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Cantina do Palmeiras e hamburgueria do Cruzeiro; veja fast-food de times

UOL – Afonso Ferreira – 08/06

Depois de lojas de artigos esportivos no formato de franquias, a nova jogada dos clubes de futebol são lanchonetes fast-food com as cores de suas bandeiras. Em maio, o Palmeiras anunciou a criação de uma rede de restaurantes que se chamará Cantina Palestra, com investimento inicial a partir de R$ 300 mil. O Grêmio já tem uma hamburgueria. Cruzeiro e Bahia também terão suas redes.

A SportFood será responsável pela formatação das franquias da Cantina Palestra. A empresa também participou da criação das hamburguerias 1903 (Grêmio) e Cruzeiro Esporte Burger (Cruzeiro), e da lanchonete Caldeirão Tricolor (Bahia). O custo para abrir uma unidade desses três times é a partir de R$ 200 mil.

O Grêmio já teve a primeira unidade inaugurada em setembro de 2014. Para os demais times, a expectativa é que as primeiras lojas sejam abertas ainda neste ano, segundo Luiz Payoli, 36, diretor da SportFood.

O faturamento médio mensal esperado para a franquia palmeirense é de R$ 135 mil, de acordo com Payoli. As hamburguerias do Grêmio e do Cruzeiro terão receita de R$ 125 mil por mês, enquanto a lanchonete do Bahia poderá faturar até R$ 120 mil mensais. O valor leva em consideração a expectativa das unidades e o gasto médio de R$ 23 por cliente. A previsão de lucro não foi informada.

Sanduíches do Grêmio fazem referência a títulos

Apesar de o modelo de negócio dos restaurantes ser parecido, cada franquia terá um cardápio diferente, que levará em conta a cultura do Estado e da torcida do clube, afirma Payoli. “No caso do Palmeiras, que foi fundado por italianos, vimos que o cardápio com massas poderia ter mais aceitação. As franquias do Cruzeiro e do Bahia terão receitas típicas de seus Estados, como feijão tropeiro e acarajé.”

Na hamburgueria do Grêmio, em funcionamento no centro de Porto Alegre, os sanduíches fazem referência a campeonatos e títulos conquistados pelo clube, como o Gauchão (hambúrguer, queijo gorgonzola, alface, tomate, cebola roxa, pepino e maionese, por R$ 16,90), Libertador (com  molho chimichurri e queijo prato, por R$ 17,90) e Mundial (com dois hambúrgueres, por R$ 19,90).

Lanchonetes terão ambiente com história do clube

A ideia de criar redes de fast-food ligadas a clubes de futebol partiu de estudos sobre a arrecadação dos times com licenciamento de marca. Segundo Payoli, percebeu-se que os clubes arrecadavam pouco em relação ao potencial de compra dos torcedores. “Pensamos em licenciar algo com que o torcedor mais gasta: a comida. O perfil dele é muito semelhante ao dos consumidores de fast-food”, diz.

Para atrair os torcedores, é preciso criar uma ambientação que remeta à história do clube. A decoração de todas as unidades contará com fotos históricas, uniformes antigos e títulos que o time conquistou.

As primeiras unidades das quatro franquias serão próprias e servirão como modelo para os franqueados, segundo Payoli. Ele afirma que não é necessário o empreendedor torcer para o clube ao qual a franquia está vinculada. “Não é um pré-requisito, mas é natural que a procura maior seja de torcedores do time. O que buscamos são empresários com capital para investir e capacidade de gestão”, diz.

Segundo o executivo, a empresa está em negociação com mais dois clubes paulistas e um carioca para o lançamento de franquias na área de alimentação, mas não revelou quais. “Devemos anunciar a parceria ainda no mês de junho”, declara.

Baixo rendimento do time em campo pode afetar franquia

O repasse de verba para os clubes pelo uso da marca está embutido na taxa de royalties, paga mensalmente pelo franqueado à franqueadora. No caso dos quatro clubes, a cobrança será de 7% sobre o faturamento bruto do mês. Segundo o presidente da consultoria Fran Systems, Batista Gigliotti, o percentual é considerado alto e está acima da média para franquias de alimentação, que é de 5%.

“É um custo a mais que o franqueado terá todo mês e deverá levar em conta antes de investir no negócio”, afirma. O consultor também alerta que o desempenho da franquia pode ser prejudicado pela performance do time dentro de campo.

“Assim como acontece com as camisetas e outros produtos licenciados, se o time vai mal, as vendas caem. É possível que uma lanchonete ligada a um clube sofra com o mesmo problema”, afirma. “Além disso, a escolha do ponto tem de ser cuidadosamente estudada para não ser aberto em local onde há poucos torcedores do clube.”