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Faturamento é o grande atrativo

Estado de Minas – Francelle Marzano – 27/04

O constante interesse por parte dos investidores ajuda a elevar ainda mais o crescimento das unidades no país. Marcas mais consolidadas, com retorno garantido, têm maior procura

Confirmado por especialistas como um dos melhores setores para se investir, mesmo neste momento econômico difícil pelo qual passa o país, as franquias vão muito bem, obrigado! Dados divulgados pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) apontam crescimento acima do índice do Produto Interno Bruto (PIB), como já citado na capa deste caderno. Além dessa boa perspectiva, o que anima os investidores ainda é o risco reduzido de fechamento de negócios. Levantamento da ABF aponta que a mortalidade de franquias com investimentos acima de R$ 85 mil foi de 3,7% em 2014, enquanto o índice de falência dos negócios tradicionais, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), é de 24,9% em dois anos.

O crescimento se dá pela constante entrada de empreendedores no mercado, que sempre tiveram o sonho de investir no próprio negócio. Segundo a analista do Sebrae, Alessandra Ribeiro Simões, os negócios bem-estruturados, que demandam maior capital de investimento, que têm marcas mais consolidadas, trazem mais chances de crescimento e retorno. Sobretudo, aqueles especializados na área de alimentação, saúde ou beleza, que oferecem serviços rápidos e continuam com a demanda em alta. Geralmente, exigem aporte inicial de até R$ 400 mil e projetam retorno de pelo menos R$ 150 mil por mês. “Você está investindo na visibilidade da marca, o que garante ganhos maiores e controle, mas também existem mais critérios a seguir”, completa.

A previsão de faturamento dessas grandes marcas, que demandam capital de investimento maior, no entanto, não é garantia de que o franqueado vá conseguir ganhar aquele valor previsto todo mês. Para que se torne realidade e o negócio dê certo, é preciso que o franqueado observe um série de fatores, como lembra Rogério Barreira, vice-presidente de operações da Arcos Dorados, franquia master da McDonalcTs na América latina e Caribe. Segundo ele, existem vários fatores, como escolha da região e público-alvo, entre outros, que influenciam bastante o desempenho do negócio. “A primeira coisa que o invéstidor precisa entender é que ele tem que buscar um negócio com o qual tenha afinidade. Ele precisa gostar do que faz para acompanhar de perto, estar ali no dia a dia para fazer o negócio dar certo”, ressalta.

Estrutura

Consultor de expansão da rede Bob’s em Belo Horizonte e região metropolitana e master franqueado, Fábio Pinhel afirma que a vantagem de investir em franquias maiores é ter menos risco de o negócio dar errado. Segundo ele, as grandes redes, como o Bob’s, já têm modelo de negócio assertivo e toda uma estrutura por trás do franqueado, que tem suporte dia a dia. “É um investimento maior, mas, por serem marcas mais conhecidas, é um negócio que tem grandes chances de dar certo. Não é uma fórmula mágica, não é garantia de sucesso, depende muito também do empreendedor”, afirma.

Segundo ele, um quiosque da marca tem demanda de investimento de cerca de R$ 150 mil e um restaurante completo exige cerca de R$ 1,2 milhão. “Os investimentos são altos, mas a lucratividade desse tipo de negócio é mais alta. Geralmente, em até três anos, o franqueado consegue ter retorno do investimento”, completa. Mesmo com cenário econômico de dificuldades, Fábio comenta que, somente neste ano, já foram inaugurados três pontos de vendas do Bob’s em BH e região metropolitana. “Num momento como este, as oportunidades podem aumentar. Os custos podem diminuir e, se a pessoa souber investir, buscar oportunidades, não existirá momento de crise”, conclui.

As campeãs de vendas

As franquias de alimentação e serviços, como estética, são as que demandam capital de investimento mais alto e têm sido as mais procuradas neste período, levando-se em conta a tendência de que os brasileiros estão cada vez mais comendo fora de casa e preocupados com a saúde e o bem-estar. O segmento de alimentação apresentou crescimento de 7% em 2014, se comparado com o ano anterior, tendo aumentado em 8% o número de unidades. É o segundo no ranking de composição do faturamento do franchising brasileiro, com participação de 20,1%, atrás apenas do segmento de negócios, serviços e outros varejos, que têm participação de 21%. Já os de esporte, saúde, beleza e lazer aparecem em terceiro, com participação de 18,3% no mercado e crescimento de 5% no ano anterior.

No Brasil, o segmento de alimentação, por exemplo, sempre acompanhou tendências que vêm de fora. A primeira modalidade a chegar no país foi a dofine dining, restaurantes que oferecem comida de alta qualidade, mas com serviço demorado e preços elevados. Com o tempo, o mercado foi mudando e criaram o fast food, que trouxe para o mercado um sistema diferenciado, que garante ao cliente rapidez no atendimento e baixo custo. No entanto, mais uma vez, diante da preocupação das pessoas em manter uma qualidade de vida melhor, o mercado começa a mudar e os restaurantes que investem em saladas e comidas mais saudáveis vêm ganhando mais espaço no mercado.

Renovação

A franquia do Restaurante Divino Fogão, com 179 unidades em funcionamento no Brasil, tem capital de investimento acima de R$ 600 mil. Gerente-geral da unidade de Belo Horizonte, Warlen Locatelli afirma que o retorno ocone em 36 meses. “É um investimento alto, mas a curva de aprendizagem do negócio é muito mais rápida do que de um empreendimento próprio. A loja do BH Shopping, por exemplo, foi aberta há um ano e já teve cerca de 35% desse investimento recuperado”, afirma. Para Locatelli, o segredo para o negócio dar certo é escolherum marca já reconhecida, o que não pode ser encarado como garantia de sucesso, mas maximiza as chances. Além disso, ele afirma que o ajuste diário e o acompanhamento dos resultados mês a mês podem otimizar ainda mais os resultados.

A diretora regional da ABF Minas, Danyelle Van Straten, analisa que os segmentos de beleza e alimentação dificilmente passarão por uma crise, apesar do cenário econômico desfavorável. “Mesmo com uma renda menor e com receio de gastar, o brasileiro nunca vai deixar de comprar comida e investir no bem-estar”, justifica Ainda de acordo com ela o franchising brasileiro está no momento de analisar as oportunidades, se renovar e investir em novos modelos.