidade de crescimento mais moderado do crédito nos próximos anos e, assim como nos demais setores da economia, será preciso investir cada vez mais em ganhos de produtividade. Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista exclusiva que Octavio de Barros concedeu à Revista Franquia & Negócios.

A seguir, os principais trechos da entrevista

É um bom momento para empreender no Brasil?
Em termos macro, o momento é favorável, pois os incentivos para empreender nunca foram tão grandes. Os juros estão em patamares historicamente baixos – mesmo com a perspectiva de aumento moderado – e o governo desonerou a folha de salários de uma série de setores. Além disso, desafios relacionados ao aumento de custos das empresas, como mão de obra, levam à necessidade de encontrarem soluções alternativas para ganhar produtividade e simplificar processos. Isso abre uma série de oportunidades ao empreendedor.

Como anda o panorama de crédito direcionado às micro e pequenas empresas?
O crédito à pessoa jurídica, especialmente às pequenas e microempresas, continuará com desempenho bastante favorável ao longo dos próximos meses. Mesmo com o ligeiro aumento na taxa básica de juros, as condições creditícias continuarão adequadas, os prazos seguirão dilatados e as taxas ficarão ao redor do menor patamar histórico. Vale mencionar que, com a recuperação da atividade em curso, temos notado comportamento mais benigno do risco de crédito, sugerindo redução na taxa de inadimplência.

Recentemente, no entanto, a agência de classificação de risco de crédito Moody’s afirmou que a inflação é risco principalmente para o sistema bancário brasileiro. Diante disso, a inadimplência do consumidor deve crescer?
A inflação só vira inadimplência quando supera os ganhos nominais de salário das famílias, reduzindo­ sua renda real. Como o mercado de trabalho ainda está apertado no Brasil, apesar da desaceleração da atividade econômica, os trabalhadores continuam obtendo ganhos de renda acima da inflação. O comportamento da inadimplência pessoa física entre 2011 e 2012, quando saltou de 6,3% para 8,2%, deveu-se em grande medida ao boom de crédito para o financiamento de automóveis nos anos anteriores. Com o aperto dos filtros e regras mais restritivas de concessão de crédito a partir do final de 2010, no entanto, o fluxo de novos empréstimos passou a ter uma taxa de inadimplência implícita bastante menor. A inadimplência do estoque de crédito, assim, vem recuando gradualmente – movimento que tende a se intensificar, acompanhando a retomada da economia doméstica.

No cenário global, o Brasil ainda é atrativo para investimentos? Como as maiores economias do mundo enxergam o País atualmente?
Sem dúvida. Apesar da desaceleração recente da economia brasileira e dos desafios ligados à escassez de mão de obra e investimentos em infraestrutura, o País mantém sólidos fundamentos macroeconômicos e estabilidade política e institucional bastante superior aos seus pares.

No ano passado, o Brasil atingiu a menor taxa Selic da história, de 7,5% ao ano, mas na última reunião o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa de juros em 0,25 ponto percentual e deu a entender que faria novos aumentos graduais. Como você vê a evolução dessa taxa?
O Copom tem deixado claro em sua comunicação que o processo de aperto de juros iniciado no último mês deve ser conduzido com cautela, dadas as incertezas que ainda persistem no cenário internacional e doméstico. Aliado a isso, sendo o objetivo do Banco Central ancorar as expectativas de inflação e não promover um substancial aperto nas condições monetárias, acredito que haverá, no máximo, mais três ajustes de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, levando-a a 8,25% ao ano. Movimentos de curto prazo como esse, porém, não alteram de forma significativa o novo patamar de taxas de juros que o País conquistou nos últimos anos, com políticas econômicas e monetárias responsáveis, que levaram à redução permanente dos juros no Brasil.

Como o Bradesco tem feito para suprir a receita com o cenário de juros menores?
A redução das taxas não pode significar relaxamento dos filtros de crédito, como forma de compensar a redução do preço com aumento na quantidade. Dessa forma, o Bradesco tem investido agressivamente em ganhos de eficiência e redução dos custos. O sistema financeiro brasileiro terá de se adequar a uma nova realidade de crescimento mais moderado do crédito nos próximos anos. Assim como nos demais setores da economia, será preciso investir cada vez mais em ganhos de produtividade.

O PIB deu bons indícios no primeiro trimestre. Qual é a sua expectativa para 2013?
Revisamos recentemente a nossa expectativa de crescimento do PIB este ano para 2,8%. Acredito que a retomada dos investimentos ao longo do ano não será suficiente para compensar a acomodação do consumo das famílias, que vem sendo impactado por ganhos reais de renda menos intensos e por uma mudança necessária em direção ao aumento dos investimentos em detrimento do consumo.

O Brasil sofreu com reflexos das crises na Europa?
Sofremos mais do que prevíamos com a crise europeia no último ano. Em especial, não levamos em conta os possíveis impactos das incertezas políticas e econômicas na região sobre a confiança dos empresários brasileiros. Dessa forma, além da natural influência negativa sobre a corrente de comércio, a crise na Europa deve ter tido um impacto não desprezível sobre os investimentos produtivos.

O que esperar para a taxa de câmbio e para a competitividade das exportações brasileiras?
Projetamos que o dólar termine o ano em R$ 2,05, com certo viés de alta. A ligeira desvalorização em relação ao nível atual se deve à perspectiva de condições monetárias mais apertadas nos Estados Unidos no final do ano e redução do superávit comercial em relação ao ano passado. Acredito que a dificuldade do exportador brasileiro em vender seus produtos para a Argentina deva persistir, ao mesmo tempo em que projetamos diminuição das exportações de petróleo em 2013.

Franchising na Mira do Bradesco

João Carlos Gomes da Silva - BradescoCom mais de R$ 100 bilhões em faturamento e um crescimento   anual bem acima do PIB – de 16,2% em 2012, segundo a   Associação Brasileira de Franchising (ABF) –, o setor de franquias  recebe cuidado especial nas operações do Bradesco. O diretor de  comercialização de produtos e serviços,

ão Carlos Gomes da Silva, conta como o banco faz para atender os franqueadores conveniados.

“Nós temos uma área que cuida especificamente dessa relação entre franqueadores e franqueados. Lá são feitos os convênios e toda a interação com a rede do franqueador e com as agências que fazem o atendimento final aos franqueados”, explica.

Segundo o executivo, o banco dispõe de uma gama de produtos direcionados especialmente ao franchising. Sistemas de pagamento, recebimento, gestão de caixa, soluções de Recursos Humanos, de seguros, previdência, fluxo de caixas, capital de giro franquias e operações de antecipação de recebíveis estão entre os produtos e serviços mencionados por João Carlos.

“Entre as linhas de crédito mais demandadas estão os repasses de BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], construção e reforma de lojas e Finames para compras de equipamentos”, revela. O executivo cita, ainda, o produto crédito pessoal franquias, que oferece ao empreendedor a possibilidade de investimento antes da abertura da franquia, podendo ser contratado como pessoa física.

Como novidade para 2013, João Carlos conta que o banco disponibilizou um serviço com o intuito de auxiliar a gestão de pagamentos dos franqueados. “Lançamos o débito automático de royalties, que possibilita o pagamento direcionado ao franqueador”.

Publicado em 11/06/2013

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