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Giraffas vai vender franquias nos EUA

Jornal Valor Econômico – Adriana Mattos – 10/04
 
A rede de restaurantes Giraffas, com cerca de 400 unidades no país, vai vender franquias nos Estados Unidos. Devem ser negociados acordos com franqueados inicialmente na costa leste dos Estados Unidos em cidades que podem ser Nova York, Washington, Boston e Filadélfia.
 
Com dez unidades próprias naquele país desde 2011, a marca deve fechar este ano com 14 pontos na Flórida (de investidores e sócios que fundaram o grupo). A ideia é se desfazer desses pontos para franqueados locais. A expectativa é assinar os primeiros contratos com investidores nos EUA a partir do segundo semestre, para que as inaugurações ocorram em 2015.
 
A rede planeja atingir 200 restaurantes no mercado americano em cinco a seis anos, diz João Barbosa, presidente do Giraffas nos EUA. A operação deve responder por um quarto das vendas totais em 2020. Hoje representa cerca de 4% de uma receita de R$ 7G8 milhões em 2013 alta nominal de 12% sobre o ano anterior (avanço real de 6%, descontada a inflação).
 
“A ideia inicial é buscar franqueados locais, com conhecimento do mercado americano. Melhor ainda seja conhecerem o setor de alimentação nos Estados Unidos”, disse o executivo. “Brasileiros nos ligam toda a semana, especialmente aqueles que têm vindo morar aqui e querem abrir um negócio em Miami. Não descartamos a hipótese de ter franqueados brasileiros, mas preferimos investidores locais que possam abrir vários restaurantes porque ganhamos escala mais rapidamente”, afirmou Barbosa por telefone, dos EUA.
 
O projeto prevê franquias em pelos menos duas praças na costa leste, Washington e uma segunda cidade, que pode ser Nova York, Boston ou Filadélfia, por exemplo. Depois a rede partirá em direção ao centro do país, com Texas e Chicago como potenciais alvos. “Estimamos um investimento médio de US$ G50 mil por franquia, mas com escala maior o valor cai”, diz Barbosa. Uma franquia da rede nos Brasil, em shopping, gira entre R$ 600 mil e R$ 900 mil (sem incluir o ponto comercial).
 
A intenção de vender as lojas próprias nos EUA segue um planejamento definido anos atrás. “Queríamos começar o negócio com nossos próprios recursos, e não fazer testes com dinheiro dos outros. Agora estamos seguros para abrir para franqueados. E podemos nos desfazer dos pontos próprios para interessados”. Cerca de 30% dos clientes dos restaurantes nos EUA são americanos e o restante, latinos, incluindo brasileiros. 
 
A receita bruta nos EUA cresceu pouco mais de 100% em 2013, ao se incluir as inaugurações. Ao se considerar as “mesmas lojas” (unidades existentes em 2012 e 2013) a alta variou de 10%a 15%. Descontada a inflação, o crescimento real lá foi de 8,5% a 13,5%.
 
Sinais de recuperação da economia americana não foram determinantes para o projeto. “Quando a crise americana aconteceu, em 2008, estávamos atrás de pontos em Miami e o imóvel que antes nos ofereciam por certo valor, no dia seguinte ao ápice da crise, já custava bem menos. Isso viabilizou o projeto nos Estados Unidos”, afirma Barbosa, ao ressaltar que já houve certa recuperação nos preços dos imóveis no último ano.
 
O grupo Giraffas foi criado em 1981 em Brasília por Carlos Guerra, acionista e atual presidente do conselho de administração, com dois filhos, Ricardo e Alexandre, na direção executiva. Sócios e outros investidores do grupo, cujos nomes não são revelados, controlam os pontos nos EUA e investiram até hoje US$ 15 milhões naquele país.
 
Devem ser comercializados pratos já vendidos nas atuais unidades americanas, como arroz e feijão, massas e sanduíches, em pontos com ambientes um pouco mais sofisticados no formato “fast casual”. 
No Brasil, o Giraffas tem mais de 70% dos pontos nas praças de alimentação de shoppings, enquanto nos EUA existem apenas em lojas de rua. A primeira unidade em shopping no mercado americano serão aberta na cidade de Tampa, Flórida, nos próximos meses.