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Transformação digital ainda impacta as redes de educação

Transformação digital ainda impacta as redes de educação
(Da esq. à dir.) Beto Silveira, Rogério Flausino, Jefferson Vendrametto e Bruno Gagliardi

Franqueadores contam como os desafios e inovações impulsionam as evoluções do segmento de Educação, que caminha para a omnicanalidade. 

Dando continuidade à programação da Franchising Week, Tom Moreira Leite, presidente da ABF, abriu o Seminário Setorial de Redes de Educação e frisou a importância da transformação digital para uma educação mais livre e completa por todo o País. “Assim como a economia e a educação de forma geral, esse é um dos segmentos do franchising que vem sendo muito impactado pela digitalização, a fim de promover maior capacitação às próximas gerações”, salientou.

Bruno Gagliardi (Centro Britânico/Brasil Canadá), coordenador da Comissão de Educação, também apresentou dados do mais recente estudo da ABF sobre o segmento, que constatou ser o melhor para se empreender nos quesitos: segurança, recorrência, propósito e resiliência.

“Educação é o fio condutor da vida”, afirmou Adir Ribeiro (Praxis Business).  O executivo também afirmou que os dados mostram que as redes de alto nível entendem que sempre devem compartilhar a jornada em meio à capacidade de se reinventar e gerir novos processos de evolução. “A liderança ambidestra desafia as franqueadoras, os empreendedores e colaboradores. Ainda somos empresas multicanais em processo de omnicanalidade”, afirmou.

Sob a moderação de Rogério Gabriel (MoveEdu), diretor-adjunto de Planejamento Estratégico da ABF, o painel inicial teve o tema Transformação de educação livre. Os especialistas renomados do segmento que discutiram o assunto foram: Ribeiro, Frederico Mendes (Bank of America), Wilson Diniz (Cruzeiro do Sul) e Ryon Braga (Faculdade Multiversa).

Em seguida, Turnaround em franquias de educação foi o tema do painel que contou com o fundador e CEO da Praxis Business, Rodrigo Moura (Happy), Fernanda Tellian (Centro Britânico), Tathiana Tavares e Luiz Moraes (Supera), membro da Comissão de Educação da ABF e moderador do painel.

O debate final girou em torno da Educação projeto de vida. Participaram: Adir Ribeiro, Beto Silveira (Brasil Canadá), Rogério Flausino (Jota Quest/Brasil Canadá), Jefferson Vendrametto (Cebrac) e foi moderado por Gagliardi.

Transformação da educação livre
As mudanças significativas de consumo do aprendizado no online fizeram com que as redes de educação enfrentassem grandes desafios durante a pandemia do coronavírus. O diretor-adjunto de Planejamento Estratégico da entidade reiterou que “as educadoras ainda estão lidando com essas mudanças e se adaptando às transformações, tanto nos modelos de ensino, quanto aos alunos de diferentes realidades. Uma constante evolução em um segmento que antes era mais básico”, afirmou Rogério Gabriel.

Segundo Frederico Mendes, antes da pandemia, 5 milhões de estudantes no Brasil assistiam aulas presenciais e hoje são 3 milhões. “O online vem sendo adotado cada vez mais pelas pessoas e podemos verificar a inclusão muito maior de alunos de diferentes classes sociais. Hoje, temos em torno de sete milhões de estudantes no País de várias realidades e é uma tendência que chegou para ficar”, salientou.

Para Wilson Diniz, conforme a tecnologia vem evoluindo, ela colabora com o compartilhamento da educação mais democrática para perfis de estudantes diversificados. Na visão do especialista, uma marca de educação motivadora e engajadora muda a concepção de seus alunos sobre o aprendizado. “Como ofertadores, as redes de educação têm que ter a cultura muito bem definida para uma maior proatividade. Os perfis de estudantes e suas mudanças de consumo devem ser sempre monitorados e compreendidos, visto que hoje em dia temos o aluno que só estuda, o que trabalha na área, o que não trabalha na área, o que não tem tempo etcétera”, observou.

Na visão do CEO da Faculdade Multiversa, hoje vivemos a ambiguidade da educação básica não regulada querer aproveitar os benefícios da regulada em um processo de verticalização: temos escolas, faculdades, provedoras de cursos profissionalizantes e aceleradoras que garantem a empregabilidade neste sistema. “As empresas geram novos cursos de acordo com o modelo definido (EAD, presencial ou síncrono) e disponibilizam certificados de especialização. No entanto, o diploma ainda é um objeto de desejo, principalmente, das classes C, D e E, enquanto a A e B prezam pela experiência. O que de fato impacta a vida do estudante e melhora a jornada em um curso é o valor agregado”, disse Braga.

