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Franqueadores falam sobre legado e revolução digital

Franqueadores falam sobre legado e revolução digital
Com plateia lotada, último Grande Debate da Convenção 2022 discute inovação, legado e sustentabilidade.

Moderado por Carlos Zili, bate-papo teve participação de Caito Maia, Thiago Hering e Sandra Chayo

 Neste 22 de outubro, quarto e último dia de convenção, assim como nos dois anteriores, a programação do dia teve início com o Grande Debate do Franchising, que teve como temas principais a inovação, a transformação digital e seu impacto nas organizações, além do legado e do ESG. Moderado por Carlos Zili, diretor de estratégia digital da ABF, o bate-papo teve participação de Sandra Chayo, sócia e diretora do Grupo Hope; Caito Maia, CEO e fundador da Chili Beans; e Thiago Hering, CEO da Hering.

Zili iniciou a conversa dizendo que a inovação e a constante reinvenção é algo inerente às três marcas que, somadas, têm mais de 230 anos de existência. Aproveitando o tema “história da companhia”, cada um contou um pouco da trajetória empresarial. Especialmente Thiago e Sandra citaram o legado das companhias fundadas pelos pais e avós.

“A Hope foi fundada em 1966 por meu pai, homem que adorava as mulheres e que pensou na marca como forma de empoderá-las. O nome, inclusive, significa esperança, esperança de prosperidade e de um mundo melhor e nunca perdemos a inovação de vista”, contou Sandra.

Já Thiago fez questão de frisar a importância de não perder de vista o passado. Criada em 1880, a Hering foi testemunha de grandes eventos mundiais, sempre com o pensamento à frente, mas sem perder a essência e o propósito para o qual o negócio foi criado.

“Faço parte da sexta geração da empresa e inovação é a nossa força-motriz. Mas, precisamos fazer um exercício diário de olhar para o passado e não deixar que a história e nossa autenticidade se percam”.

Apesar de a inovação ser algo tão necessário, Caito Maia, assim como Thiago levantou um ponto importante. “A história da Chili Beans é relativamente recente. Abrimos o primeiro quiosque em 2000, no Shopping Villa Lobos mas, desde o começo, estamos sempre em busca da inovação. No entanto, percebi que durante a pandemia, muitas marcas focaram apenas na inovação e transformação e se esqueceram de exercitar o básico, o ‘arroz com feijão’ que é uma fórmula que sempre deu certo. Com isso, acabaram ficando ao longo do caminho”.

A utilização de canais digitais e lojas físicas também foram tema do bate-papo e todos foram unânimes em dizer que a presença nestes dois âmbitos foi fundamental, não apenas para a sobrevivência, quanto para o crescimento dos negócios. Na Chili Beans, por exemplo, vendia 3% online e durante o isolamento social, cresceu 18% nas plataformas.

“Transformações as páginas de todas as franquias em canais de venda e esta foi um dos motivos pelos quais tivemos este crescimento expressivo, somado ao aumento da demanda por óculos de grau, muito em decorrência das horas a mais passadas na frente do computador, por conta do home office”, explicou.

Tanto Hering quanto Hope são varejistas atreladas diretamente à indústria e este foi um ponto que não pode ficar de fora da conversa e que foi levantado por Carlos Zili. Os representantes das marcas foram taxativos que a pandemia, apesar de todos os pesares, foi um impulsionador para a que as indústrias revissem seus processos. “O ambiente ficou conturbado e tivemos problema para reter as pessoas. Mas, a indústria não precisa ser ‘apenas robustez’, mas também é preciso investir em inteligência de mercado para que as tomadas de decisão sejam mais assertivas. Como consequências restrições, fomos obrigados a rever nossos processos e a otimização foi algo que veio para ficar. Um exemplo é a collab que fizemos com a estilista Cris Barros em que todos os modelos foram desenvolvidos em 3D. A digitalização, além de eliminar tempo de produção e também com a sustentabilidade do produto, usando a quantidade exata de matéria-prima e comercializando os produtos no momento e lugares certos”.

Aproveitando o gancho da sustentabilidade, Sandra citou a economia circular em que a Hope iniciou uma campanha de doação de lingeries, em que as lojas da marca servem como ponto de arrecadação. “apesar de não ser muito comum a doação de lingeries usadas, por conta da alta durabilidade do nosso produto, percebemos que, ao serem higienizadas em uma lavanderia profissional, podem ser doadas sem problema algum. A falta destes itens é uma das maiores reclamações das populações carentes e em situação de rua. Ao fazermos as doações, suprimos esta necessidade e ainda empoderamos as mulheres”, contou.

Já entrando na pauta ESG e encaminhando para o fim do bate-papo, Caito também citou que a empresa, a partir do próximo ano, lançará uma linha sustentável, feita com materiais recicláveis e estojos de óculos feitos em papelão.