Nesta terça (28/7), cinco entidades representativas do varejo se reuniram para discutir a formação de uma agenda conjunta positiva para o setor durante o Brazilian Retail Week – BRWeek. Promovido pelo Grupo Padrão, o evento ocorre no Hotel Transamerica, em São Paulo, e deve reunir cerca de 3 mil executivos do varejo de todo o País até amanhã, 29/7.
O tema foi debatido no painel “Uma agenda construtiva para o varejo brasileiro” que contou com a participação do presidente da Comissão de Ética da ABF, Gustavo Schifino, da diretora executiva do Instituto para o Desenvolvimento do Varejo – IDV, Fabíola Xavier, do presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers – ABRASCE, Glauco Humai; do presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas – CNDL, Honório Pinheiro, e do vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo – ACSP, Nelson Felipe Kheirallah. Coordenado pelo jornalista Ricardo Boechat, o painel também contou com a participação do secretário de comércio e serviços do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Marcelo Maia.
Os painelistas concordaram que embora seja representativo em termos de volume de empregos e geração de renda e impostos, o setor varejista não se faz escutar tanto quanto alguns setores sociais marginalizados e a indústria de forma geral. Para eles, isso ocorre dado o grande volume de entidades representativas do setor e a baixa articulação. Esse panorama, porém, já começou a mudar com um movimento de 15 entidades do varejo que, há cerca de um ano, se uniram para elaborar uma pauta de demandas comuns e leva-las conjuntamente ao Poder Executivo.
Durante o debate, a representante do IDV, por exemplo, pontuou que a dificuldade de união, muitas vezes, se deve ao tamanho e à complexidade do setor, mas que alguns canais como os shoppings e as franquias estão mais unidos, em virtude da maior similaridade de suas demandas. Na mesma linha, o presidente da ABRASCE lembrou que até as relações humanas e a tributação no varejo são mais complexas, o que dificulta a formação de pleitos comuns.
Simplificação
Uma pauta comum elaborada pelo grupo de entidades varejistas, da qual a ABF faz parte, abrange três pontos: a proteção do emprego, maior acesso ao crédito e a manutenção dos níveis de renda. Também foi consenso entre os debatedores a necessidade de simplificação de impostos e a redução da burocracia, em diferentes níveis do Estado, além de uma aproximação organizada ao Governo.
O secretário Marcelo Maia se mostrou aberto a essas questões. Ele explicou que a área de comércio e varejo dentro do Ministério é relativamente nova, mas a percepção da importância deste setor vem crescendo no governo. Maia estimulou a articulação das entidades e pediu apoio na defesa de temas que envolvem outros Ministérios.
Schifino ressaltou que o franchising “fez sua lição de casa”, apresentando um crescimento no primeiro trimestre de cerca de 9%. “Mesmo que o ambiente macroeconômico impacte nosso mercado, ações práticas como linhas de financiamento com o aval do Sebrae com dois bancos se mostraram bem-sucedidas. Com isso, muitos empreendedores têm buscado no franchising um canal para empreender. Esse é o momento também em que as boas marcas se destacam”, afirmou o presidente da Comissão de Ética da ABF, que pontuou, ainda, que essa movimentação pode ser uma boa referência para o País superar mais rapidamente a atual situação econômica.
Fotos: Keiny Andrade