Consumo no pódio

Consumo no pódio

Clique aqui e acesse todo o conteúdo desta edição.

Comitê organizador da Rio 2016 inicia contagem regressiva para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos que acontecem em agosto, no Rio de Janeiro. Produtos licenciados podem ser comercializados por pequenos e médios varejistas

Pela primeira vez, o Brasil será palco do maior evento esportivo do mundo: Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. A cidade-sede, Rio de Janeiro, está se preparando desde o anúncio, em 2009, para prover a melhor experiência para seus visitantes domésticos e internacionais.

Há dois anos, o País sediou a Copa do Mundo da FIFA, outro grande evento de repercussão mundial. Envolvendo 12 cidades-sede e seus entornos, os jogos pararam o Brasil e atraíram turistas, principalmente da América do Sul. O resultado para o varejo e comércio, em contrapartida, ficou bem aquém do esperado. No entanto, de acordo com a diretora de licenciamento e varejo do Comitê Rio 2016, Sylmara Multini, esse movimento deve ser mais favorável nos Jogos Olímpicos, que iniciam em agosto.

“Quando lançamos os mascotes, no ano passado, em um evento para mil pessoas, em cinco dias vendemos 1,3 mil pelúcias. O nosso desafio agora é vender essa história para o varejo. Estão todos céticos, o resultado não está bem, mas nossas lojas estão performando acima da expectativa”, explica. O Comitê Rio 2016 tem dez lojas em funcionamento.

O departamento de Sylmara foi criado em 2011 para que as empresas pudessem participar dos Jogos por meio de produtos licenciados. A executiva já passou por empresas como Hering, Mattel, Disney e Warner Bros. “Os mascotes podem­ ser tão emblemáticos quanto o Mickey é na Disney”, afirma.

De acordo com Sylmara, o que difere essa edição dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos das outras realizadas, como a de Londres, em 2012, é que os produtos não são focados em souvenirs e sim em lifestyle e vestuário, como uma forma de valorização do Rio de Janeiro. Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista que Sylmara concedeu à Revista Franquia & Negócios ABF sobre as oportunidades de negócio que podem surgir durante os Jogos.

Como o Comitê tem trabalhado para levar a todo território nacional os produtos licenciados dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos da Rio 2016?

Temos dez lojas abertas com três operadores diferentes, logo teremos quatro e a maior parte trabalhará nas arenas. Hoje, eles estão em aeroportos, shopping centers e outras áreas do Rio de Janeiro. Nós temos todos os formatos de loja. Nos aeroportos das cidades onde vão ocorrer os jogos de futebol, vão ser quiosques. Contamos também com a distribuição dos licenciados que tem boa capilaridade e distribuição; um dos maiores é a Alpargatas, com a sandália de dedo, em uma linha de 16 produtos. Eles atendem mais de 150 mil pontos de venda. É um item muito forte, desenvolvido no Brasil. Por ser um produto com um preço de médio para baixo, e um presente que faz muita vista, as pessoas gostam de ter.

Quais segmentos devem se destacar?

Vestuário e acessórios devem se destacar bastante, mas também pelúcia, com os mascotes Vinicius e Tom. Para ajudar a promover, lançamos um desenho animado dos mascotes no Cartoon Network, que deve ajudar a engajar.

É possível estabelecer um comparativo da visão de negócios com a edição de Londres, a última?

Os mercados são muito diferentes e o câmbio também é bem superior do que quando começamos a trabalhar, há quatro anos. Eles focaram muito no mercado de souvenirs, o nosso programa de licenciamento traz muito mais um estilo de vida, a ideia é que as pessoas levem um pouco do Rio para outros lugares do Brasil e do mundo. Aqui é voltado para o lifestyle, mas o número de licenciados é parecido, de pontos de venda também.

Outros mercados, além da cidade-sede, também terão reflexos?

Contamos com os licenciados para levar a diversos estados e também com as cidades que receberão os jogos de futebol. Todos vão se sentir parte do evento.

A história dos Jogos Olímpicos aponta que grandes crises tiveram tréguas durante os Jogos, isso aconteceu com a Copa do Mundo, mas, agora, com o cenário agravado, deve acontecer de novo?

Eu não tenho dúvida. Em Vancouver, nos Jogos de Inverno, que aconteceram em 2010, estávamos na crista da onda da maior crise da nossa geração e mesmo assim, aconteceu. Existe uma empolgação, um entusiasmo. Para parafrasear Monteiro Lobato, um pó de pirlimpimpim. É uma grande festa. Pode existir uma grande controvérsia no começo dos jogos, um questionamento infundado sobre “porque fazer isso”, sendo que foi decidido em 2009, e é favorável ao País. Estamos apresentando o Brasil que consegue realizar grandes eventos e atrair pessoas. Contamos com entusiasmo.

O que deve influenciar a motivação das pessoas? Quais são suas apostas?

Em Londres, conversando com as pessoas antes dos jogos, era perceptível que todos estavam pessimistas, achavam que não iam conseguir nenhuma medalha, é normal. O que acontece é que a mídia chega um mês antes e fica sem nada para falar. Criam a expectativa dos jogos começarem.

A crise econômica pode afetar as vendas?

Nós somos a boa nova, as pessoas sabem que os Jogos não voltarão tão cedo para o Rio de Janeiro. Se o brasileiro ia comprar duas camisetas, uma pelo menos comprará. O estrangeiro comprará ainda mais, sua moeda está valorizada. É um público que compra, é irracional, é pura emoção. As coisas têm ido tão bem que abrimos o dobro de lojas do que o previsto para o ano passado. Esperávamos ter quatro e inauguramos oito pontos de venda. Eu não quero que os varejistas e licenciados virem para mim no final dos Jogos e digam “por que não disse que era tão bom?”.

Quais são as oportunidades para pequenos e médios varejistas durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos?

Nós fechamos 70 contratos de licenciamento. A dica é comprar o produto dessas empresas, expor, se beneficiar com o período e o otimismo.

Quais as táticas para driblar a pirataria?

Nós temos um departamento de proteção à marca para coibir as marcas na rua. Não podemos divulgar as ações, mas já estão no nosso radar e devem começar a agir em breve. O País tem histórico, principalmente com todo o departamento de vestuário que é muito importante e sempre é a principal mira.

 

Veja alguns artigos interessantes do Portal do Franchising, clique e te levaremos para lá: