DCI – Ana Paula Silva – 09/06

Com a economia menos aquecida cresce a dúvida dos investidores no comércio varejista entre escolher investir em um modelo de franquia ou de licenciamento. A melhor opção depende do perfil do empresário e do negócio.

No primeiro caso, há apoio no gerenciamento da operação e a necessidade do modelo ser replicado de maneira totalmente igual. Já ao deter uma licença, o empresário passa a adquirir uma marca e pode associá-la a um produto ou serviço. Apesar disso, ele é responsável por toda operação. Empresas como Marisol e Skillus são alguns exemplos de companhias que resolveram aderir ao licenciamento para aumentar a expansão através de um modelo considerado por elas como mais flexível, com políticas de gerenciamento bem mais independentes.

Segundo o representante da Associação Brasileira de Licenciamento (Abral), Marcus Macedo, é importante entender a diferença do formato dos modelos para não haver depois frustração com a escolha. “Enquanto a franquia oferece uma operação completa com a formatação da gerenciamento, do layout da loja e até dos insumos utilizados para o funcionamento do negócio, o modelo de licença é muito diferente. A licença pressupõe que o empresário vá associar seu produto ou serviço a uma determinada marca”, afirma.

O membro da Abral comenta ainda que no licenciamento, o investidor adquire a marca por determinado período, dependendo da vigência do contrato, mas não é oferecido a ele um modelo de gestão, ou o formato adequado para a operação. Tudo é determinado pelo licenciado, que passa a deter o uso da marca ou personagem.

Apenas esse fato geralmente torna a operação mais viável, principalmente para o empresário que já atue no setor e que apenas precisa agregar maior valor aos produtos que comercializa. Contudo, o licenciamento exige maior nível de gestão, pois o investidor terá de calcular uma série de custos para o negócio: os impostos, encontrar fornecedores e desenhar o perfil de sua atuação.

Benefício

A marca de joias Skillus está entre as empresas que aderiram ao licenciamento. “É um formato vantajoso, já que não há cobrança de taxa de franquia. Mesmo assim, a empresa oferece suporte na gestão do negócio”, garantiu a diretora comercial da Skillus, Fátima Mariano de Carvalho.

A rede, que pretende chegar em dezembro deste ano com no mínimo 15 novas distribuidoras, conta ter aberto em 2014 nove unidades. Hoje, ao todo, são 13 lojas que atuam como licenciadas de joias folheadas a ouro.

No mercado há 30 anos, a Skillus tem operações em estados como Amazonas, Pernambuco, Ceará, Pará, Maranhão, Piauí, Rondônia, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. De acordo com Fátima, o investimento inicial para uma loja é até R$ 125 mil e incluiu estoque inicial, layout e móveis. Mas a diretora ressalta que é a proposta de investimento é baixa. “E ainda proporciona, a curto prazo, uma margem de lucro acima da média do mercado”, afirma. A empresa não cobra royalties, entretanto, baseia a sua operação na exclusividade e na reposição de estoque.

Gigante na área de vestuário e acessórios, a Marisol, que no ano passado faturou R$ 633,4 milhões, quer este ano chegar a 256 lojas licenciadas com a bandeira One Store Marisol.

A companhia também trabalha com as franquias Lilica Ripilica e Tigor T. Tigre, voltadas a produtos infantis. A empresa, aliás, acaba de entrar no franchising com a própria etiqueta Marisol. Apesar disso, vê no licenciamento uma proposta viável ao investidor. “O licenciamento é um modelo flexível. Consegue ter políticas menos rígidas que uma franquia”, afirmou o diretor corporativo de marcas, Marcos Ribeiro Gomes. Segundo ele, a licença oferece maior poder de controle que a venda em canais multimarcas e a rede pode chegar em locais onde uma franquia se inviabiliza. A Marisol tem 168 lojas franqueadas da Lilica e Tigor T. Tigre e uma loja franqueada da Marisol.