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Investimento, em vez de custo desnecessário

Jornal do Commercio – Rio de Janeiro  – Maxmilliano Melo – 06/05
 
Uso da ferramenta se espalha pelo mundo empresarial. Pesquisa mostra que tecnologia será mais utilizada por executivos de RH para comunicação do que o e-mail
 
Diz um velho ditado que o que engorda o gado é o olho do dono. No mundo empresarial não é muito diferente. Estar presente, reunir-se com a equipe, fornecedores e clientes é essencial para o sucesso de qualquer negócio. Contudo, na era da globalização, em que empresas e a clientela nem sempre estão no mesmo país, o contato pessoal vem cada vez mais sendo substituído pela videoconferência.

Levantamento recente realizado pela Redshift Research, e encomendada pela Polycom, revela que os executivos de RH que atualmente utilizam vídeo no trabalho vão preferir a ferramenta, em vez do e-mail, como o seu principal método de comunicação empresarial nos próximos três anos. Os dados foram coletados a partir de cerca de 1,2 mil tomadores de decisões de 12 países. Na pesquisa, 98% dos entrevistados afirmam que a videoconferência ajuda as empresas a desafiar a distância e quebrar barreiras culturais para melhorar a produtividade.

Como, quando e onde utilizar a tecnologia é uma questão cada vez mais urgente para tomadores de decisão em todo o mundo. “Avanços na telecomunicações estão permitindo que grandes e pequenas organizações operem perfeitamente em qualquer lugar”, afirma a vice-presidente e principal analista de gestão de capital humano do Aberdeen Group, Molhe Lombardi. “Os líderes de RH exigem uma nova compreensão de como a tecnologia pode ajudá-los a transpor fronteiras geográficas e repensar suas estratégias de talento para tirar o máximo proveito de um grupo de talentos mais amplo”, completa a especialista.

Vantagens
 
Embora seu uso mais óbvio seja em reuniões de negócios, a videoconferência tem diversas outras aplicações. “Temos aplicações em discussões médicas em hospitais e clínicas, universidades e escolas promovendo encontros e aulas em diversos lugares, indústrias discutindo tecnicamente com cliente, tribunais promovendo oitivas mais seguras sem deslocamento de réus e governos no planejamento estratégico”, afirma o gerente de engenharia da Polycom, líder global em tecnologia de videoconferência, foão Aguiar. “Tudo isto é possível devido à facilidade de uso e à segurança conferida pela criptografia das informações trafegadas”, completa.

Segundo ele, as empresas cada vez mais encaram os gastos com a instalação de infraestrutura necessária para o uso desse tipo de tecnologia como um investimento, em vez de custo. “Uma cultura bem divulgada de videoconferência permite que deslocamentos sejam suprimidos. Com isso, temos redução nos custos diretos, como táxis, vôos e hotéis, e nos indiretos, como indisponibilidade durante uma viagem, risco de segurança e cansaço dos envolvidos”, afirma o especialista. “Desta forma, não é o custo da ferramenta que deve ser analisado em primeiro plano, mas o quanto se pode ganhar com eficiência por meio dela”, ressalta.

Ainda assim, apesar da tecnologia ser bem vinda, nada substitui totalmente um encontro presencial. É o que acredita o diretor executivo de RH do Grupo Empreza, Adriano Araújo. “Sempre que possível, o ideal é fazer um encontro presencial. Sabemos, no entanto, que nem sempre existe essa possibilidade. Nessas horas a videoconferência é a melhor opção”, afirma o especialista. “Em compensação, ela substitui muito bem uma conferência telefônica”, conta.

Em um contexto onde cada vez mais empresas precisam cortar custos em relação à infraestrutura, a tendência, na opinião do consultor, é de que a tecnologia ganhe cada vez mais espaço, como mostrou a pesquisa da Redshift Research. “Com o encarecimento dos custos com estrutura física, a tendência é de que mais empresas adotem o home office. Nesses casos a videoconferência é fundamental”, avalia Araújo.

Utilidade
 
A videoconferência se tornou uma ferramenta essencial para o sucesso da Astral, maior empresa da América Latina de controle de pragas e vetores urbanos. Com atuação em um setor extremamente técnico e 60 franqueados espalhados pelo País, o desenvolvimento de uma ferramenta própria de videocomunicação foi praticamente natural.

“Atuamos em uma área que envolve conhecimento técnico de áreas como meio ambiente, entomologia e saúde pública. Pelo menos duas vezes por mês abrimos um fórum para discutir os avanços e demais assuntos relacionados ao nosso setor”, conta o presidente da rede, Beto Filho.

O sistema é essencial já que, embora seja um setor técnico, na maioria dos casos os franqueados são advogados, economistas, administradores e profissionais de outras áreas. “A tecnologia é uma aliada importante no nosso negócio. Temos, por exemplo, um curso semanal que informa esses profissionais sobre as questões técnica”, conta Beto, que também preside a seccional fluminense da Associação Brasileira de Franchising (ABF-Rio).