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Plataformas digitais abrem a “Muralha da China”

Plataformas digitais abrem a “Muralha da China”
Cristina Franco (ABF/Loctok) fala no painel sobre a China ao lado de Felipe Daud (Alibaba Brasil), Ricardo Geromel (3G Radar), Eduardo Terra (SBVC) e Alberto Serrentino (Varese Retail)

Painel sobre a China no pós-pandemia reuniu Cristina Franco (ABF/Loctok), Eduardo Terra (SBVC), Alberto Serrentino (Varese Retail), Felipe Daud (Alibaba Brasil) e Ricardo Geromel (3G Radar).

Um dos pontos altos do terceiro dia da ABFCon 2023 foi o painel “A redescoberta da China pós-pandemia: ecossistemas, inovação e oportunidades para marcas brasileiras”, que contou com a participação de Alberto Serrentino (Varese Retail), Cristina Franco (Loctok), presidente do Conselho ABF,  Eduardo Terra (SBVC), Felipe Daud (Alibaba Brasil) e Ricardo Geromel (3G Radar).

“A China liderou o mundo por muitos séculos, as últimas décadas foram um lapso. Precisamos apreender a fazer negócios com o olhar oriental, ir pegando este jeito”, ressaltou Cristina na abertura do painel. Serrentino e Terra trouxeram então vários inputs de uma missão realizada à China recentemente e que contou com a participação da presidente do Conselho da entidade como sua representante.

Eles destacaram seis aspectos principais:

1 – Grande China Digital: com uma classe média de mais de 450 milhões de pessoas e enorme penetração de tecnologias mobile, o e-commerce chinês já representa quase metade do mercado global.

2 – Evolução dos ecossistemas digitais: de markeplaces, os gigantes chineses se organizaram em grandes ecossistemas que ao mesmo tempo que atuam de forma coordenada, cada um tem suas atividades, tarefas e controles, as vezes até competindo entre si. O caso mais emblemático é o da Alibaba que se separou em seus conglomerados.

3 – Adoção acelerada da Inteligência Artificial: alavancada por grande conectividade e capacidade computacional.

4 – Avanço do ESG: na China, o ESG se tornou uma política de Estado que foi abraçada de fato pelas empresas. Há, inclusive, uma meta de descarbonizar a economia chinesa até 2060.

5 – Cross Border: a China é o maior exportador do mundo, mas tem muito espaço para receber exportações também.

6 – Content Drivem Commerce: A venda via conteúdo de influenciadores e live commerces já é uma realidade na China e tende a crescer ainda mais no Brasil quando o TikTok liberar a venda por meio de seus vídeos também aqui. O franchising tem grande potencial de fazer isso também, mas demanda uma agenda complexa de preparação.

Já Geromel, que morou por mais de cinco anos no gigante asiático, ressaltou como o país é pouco estudado e debatido no Brasil, mesmo sendo seu principal parceiro comercial já há alguns anos.

O executivo reforçou que a China tem uma trajetória muito robusta em sua economia e se tornou também uma referência no mundo digital. Embora haja uma diferença de valores (o chinês valoriza muito a questão da educação, por exemplo), ele acredita que o apetite por investimentos no Brasil continua alto.

O representante da Alibaba Brasil frisou como a plataforma já oferece muitas soluções para exportadores brasileiros acessarem o mercado chinês com diferentes abordagens. Não se trata apenas de vender em um marketplace, é possível chegar a pontos de venda físicos, ter acesso a logística etc. Ele inclusive frisou que alguns países compram produtos tipicamente brasileiros (como o açaí) e revendem na China, tendo grandes resultados. Daud deu como exemplo um produtor de mel e própolis de Cotia que exporta com sucesso para a China.

Foto: Keiny Andrade