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Formato móvel é flexível, mas requer jogo de cintura

DCI – Scheilla Lisboa – 27/05

As unidades móveis de alimentação os food trucks atendem a necessidade de consumo rápido, de qualidade e fora do lar, e por isso as franquias desse modelo viraram mania desde que as regras para a comida de rua foram estabelecidas em São Paulo e outras cidades. “Há muito o que explorar com este conceito, que parece mais divertido e glamouroso para o consumidor”, afirma a diretora da consultoria Vecchi Ancona Inteligência Estratégica, Ana Vecchi.

Entre as vantagens, a especialista destaca o custo de ocupação e o investimento, em geral mais baixos que os de uma loja de shopping ou mesmo de rua, e a possibilidade de levar a marca até os locais de maior concentração de público. Em algumas áreas, há cobrança de aluguel pelo espaço, mas o valor tende a ser menor que o de uma unidade fixa, uma vez que o locatário só paga pelos dias em que utilizar a área. E há locais que não cobram aluguel e sim uma taxa de administração ou limpeza.

Mas há questões que merecem atenção, alertam os especialistas. Por funcionar ao ar livre, não deixa de ser um negócio sazonal: chuva e frio podem afastar clientes. O franqueado também precisa estar atento à segurança dos locais onde estaciona. “Não pode ser encarado como um negócio fácil”,ressalta Ana.

De acordo com a diretora, os food trucks de hambúrgueres são os que têm registrado as maiores filas, seguidos por aqueles de salgados rápidos, como as coxinhas, com tíquete médio mais barato. As culinárias italiana e japonesa também emplacam bem, diz.

Os sócios da Só Coxinhas perceberam o potencial do salgado que ofereciam no buffets de Guaratinguetá, no Vale do Paraíba, interior de São Paulo, e transformaram o negócio em franquia móvel. “Queremos fechar o ano com pelo menos dez carros, o dobro do que temos hoje”, diz Juliana Nagy Caltabiano. O investimento inicial é de R$ 130 mil e inclui a taxa de franquia, a customização do veículo com plotagem e adereços e os serviços de comunicação. O retorno é estimado em 12 meses.

O restaurante de comida mexicana Los Cabrones também apostou nas ruas e, sete meses depois, tem 12 franquias comercializadas dentro e fora de São Paulo. O objetivo é atingir a marca de 30 até junho de 2015. O investimento inicial é de R$ 67 mil, valor que, segundo os critérios da Associação Brasileira de Franchising (ABF), caracteriza uma microfranquia. O faturamento pode chegar a R$ 45 mil mensais, com lucro líquido de 20% a 35%, segundo a rede.

Paulo Stoque, ex-gestor de uma concessionária de veículos, é o mais novo franqueado da rede. “Em um ano quero mais um food truck deste e, depois, de outros tipos de comida”, afirma.