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Redes têm UTI para salvar Loja problemática

O Estado de S.Paulo – Gisele Tamamar – 26/11

Empresário que deseja atuar no segmento deve levar esse tipo de serviço em conta antes de optar por uma marca no setor

O cliente não aparece, a loja não vende, a rotatividade de funcionários é grande e a gestão, problemática. Para evitar que os franqueados caiam nesse ciclo e desistam da operação, um grupo de redes oferece um trabalho para ‘salvar’ estabelecimentos com dificuldades, uma espécie de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de franquias.

Do ponto de vista de quem pensa em empreender, saber quais marcas oferecem esse tipo de serviço faz parte da lição de casa do futuro empresário antes dele efetivamente decidir sobre onde investirá.

O trabalho, inclusive, envolve a ida de profissionais da rede nas lojas para diagnosticar e ajudar unidades que estão com faturamento baixo.

No Big X Picanha, por exemplo, esse trabalho começou há um ano e meio, quando a franqueadora iniciou um treinamento em campo com duração de três dias. Se a unidade tem dificuldades mais sérias, o trabalho é estendido para 15 dias ou mais. “Problemas operacionais, como treinamento de vendas, e de gestão, como descontrole dos custos, são os principais”, afirma Rita Poli, diretora de franquias da rede.

Desde o início do programa, oito unidades já passaram pelo processo e o aumento no faturamento chega a 50%. “Nós respeitamos o investimento que o franqueado faz. Nós tentamos ajudar e deixamos o repasse (mudança de dono) para o último caso”, diz Rita.

O franqueado Carlos Roberto Borges e sua filha Renata estavam a ponto de desistir da operação no Shopping Eldorado quando contaram com a ajuda da rede. Os funcionários foram trocados, o visual da loja alterado e as orientações seguidas. O faturamento mensal de R$ 75 mil passou para R$ 110 mil em três meses e hoje chega a R$ 150 mil. “A loja está dando um bom resultado graças a intervenção”, afirma Carlos.

O apoio da marca também foi fundamental para a unidade da Jin Jin Wok em Franca. Inaugurada em 2009, a operação não apresentou os resultados esperados. “No começo, tivemos meses que faturamos R$ 24 mil e tivemos dias que faturamos R$ 290”, conta o franqueado Paulo Lemos.

A ajuda do Grupo Ornatus, dono da marca, veio por meio de orientação, isenção de royalties e até participação do dono da franquia em uma negociação com o shopping devido à inadimplência. “Precisamos fazer um ajuste, corrigir o rumo da loja e eles foram muito parceiros nesse sentido. Não foi pouco o que eles fizeram”, conta Lemos, que hoje registra faturamento médio de R$ 180 mil.

As unidades de Florianópolis e São José da Ortodontic Center também tiveram ajuda. O casal Kawana e Paulo Cordeiro era sócio das unidades adquiridas pelo tio de Kawana. O trabalho refletiu em aumento no número de pacientes. Na unidade de São José, os 280 atendimentos no começo do ano passaram a 600. “O diferencial é justamente esse: o treinamento em campo para ver como funciona”, diz Cordeiro.