Início Notícias Em grupos familiares, cada um deve respeitar a função do outro sócio

Em grupos familiares, cada um deve respeitar a função do outro sócio

Jornal O Dia – Redação – 07/05
 
Matriarcas comandam, além de filhos, até os genros e as noras
 
Ao contrário do que se pode imaginar, a relação entre mães, filhos e até mesmo noras tende a melhorar quando todos trabalham juntos. O empresário Nelson Laskowsky, 58 anos, administra o restaurante Fellini, no Leblon, com a mãe Helena, 78, e a esposa Ana Maria Fichtner, 63. Ele garante que nunca houve brigas. “A iniciativa aumentou nossos laços de amizade e carinho, pelo fato de estarmos todos os dias juntos”, afirma. O segredo, segundo ele, é estabelecer funções diferentes para cada um. Enquanto Nelson cuida da parte administrativa, Helena é responsável pelo caixa e Ana se encarrega do cardápio, já que é nutricionista. “Um não entra muito na área do outro, exatamente para evitar atritos”, orienta. A advogada Flávia Couto, 29, trabalha com a mãe Rosana Macedo Couto, 51, desde 2003. Juntas, elas administram a rede de lojas de bijuterias Fundição Filomena. O único problema para Flávia é que as duas acabam levando trabalho para a casa.
 
“Minha mãe já vendia bijuterias no atacado e decidiu investir no varejo. Como eu sempre gostei muito de moda e adorava viajar com para comprar as peças, ela me chamou para participar do negócio. Temos uma relação normal, mas discutimos muito sobre a empresa em casa”, relata Flávia.

Primeiro emprego
 
A gestora comercial Alessandra Jordão, 34, teve sua primeira experiência profissional na empresa da mãe, Regina, 53. Ela gostou tanto que continuam trabalhando juntas até hoje. As duas são sócias na rede de franquias de depilação Pello Menos. No começo, Alessandra ajudava panfletando folhetos de divulgação pelas ruas em torno do Largo do Machado, onde surgiu a primeira loja.

“Só trabalhei na empresa da minha mãe, onde fiz de tudo. Nunca tive tempo para pensar em outra atividade ou profissão”, afirma a atual diretora de operações do grupo.

A química industrial Gabriela Goldstein, 27, também continua no seu primeiro emprego. Há dois anos e meio, ela, a mãe Adélia, 58, e a irmã Marcela, 31, abriram a doceria Dr. Brigadeiro, especializada em doces, bolos e tortas.

“No início, eu e minha mãe brigávamos mais. Hoje, entendemos melhor a forma de cada uma trabalhar e, assim, dividimos bem melhor as tarefas, sem broncas”, explica Gabriela.

Com duas lojas, em Copacabana e Ipanema, agora a doceria produz também bolos para casamentos e festas.

Com sucesso, empresas criam franquias
 
Com o sucesso dos empreendimentos, mães e filhas investem cada vez mais em franquias para ampliar a marca. Hoje, Glaci Van Straten é responsável por desenvolver os produtos usados e vendidos na rede Depyl Action, enquanto Danyelle cuida das 90 lojas do grupo espalhadas pelo país. Em março deste ano, a filha assumiu também a direção, em Minas Gerais, da Associação Brasileira de Franchising (ABF).

“Já temos duas franquias na Venezuela também e nosso projeto internacional é ambicioso, mas o objetivo é expandir dentro do país primeiro”, afirma Danyelle.

A Pello Menos, por sua vez, dirigida por Regina e Alessandra Jordão, também cresceu e conta atualmente com 49 unidades nos estados do Rio, São Paulo e Paraíba.

Já a Fundição Filomena tem 15 unidades nas cidades do Rio, Brasília e Teresina. De acordo com Flávia Couto e Rosana Macedo, a meta de crescimento da empresa para este ano é na ordem de 100% no número de lojas. Em dezembro, a marca voltada somente para acessórios para o público feminino espera funcionar com 30 unidades entre próprias e franquias.

Mulher ainda é minoria como franqueadora
 
Apesar de as mulheres ocuparem cada vez mais espaço no mercado de trabalho e estarem mais à frente das empresas, elas ainda são minoria como franqueadoras, em comparação aos homens. De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), entre 2012 e 2013, as empresárias aumentaram suas participações em apenas 15%, passando de 124 no ano retrasado para 147 ano passado.

Os homens, por sua vez, detêm 85% das empresas no franchising. Eles dobraram sua participação em relação às mulheres no período entre 2012 e 2013: são 48 novos franqueadores homens, contra 23 mulheres.

Para Candice Marocco, dona da marca Candice Cigar Co., esse cenário pode mudar nos próximos anos, tendo em vista o talento das mulheres para os negócios.

“Elas nascem para empreender. Desde as brincadeiras de criança até a terceira idade. Elas estão sempre administrando algo ao seu redor. E isso faz a diferença quando uma mulher se torna dona da sua empresa. A participação feminina no empreendedorismo hoje é efetiva”, acredita a empresária.