Por Robinson Shiba
Quando eu ainda era um estudante de Odontologia, viajei com um colega de faculdade para os EUA. Fiquei lá trabalhando por um ano inteiro e tive a chance de experimentar vários tipos de comida, desde os famosos hambúrgueres até a comida chinesa que vinha em caixinhas, como nos filmes. A comida chinesa foi uma das opções mais consumidas por mim, já que era uma alternativa barata e nutritiva.
Na minha volta ao Brasil, trouxe a idéia de abrir um delivery de comida chinesa, visto que não existia nada parecido aqui. Mas, meus familiares me convenceram a terminar a faculdade e deixar de lado esta idéia, que inicialmente não pareceu muito atraente. Terminei a faculdade e iniciei a carreira de dentista.
Como dentista, meu sangue empreendedor apareceu de novo e, rapidamente, montei três consultórios populares. Porém, a idéia do delivery de comida chinesa continuava na minha cabeça. Até que em 1992 consegui o apoio financeiro de meu pai, uma vez que as economias não eram suficientes para iniciar o negócio. Fui obrigado a me desfazer de dois dos três consultórios para completar o capital inicial. Ou seja, preservei um dos consultórios para que, se o negócio não fosse adiante, eu pudesse voltar a exercer a minha profissão.
Finalmente, em Outubro de 1992, inaugurei a primeira loja ‘China In Box’, no bairro de Moema em São Paulo, com vários diferenciais:
Folheto colorido com fotos dos pratos: naquela época as pizzarias utilizavam folhetos extremamente simples, sem cores ou fotos;
Embalagem diferenciada: as famosas caixinhas, pois até então os chineses utilizavam as desengonçadas embalagens tipo marmitex para fazer suas entregas;
Logomarca moderna e sem elementos da tradicional cultura chinesa: naquela ocasião existia um grande preconceito de que a cozinha chinesa era suja; sendo assim, adotou-se um certo distanciamento dos elementos tradicionais para caracterizar um novo conceito.
Após o sucesso da primeira loja, inaugurei a segunda um ano depois e mais quatro no ano seguinte, em sociedade com amigos. Nessa época, vários clientes também passaram a se interessar pelo negócio e perguntavam se tratava de uma franquia americana.
Com esta indicação, fui procurar uma consultoria de franquias, que me ajudou a formatar o ‘China In Box’ para expandir através deste sistema. Assim, em 1994, a marca participou da Feira de Franquias da ABF e no ano seguinte teve um crescimento bastante significativo, saltando de 9 para 45 lojas no final de 1995. A partir de então a marca se projetou amplamente na cidade de São Paulo e partiu para os demais estados brasileiros.
Atualmente, a maior dificuldade que tenho enfrentado está relacionada à estagnação da economia brasileira que afetou o movimento do comércio em geral. Para contornar esta situação, venho trabalhando continuamente com diversas promoções e evitando perder o público que teve sua renda reduzida.