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Limpezas residencial e comercial demandam soluções mais ecológicas

DCI – Vivian Ito – 18/02

Para especialistas do setor, a higienização com utilização de água tem dias contados. A tendência é do método econômico se consolidar no mercado e ter aumento da procura e da concorrência

Enquanto os espaços de lazer e os restaurantes sofrem com a falta de água, a procura por serviços de limpeza ecológica já começa acrescer. Todos buscam soluções que diminuam, de alguma maneira, o consumo do recurso.

Um exemplo é o setor de limpeza em domicílio. As redes de franquia Maria Brasileira e VIP House Mais contaram ao DCI que a taxa da demanda e de retorno de clientes tem aumentado de forma progressiva após o início do racionamento, em algumas regiões do País. “Tanto clientes corporativos como no varejo a taxa cresceu 20%”, afirmou o presidente da VIP House Mais, Marco Lisboa.

De acordo com o executivo, além de ter demanda maior pelo serviço, a empresa também tem sido procurada para realizar treinamento de funcionários de manutenção de escritórios, clínicas e condomínios. Para ele, a procura para abrir novas franquias também cresceu. “Antes realizávamos cerca de cinco consultas por dia. Agora estamos com 15 atendimentos diários.”

Atualmente, a franquia possui 14 unidades e a perspectiva é chegar a 100 este ano. Além de desenvolver novas soluções para a limpeza, a empresa também oferece o serviço de lavagem de carro e serviços pontuais como: higienização de tapetes, armários e colchões. Em média, cada unidade fatura de R$ 25 mil a R$ 30 mil. “O próximo passo é ter unidade móvel”.

Consumo

Para o gerente nacional de operações da Maria Brasileira, João Pedro Lúcio, isso ocorre porque o método de limpeza por profissionais economiza mais de 50% do recurso hídrico. Enquanto o gasto com a lavagem tradicional de uma calçada pode usar de 80 litros a 100 litros de água, a empresa utiliza apenas 5 litros. A mesma referência para a lavagem de louça. O método comum utiliza de 40 litros a 50 litros de água. Já o padrão da Maria Brasileira é de gastar no máximo 15 litros.

Lúcio explica que a empresa já possuía produtos de limpeza e métodos de trabalho ecológicos. No entanto, após a crise o número de operações para a redução de água aumentou. “Com isso, começamos a ver uma movimentação diferente no mercado. O índice de retorno e de indicação de clientes aumentou.” Para ele, o crescimento da demanda iniciou em dezembro, quando a falta de água se tornou mais freqüente no Estado de São Paulo.

Agora, a Maria Brasileira estuda novos projetos, entre os quais está um novo modelo de limpeza onde não seja necessário utilizar a água do cliente. “É um projeto futuro, mas que não está tão distante”, brinca. Hoje, a franquia tem 100 lojas e prevê dobrar até dezembro.

Demanda

A Quality Lavanderia também tem registrado aumento na procura pelos serviços com a falta de água em São Paulo. “A demanda em nossas unidades cresceu 40%, o que mostra que os clientes estão realmente cada vez mais preocupados em economizar o recurso”, explica o gerente operacional da Quality, Ricardo Monteiro.

A tecnologia usada nos equipamentos de todas as lojas da rede reduz o gasto de água em 70%, se comparado as máquinas domésticas, e consome apenas oito litros de água em cada lavagem. “Além disso, nossas máquinas usam produtos biodegradáveis e as lojas estão preparadas para ficarem até dois dias sem água”, completa o executivo.

Monteiro também informou que todos os franqueados são orientados a utilizar as máquinas com capacidade máxima, de modo a, assim, economizarem água e energia.

Consolidação

O segmento de lavagem de carros também tem sido atingido de forma positiva para quem tem soluções a seco. No caso da AcquaZero, a demanda aumentou 30% nas cidades onde houve falta de água e a procura pela franquia cresceu em torno de 50%. “Mas, a concorrência também tem crescido. Na última feira do Sebrae observamos quatro novas redes e isso nunca tinha acontecido”, disse o diretor da AcquaZero, Marcos Mendes.

Em novembro de 2013, a rede possuía 150 unidades e nos últimos dois meses atingiu 180. “A expectativa é que consigamos 20 lava-jatos por mês”, afirma Mendes. Para ele, a procura deve ser maior em regiões como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que estão com previsão de um cenário mais agravado. “Porém, a falta do recurso tem sensibilizado todo o País e essa conscientização deve ser permanente e consolidará este mercado”.

Prevendo a falta de água devido à cultura inconsciente da população, Anderson Silva, diretor da TRC Sustentável criou uma rede de franquias que oferece tecnologia de redução água. Além de oferecer sistemas que podem diminuir o consumo, a franquia também fornece consultoria para detectar os principais pontos que devem ser melhorados no prédio. Com o serviço é possível reduzir o gasto em cerca 60%. As soluções são fornecidas para edifícios residenciais e comerciais, o que muda é o modelo de remuneração entre ambos. No caso de uma empresa, a TRC pode atuar como gestor da economia de água da companhia e faturar 50% da redução atingida mensalmente. Entre seus clientes, a TRC tem unidades do Carrefour, Wise Up, Giraffas, Extra e Banco do Brasil. 0 faturamento da rede em 2014 foi de R$ 780 mil e a previsão para 2015 é R$ 4,5 milhões.