Especialistas analisaram os temas em painéis do Pós-IFA, detalhando tendências na expansão internacional, plano de marketing e pontos de atenção nos aspectos jurídicos.
Na segunda etapa do Pós-IFA ABF 2023, curadores da missão analisaram os eixos temáticos relacionados a internacionalização, marketing e aspectos jurídicos.
“Tendências em Expansão e Internacionalização” foi o tema abordado por Natan Baril, diretor internacional da ABF, e Eduardo Santinoni, sócio-diretor da Y Consultoria.
“Existe lá fora, e está começando no Brasil, um mercado de capitais de acesso secundário para empresas que ainda não têm capacidade de pegar empréstimo ou não são escaláveis aos olhos de fundos de investimento. É a BEE4”, observou Baril.
De acordo com Santinoni, “dados da plataforma Fran Connect apontaram queda no percentual de conversão de leads em 2022. Além disso, quase 10% desses contatos vêm por indicação e cerca de 70% das conversões ocorrem em contatos realizados em até quatro horas.”
O painel “Marketing e Soluções para as Redes” reuniu Denis Santini, sócio-diretor do Grupo MD, e Camila Yu Mateus, head de Marketing da Omo Lavanderias. Para Santini, “ter um plano de marketing local apoiado pelo franqueador faz todo sentido”.
“A mudança do fundo de propaganda para um fundo de marca é uma cocriação. Não é só feita por nós, franqueadores, mas deve ser vivida pelos franqueados,” pontuou Camila. E, do ponto de vista da franqueadora, afirmou: “Nosso papel principal como franqueadores é servir”.
Uma das marcas da Convenção da IFA são as mesas-redondas. Segundo Santini, mais de cem foram realizadas neste ano. “Todas as mesas que participei de marketing local na IFA foi comentado sobre o markerting digital. Setenta por cento da verba de mídia do mercado americano foi para os canais digitais e no Brasil esse índice já está em 60%, com tendência de chegar a 80%”, disse.
Aspectos jurídicos
O Pós-IFA ABF terminou com o painel “Aspectos Jurídicos: pontos de atenção”. Sob moderação do diretor jurídico da entidade, Sidnei Amendoeira, debateram o assunto as advogadas Renata Pin, sócia do escritório ARP Advocacia; Tatiana Sister, sócia do Barbosa, Müssnich/Aragão (BMA) Advogados, e Thalita Campos, sócia do DOeF Law.
O modo como o Brasil foi visto na Convenção deixou Tatiana entusiasmada. “Saí da IFA muito animada, porque o Brasil foi colocado dentro da América Latina como o grande protagonista, um país para ser investido,” disse. Ainda segundo a advogada, o fato de o país ter cerca de 90% de marcas nacionais revela esse potencial.
O fundo de propaganda foi analisado por Camila. De acordo com a advogada, “a mudança do fundo de propaganda para um fundo de marca é uma cocriação. Não é só feita por nós, franqueadores, mas deve ser vivida pelos franqueados.”
Já Thalita chamou a atenção para o cuidado que os empreendedores devem ter quanto ao registro do domínio de uma marca. “Nos EUA tem uma prática criminosa que é descobrir uma marca que está sendo criada, registrar o domínio dela na internet e depois vender para o autor. Atentem-se, portanto, para esse registro”, alertou.
O tema relacionado aos multifranqueados foi enfocado por Renata. “No caso do multifranqueado, é bom ter um contrato específico: qual é o know-how que a franqueadora quer efetivamente proteger? Quanto mais tangível for o contrato do multi, mais fácil evitar depois a transferência do conhecimento,” observou a advogada.
Concluindo, Amendoeira ressaltou: “O juiz americano tem a capacidade de adaptar uma cláusula contratual para torná-la válida. Chama-se ‘blue pencil rule’. Nos EUA, isso ganhou um espaço gigantesco. Temos que avaliar a possibilidade disso chegar ao Brasil.”
Foto: Keiny Andrade