Turnaround em franquias de educação
Em seguida, Luiz Moraes conduziu o segundo painel que abordou as reviravoltas educacionais no Brasil e o impulso da digitalização. “A pandemia nos fez colocar em prática as inovações no segmento como um todo, principalmente dos cursos regulados e dos imediatos. O aprendizado nada mais é do que uma extensão de nós, seres humanos, que nos reinventamos e nos adaptamos a todo instante. Fazer com que o franqueado e o aluno estejam engajados é essencial”, afirmou o executivo da Supera.

Nas redes de educação, o franqueador deve entender o seu papel e suas funções, bem como o franqueado, que juntos trabalham de forma interligada para a satisfação do cliente final. Neste contexto, Rodrigo Moura se viu responsável por realizar mudanças rápidas e manter a qualidade do ensino às crianças no início da pandemia. “Corri para capacitar todo o meu time e obtive resultados incríveis com os alunos e os pais. A conclusão que cheguei foi: onde há crise, há oportunidade”, observou.

Fernanda Tellian acrescentou, ainda, que as franquias de serviços passam por vários desafios, mas o maior é fazer a equipe entender a sistemática que está no papel e a gestão desta na prática. Para a diretora do Centro Britânico, “a parte pedagógica é muito importante, mas é imprescindível ficar atento ao interno do seu negócio e observar o seu aluno. O maior desafio é entregar o que realmente se vende na hora da matrícula”, ressaltou.

A executiva da rede Supera também falou sobre suas experiências positivas, negativas  e aprendizados adquiridos como dona de um negócio. “No setor de serviços, vendemos expectativas e, no meu caso, o público de idosos se tornou uma incerteza gigantesca em meio à pandemia. Nesse momento, eu intensifiquei as tentativas de solucionar as dores dos meus clientes e diversifiquei a entrega de conteúdos aos meus alunos. A franqueadora deve dar suporte em todos os momentos e o franqueado tem que saber fazer tudo, mas aprender a gerir pessoas (colaboradores e clientes) foi um dos meus fatores de sucesso”, contou Tathiana Tavares.

Educação – projeto de vida
Para falar de aprendizado constante, Rogério Flausino contou no último painel sobre sua relação com o segmento de Educação, e o seu crescimento pessoal como filho de pais educadores. “Apesar de ser músico, sou formado em Ciência da Computação e a educação me ensinou a ter perseverança e encontrar o meu propósito. Com a proposta da franquia Brasil Canadá, eu pude estar mais à frente de mudar a vida das pessoas e levar o conhecimento educativo para as crianças, e a ideia de colher os resultados dos nossos clientes quando eles se tornarem cidadãos me fascinou”, disse.

A proximidade e interesses em comum com a educação são pontos extremamente favoráveis para quem quer abrir uma franquia de educação. Beto Silveira frisou que “é um segmento que lida com crianças e pais, no caso da Brasil Canadá, e não dá para abrir o negócio e fechar deixando os alunos sem aula, frustrados e sem respaldo. Receber um feedback positivo dos pais e acompanhar as conquistas dos alunos mostra que a educação é o meu propósito. A história dos meus alunos é a minha e da escola”, afirmou.

Para Jefferson Vendrametto, a base da educação é o questionar. “A interrogação é mais bonita do que a exclamação”, observou. “Ao questionar as afirmações, você intensifica a sua atenção, raciocínio e conhecimento em qualquer idade, e a capacidade de aguçar essas habilidades nos professores e alunos transforma a vida”, disse. Ainda segundo o especialista, no contraponto, temos a tecnologia com todas as respostas nas mãos, mas ainda há a necessidade de saber fazer a pergunta certa, questionar as respostas robotizadas e colocar em prática”, concluiu o diretor do Cebrac.

Depoimentos
“Franquia é educação, é a transferência do conhecimento para o franqueador, franqueado e colaboradores da marca. O painel apresentou pontos sobre o sucesso de uma rede educativa que é consequência das transformações causadas nas vidas das pessoas, seja por meio de propósito, engajamento e satisfação pessoal. Neste segmento somos educadores e empresários”, afirmou Laura Santos (Multbranding Franchising).

“Os painelistas abordaram a educação do franqueado que deve ser baseada na constante procura por conhecimento, trocas e serviços de qualidade. É de suma importância que ele conheça o negócio de ponta a ponta e tenha todo o respaldo da franqueadora para manter a rede estruturada”, frisou Aline Viana (AV Franchising).

Foto: Jardiel Carvalho