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“Starbucks do Oriente Médio” planeja chegar ao Rio em 2015

Valor Econômico – Elisa Soares – 09/09

O gosto do brasileiro pelo cafezinho atrai mais redes estrangeiras. Além da americana Starbucks, que estreou no Brasil em 2006, chega ao Rio no primeiro trimestre de 2015 a cafeteria PappaRoti. É considerada a “Starbucks do Oriente Médio”.

A cafeteria tem como carro chefe um pãozinho de café e caramelo com recheio de manteiga, que dá nome à rede. O “papparoti” é um alimento com muito apelo nos Emirados Árabes. “Pegamos um produto que já existia e transformamos em uma cafeteria”, disse ao Valor Rasha Al Danhani, empresária muçulmana de 36 anos. Ela tem a licença, negociada com a PappaRoti, uma empresa da Malásia que produz o pãozinho congelado, para comandar a cafeteria PappaRoti no Oriente Médio, África do Norte e alguns outros países.

A marca está presente em mercados como Bahrain, Kuwait, Omã, Qatar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, e em alguns países do Sul da África. Ao todo são 450 lojas, sendo 148 próprias. O faturamento anual da PappaRoti é de cerca de US$ 45 milhões, com lucro em torno de US$ 15 milhões. Os valores são contabilizados na moeda local, o dirham (DHS). Um dólar equivale a 3,70 DHS.

O custo para abrir uma franquia é de US$ 400 mil, porque inclui decoração luxuosa, conforme contou ao Valor o diretor criativo da marca, Vincenzo Visciglia. Ele é brasileiro, radicado em Dubai, e teve grande participação na decisão de trazer o café para o Brasil.
“Vamos começar pelo Rio, onde tenho mais contatos. Será um pouco de Dubai no Rio. A gente está buscando locais nos aeroportos, no Porto, em Ipanema, na Barra, dentro dos shoppings. Logo depois abriremos em São Paulo”, disse Visciglia. O executivo ainda não sabe quanto vai custar uma filial no Brasil, e a idéia é que a primeira loja seja própria, como uma vitrine. “Já estamos agendando reuniões para interessados em abrir franquias”, disse Visciglia. O cardápio de comidas vai ser tropicaliza- do, mas o pão será importado e o cardápio de bebidas também.

O fato de Rasha ser uma empresária impressiona. “Ser mulher hoje em dia, especialmente em Dubai, é mais fácil do que antes. Antes a lei era muito severa, a mulher não podia trabalhar em diversas áreas, tinha que trabalhar no salão de beleza, com moda, em negócios que você só convivia com outras mulheres. Agora está melhor, somos bem educadas, o governo nos apoia em todas as áreas. E a mulher tem um papel importante”, conta a empresária, formada em Marketing e Administração de Empresas.

Ainda assim, ela observa que as pessoas ficam surpresas. “Uma mulher à frente de uma grande rede de franquias de cafés, as pessoas sempre vão olhar surpresas ou curiosas. Mas nós muçulmanas somos fortes, capazes de ter negócios e ser bem sucedidas em qualquer área”, diz Rasha. Antes de se tornar empreendedora, Rasha teve diversos empregos. Trabalhou no setor público, depois em uma multinacional e depois em um banco de desenvolvimento.