No Talk Show, Gabriela Prioli, Denise Fraga e Zeca de Mello levaram o público a refletir sobre estarmos prontos ou não para as transformações que vivemos.
Evento que aconteceu entre os dias 21 e 25/6 trouxe importantes temas para discussão e apresentou tendências e rumos para o setor
“Estamos prontos para refletir sobre as transformações que vivemos?”. Este foi o tema do talk show que marcou o encerramento da segunda edição online da ABF Franchising Week, nessa sexta, 25/6. Comandado pela advogada, comentarista política e apresentadora da CNN Brasil, Gabriela Prioli, a roda de conversa contou com a participação, ainda, da atriz, colunista e escritora, Denise Fraga, e do teólogo, palestrante e professor da Fundação Dom Cabral, Zeca de Mello. Com um público virtual superior a 10.500 pessoas, a Semana do Franchising iniciada no dia 21 trouxe importantes temas para discussão e apresentou tendências e rumos para o setor.
Gabriela iniciou sua participação discorrendo acerca da importância que o franchising tem para a economia brasileira e se disse surpreendida ao perceber que o segmento é responsável por 3% do PIB brasileiro, e que emprega milhões de pessoas. Citou também que, apesar de vivermos em tempos de pandemia e isolamento social, o encontro só foi possível graças às tecnologias digitais. Partindo deste princípio e do contraponto existente entre a digitalização e a humanização, lançou perguntas “provocativas” do tipo: “Diante do potencial desumanizador da tecnologia, como resgatar o ser humano?”; “como estar próximo do outro, mesmo estando distante?” e “o que fazer para que o digital se torne mais humano?”.
Segundo Zeca de Mello, estamos dispostos a aprender, a desenvolver o pensamento crítico e reflexivo, e empático. No entanto, ele chamou a atenção para um aspecto muito importante: “Corremos o risco de ficarmos presos à superfície, apenas respondendo a estímulos”. Para ele, “faltam espaços para o silêncio e para a reflexão”. Neste sentido, Gabriela acrescentou dizendo que “passamos o dia todo com a atenção tragada de um estímulo para o outro”.
Gentileza e confiança para mudar o mundo
A partir daí, Denise interviu chamando a atenção para a importância da gentileza e da empatia, o que acabou se tornando o mote principal da conversa entre os três. Para ela, os empresários deveriam apostar na gentileza para terem negócios mais rentáveis. “Gentileza é uma estratégia e ser gentil não significa ser falso”.
Segundo Zeca, a agressividade é algo que já se faz muito presente no nosso dia a dia, em expressões como “bater a meta”. Já Gabriela reiteirou dizendo que as falas gentis são taxadas de ingênuas, mas que as negativas não. “Quantas vezes fazemos afirmações negativas sobre nós mesmos? Por que ninguém acha isso ingênuo?”, provocou.
A respeito de declarações negativas, Denise indagou o porquê de tanto se falar da cultura do cancelamento, das lacrações e falar muito pouco da generosidade consigo mesmo e com o outro. Sobre o outro, ela foi categórica ao dizer que precisamos do outro. “Os outros é que me lembram quem eu sou”.
E isso tem muito a ver com os valores que comunicamos. Em relação a isso, Gabriela voltou o assunto para o mundo corporativo: “Como colocar em prática o valor que sua marca comunica?”, questionou. Zeca disse que isso tem a ver com a ética e com a confiança e que tem havido uma transformação das lideranças e das organizações. “Além de elementos como performance, eficiência e rendimento, é preciso ir além e integrar as ‘humanidades’”, afirmou. Neste ponto, para ele, é preciso se estabelecer uma relação de confiança. “Confiança é aliar o discurso com a prática. Um verdadeiro líder deve ser empático e cuidadoso a fim de criar um ambiente em que a confiança possa aparecer. As marcas têm que ser dignas da confiança do outro e quem decide se confia em uma pessoa ou em uma marca é justamente o outro, não você”.
Ao fim da conversa, Denise se dirigiu a quem assistia ao talk show e fez um pedido: “Surpreenda o outro com seu afeto, sua escuta”. Ela ainda explicou que o lema da bandeira brasileira está incompleto. “A frase que deu origem à bandeira brasileira foi criada pelo filósofo francês Auguste Comte, que dizia: ‘O amor por princípio e a ordem por base. O progresso por fim’. O amor foi retirado, mas precisamos que volte o quanto antes. Só isso vai nos salvar”, concluiu.
Imagem: ABF/Reprodução