A vez dos marketplaces

A vez dos marketplaces

O Canal JÁ representa 18,5% das vendas do e-commerce nacional e começa a chamar a Atenção das redes. Clubes de assinatura também são uma oportunidade

O marketplace de delivery de comida iFood já registrava , em junho de 2018, 15 milhões de pedidos para a entrada do Habib’s em sua plataforma. Só entre março e novembro de 2017 foram mais de 400 mil buscas pelo nome da rede de fast food. A parceria começou efetivamente no início de 2018. “Bem antes do tempo já realizamos a meta de pedidos que esperávamos alcançar só no segundo semestre. Saímos de 240 mil pedidos por mês para mais de 640 mil”, afirma o diretor de Delivery da rede, Lucas Mancini. O resultado foi alcançado no terceiro mês de implantação.

A plataforma foi agregada ao sistema da rede em 30 dias, de acordo com o executivo. “Agora, temos sete canais para o cliente fazer pedido. A integração foi muito fácil, temos uma estrutura muito avançada e muito madura”, afirma.

Na visão de Mancini, a modalidade de entrega ainda tem muito espaço para crescer no Brasil. “É o quinto país em delivery de comida e tem tudo para chegar ao terceiro lugar. A previsão de crescimento é de 20% em 2020”, comenta.

De certa forma, a crise econômica favoreceu o crescimento da comida para viagem, na visão do Habib’s. “Como o Brasil passa por restrições econômicas, as pessoas pedem o delivery, pois quando são feitas ofertas de pedidos extras, eles não aceitam. O drive econômico é muito forte”, afirma o executivo.

Os marketplaces passaram a fazer parte da rotina de consumo, mundialmente. Só no Brasil, o canal representa 18,5% das vendas do e-commerce, de acordo com o relatório Webshoppers, elaborado pela ebit. As franquias brasileiras também têm experimentado o terreno, aos poucos. No Mercado Livre, que é um grande hub de vendas, há algumas lojas de franquia.

Mercado Livre
A Mahogany é uma das marcas que tem sua loja nesse canal. “A venda pelo Mercado Livre reforça a estratégia da companhia, de estar presente em todos os pontos de contato possíveis com o consumidor”, explica o gerente de Marketing e Produtos da rede, Brian Drummond.

Segundo o executivo, a plataforma potencializou as vendas das unidades franqueadas, por aumentar o reconhecimento de marca. No entanto, o canal também trouxe novos cuidados na atuação digital. “É preciso manter diariamente uma dinâmica on-line de gerenciamento no portal das vendas, responder com rapidez às perguntas dos clientes, renovar o estoque e abastecer os lançamentos. Ou seja, praticamente os mesmos requisitos de uma loja física: a diferença é que essa plataforma está aberta 24 horas por dia para o cliente”, explica.

Desde a internalização das operações de e-commerce, a New Era resolveu focar em poucos marketplaces. “O Mercado Livre foi um dos escolhidos pelo alto fluxo de consumidores, pela força de sua marca e, acima de tudo, pela mudança de posicionamento, já que passou a priorizar a entrada de lojas oficiais”, afirma o gerente de E-commerce da New Era, Umberto Beer.

A rede considera a venda pela internet uma grande vitrine para as lojas físicas. O consumidor conhece os produtos pela internet e ganha uma referência. Assim, cria-se uma convergência entre os dois canais.

Para centralizar as informações, a New Era possui uma loja própria dentro do marketplace e se preocupa em responder a todas as dúvidas dos clientes. Para isso, conta com uma equipe dedicada. “O contato com os clientes através do Mercado Livre é extremamente interessante. Eles nos trazem uma série de dúvidas e questionamentos que fazem com que tenhamos que melhorar nosso nível de informações disponíveis, seja por meio de melhores fotografias, exibição de tabelas de medidas junto com as fotos ou melhoria dos descritivos dos produtos. Todos esses comentários, no final do dia, resultam em uma melhor experiência de compra para o consumidor”, explica Beer.

Clubes de assinatura
Recentemente, o Mercado Livre anunciou a entrada em clubes de assinatura. Com isso, as marcas de diversos segmentos podem oferecer venda continuada para os consumidores, mas deverão informá-los sobre eventuais mudanças nos preços e especificações nos produtos, por exemplo.

Muitas redes de franquia também oferecem a modalidade por conta, mas são necessários alguns cuidados antes de entrar nesse nicho, principalmente dentro do marketplace. “É bem arriscado. Todo modelo de assinatura precisa de investimentos, novos clientes e reter os antigos para ter lucro lá na frente”, explica o diretor de Crescimento da consultoria Superlógica, Carlos Moura.

As métricas precisam ser acompanhadas de perto para verificar se o trabalho compensa. “É muito interessante que a empresa já tenha o produto e as vendas sejam recorrentes. Um negócio on-line que vende cervejas, por exemplo, já consegue saber qual o número de clientes que faz compras recorrentes, que volta a comprar no seu negócio”, explica o especialista. Se houver assiduidade na compra, é um indício de que um clube de assinatura é bem-vindo ao modelo de negócio.

Vendas pela internet
O e-commerce, em geral, ainda representa cerca de 4% do varejo nacional. O canal faturou R$ 47,7 bilhões em 2017. O Mercado Livre e clubes de assinatura fazem parte desse todo. No entanto, é inegável o potencial do canal e a interligação cada vez maior com outras frentes. “Nos próximos anos, vamos chegar a pelo menos 10% de todo o varejo do Brasil. Outro dado importante são as transações pelo celular. No ano passado já representaram 25%”, explica o diretor de E-commerce do Grupo DCG, Luiz Dias.

O primeiro desafio para atuar nesse canal é a aquisição de tráfego, seguida da conversão das visitas. “O terceiro desafio é a conversão de pagamento. Existe um número de 35% de clientes não pagam, por várias razões”, explica Dias.

Os últimos anos foram de reeducação do consumidor brasileiro nas plataformas virtuais, segundo o diretor Comercial e de Marketing do Grupo DCG, Sandro Ivo Pionkowski. “O brasileiro vê preço, nasceu com o frete grátis. Entendia ‘já que o frete era grátis, no e-commerce é mais barato’. Os lojistas passaram os dois últimos anos evangelizando o mercado de que não existe almoço grátis e, sim, conveniência”, explica.

Pionkowski acredita que a presença digital facilite a mensuração de dados com mais precisão do que qualquer pesquisa de mercado. “A internet dá a capacidade de materializar o que no físico é subjetivo”. Com lojas em marketplaces e também e-commerce próprio, a marca consegue medir o interesse dos consumidores em determinados produtos, serviços, localização, comportamento de compra etc. “A dica é apostar no prazo de entrega. Tente fugir da guerra de preço. Se você entrega em três dias, a taxa de conversão aumenta substancialmente”, aconselha.

 

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