Valor Econômico online – Martha Funke – 30/4
Serviços de limpeza, construção civil e conveniência estão entre os que mais crescem no segmento de microfranquias. A americana Jan-Pro é uma das marcas atraída pelo potencial do mercado de limpeza no país, trazida em 2011 por Bernard Jeger, ex-presidente da ABF. Seu diretor de expansão, Renato Tikoulat, chegou a tentar o modelo de microfranquia home based em 1991, como master franqueado da concorrente Jane-King.
Desistiu em 2002. “O mercado não estava maduro”, afirma ele. Tikoulat também passou pela Gelre, uma das gigantes do setor. A marca fechou 2013 com 98 franqueados em oito Estados e faturamento de R$ 14 milhões, e espera este ano chegar a R$ 48 milhões com mais uma centena de franquias e oito novos escritórios regionais nas mãos de master franqueados, responsáveis pela retaguarda dos demais e por atividades como buscar clientes, prestar serviços de pós-venda e treinamentos especiais.
Segundo Tikoulat, o franqueador no segmento micro tem desafios extras. O principal é ensinar o interessado a ser empresário, com cursos voltados a questões como relacionamento com clientes e recursos humanos. Outro é contar com estrutura de marketing suficiente para entregar o negócio ao franqueado já com clientes ativos – o investimento de R$ 7,6 mil corresponde a um contrato fechado no valor de R$ 1,2 mil mensais. A operação tem apoio de relatórios globais dos 17 países onde a marca atua, esmiuçando problemas e soluções em diferentes segmentos de clientes. O Brasil tem atuação particular, com destaque para condomínios residenciais.
Já a Acqua Zero, nascida em 2009, foi criada para oferecer lavagem ecológica e estética automotiva. Hoje tem cerca de 90 franqueados, 90% deles microfranquias – o licenciamento parte de R$ 4,8 mil reais para quem quer prestar serviços no modelo delivery, em casa ou no escritório do cliente. O negócio foi criado por Marcos Mendes, ex-funcionário da área de informática da IBM que decidiu trocar a vida de empregado pela de empreendedor quando sua esposa engravidou para ganhar mais tempo e qualidade de vida.
Suas metas para 2014 são faturar mais de R$ 2 milhões, conseguir master franqueados em Minas Gerais e no Nordeste e melhorar o relacionamento com os franqueados – a equipe de quatro funcionários ao fim de 2013 será quadruplicada até o fim do ano.
O segmento de construção civil é outro em franco crescimento. Uma das pioneiras é a Praquemarido, surgida 2003 e transformada em franquia depois de adquirida pelo grupo SMZTO em 2010. Presta todos os serviços necessários em imóveis, desde pintura e decoração até limpeza e ar condicionado. No ano passado, o número de franqueados cresceu 32% e ultrapassou uma centena. A taxa de franquia é R$ 49 mil, mas o investimento total chega do interessado fica em torno de R$ 120 mil, destinados a aluguel, adequação do espaço, carro, fluxo de caixa, uniformes e ferramentas – só de materiais são mais de 120 itens.
A rede já envolve 900 funcionários e 95% dos franqueados são arquitetos ou engenheiros, segundo o presidente Manuel Oliva. “É a porta de entrada para quem está começando fechar contratos de maior porte para construtoras ou empresas”, diz. Outra que entrou neste segmento é a Mr. Limp, criada pelos sócios Henrique Adão, ex-executivo do segmento de franquias, e Luiz Carlos Serafim, oriundo do ramo imobiliário. A marca ficou em segundo lugar no ranking de microfranquias da ABF em 2013 no quesito expansão, depois de acrescentar 198 novas unidades às 11 contabilizadas no ano anterior. Para entrar no negócio e oferecer serviços como limpeza de telhados, pós-obra e tratamento de pisos, o investimento parte de R$ 35 mil.
A Cartório Postal é mais uma das campeãs em expansão. O negócio é uma mão na roda para resolver questões burocráticas: serviços de intermediação cartorária para obtenção de documentos públicos e privados em todo país, além de assessoria para clientes corporativos como escritórios de contabilidade, imobiliárias e bancos. O cardápio inclui desde busca de segunda via de certidões até pasta pronta, um conjunto com todos os documentos necessários para obtenção de cidadania no exterior, financiamentos e consórcios, entre outros.
Também podem ser prestados serviços como gerenciamento eletrônico de documentos e venda de certificação digital. A rede de franquias conta com cerca de 300 unidades no Brasil e seis no exterior e o investimento inicial parte de R$ 20 mil. O presidente do negócio é Flávio Lopes da Costa, que teve a ideia quando trabalhava em um dos cartórios da família, em 1993. A franquia surgiu em 2009. “Todo mundo tem problema para obter documento”, explica.