Diário do Comércio – 22/07 – Barbara Oliveira
Soluções certas permitem avaliar o giro de mercadorias, controlar os estoques e melhorar a rentabilidade com precisão
Os segmentos de franquias de moda roupas, calçados, acessórios e o de alimentação, com fast-foods, restaurantes e lanchonetes, dependem muito de uma boa gestão para terem resultados positivos. Pedem um gerenciamento complexo pelo número de itens envolvido e pela necessidade de se controlar o giro de estoques. Sem esse controle tanto na frente de caixa como no back office da empresa, comerciantes terão mais dificuldades em avaliar exatamente de quanto foi o seu lucro ou prejuízo, como poderão transformar as perdas em lucratividade, e de que forma seus produtos estão girando dentro das lojas e nos estoques.
Como a concorrência é muito acirrada em ambos os segmentos, é importante que os comerciantes não abram mão de sistemas que os auxiliem em todas as etapas. É consenso que o varejo brasileiro já aderiu a algum tipo de automação comercial, seja na frente ou na retaguarda, mas consultores avaliam que a maioria dos varejistas ainda não controla rigidamente as vendas. Além disso, os softwares são usados quase sempre para atender à legislação (com emissão de cupom fiscal e para evitar sonegação) enão para tornaro negócio mais rentável.
Desde que passou a adotar a ferramenta de controle Gestor, do grupo Cigam, um software criado para atender as franquias de moda, a rede Carmen Steffens passou a colecionar prêmios de Excelência em Franchising, ganhou produtividade e ampliou seu número de franqueados. “A rede utiliza o Gestor há oito anos, e desde então não parou mais de crescer”, diz o gerente de varejo da marca, Rodrigo de Fernando.
A Carmen Steffens vende calçados, roupas e acessórios, está com 500 lojas franqueadas no Brasil, Estados Unidos, Europa e Oriente Médio.
Gustavo Marques Dias, diretor do Gestor dentro da Cigam, diz que moda é um dos setores do varejo que mais cresce no Brasil e também um dos mais complexos, pela variedade de itens, sazonalidade de produtos, tamanhos e cores. Por isso, é fundamental dispor de sistemas que controlem tudo o que entra e sai das lojas e também os estoques.
“Com o programa, as franquias e multimarcas vêem nas telas os relatórios emitidos (são mais de 250 relatos feitos pelo software)”, conta Dias. Assim, gerentes ou donos podem avaliar os pontos que mais vendem, os funcionários menos produtivos, quais são os modelos de roupa, caIçado ou acessório que têm maior saída na estação e quais ficaram estocados e precisam ser colocados na vitrine ou serem itens de liquidação.
Essas ações de marketing e de gestão complementam os módulos básicos do Gestor: metas, finanças, controladoria, cálculo de comissionamento de equipes de vendas, demonstrativo de resultados, contas a pagar, a receber, impostos, e ainda auxílio na contabilidade da empresa. Fernando, da Carmen Steffens, explica que com a análise do comportamento das vendas em cada unidade da rede é possível entender que estilo de roupa ou calçado é mais usado por região do País. “Com esses resultados montamos grades para os diversos climas, regiões e ti pode consumidora. Isso é importante porque as coleções de calçados no mundo da moda mudam a cada três meses. Com a ferramenta também criamos melhores catálogos efazemos campanhas mais diretas,” diz.
A próxima inovação da marca será o uso da tecnologia RFID (leitura por radiofreqüência) para identificar, em tempo real, os produtos que devem ficar mais visíveis para os clientes.
Ronaldo Matos, dono de três credenciadas da marca infantil One Store Marisol, em Florianópolis, utiliza o programa há cinco anos. Em março, integrou o software com o e-commerce. “Agora temos controle dos estoques nas quatro unidades, e quando vendemos um item na loja física, ele também baixa do site automaticamente. Antes, tudo era feito manualmente e dava muita confusão”.
Matos diz que trabalha com 50 mil peças por ano e que sem um programa de gestão seria impossível controlar tudo isso, assim como saber a margem das vendas e o giro dos produtos.
Nos restaurantes e lanchonetes a automação mais visível é na frente de caixa e nas mãos dos garçons e maitres, que anotam os pedidos em dispositivos móveis para ordenar a elaboração dos pratos.
Mas os sistemas de gestão estão chegando à cozinha. Uma das novidades nessa área é o AlohaKitchen da NCR, com. Luiz Bento, diretor comercial da NCR Hospitalidade, observa que a solução analisa o tempo de produção de cada refeição e gerencia o disparo dos itens que compõem cada pedido para que eles fiquem prontos ao mesmo tempo. Ou seja, sincroniza o preparo década refeição.
“Para isso, são colocadas telas gráficas próximas às áreas de produção. Numa lanchonete onde são servidos hambúrgueres, por exemplo, são instalados os monitores de vídeo perto da grelha, no local da chapa, perto do fogão (para frituras) e na área de montagem do prato. Sempre que um operador terminar a sua tarefa, ele aperta no botão da sua tela e avisa a expedição, e esta, por sua vez, sincroniza todos os pedidos e os coloca na bandeja”, explica Bento.
Além de gerenciar os tempos de preparo de cada item – batatas, filé, extras – a solução AlohaKitchen substitui o pedido em papel e acaba com aquela gritaria e falta de organização na cozinha. Com isso, avalia Bento, o serviço ganha agilidade, controle da produção e são evitados erros nos pedidos. Cerca de 150 clientes da NCR já instalaram o software Kitchen, um deles é a rede Casa do Pão de Queijo.