A ABF apurou um crescimento nominal de 8,1% na receita do setor no 2º trimestre deste ano comparado ao mesmo período de 2015 – ritmo semelhante ao crescimento registrado nos primeiros três meses do ano, que foi de 7,6%. O faturamento no 2º trimestre subiu de R$ 32,537 bilhões para R$ 35,180 bilhões (confira no gráfico). Fatores como o aumento de custos, a baixa atividade econômica e a escassez de crédito continuam a impactar o setor, mas a leve melhora na confiança do consumidor se refletiu em alguns segmentos. A estabilização do dólar em níveis mais baixos e o interesse de profissionais egressos do mercado de trabalho por empreender por meio do franchising também influenciaram positivamente o setor.
“A economia brasileira e o franchising parecem se encaminhar para uma situação de maior estabilidade. Depois de 12 meses de muito trabalho, com ações como redução de custos, busca por maior eficiência, renegociação com fornecedores e até revisão de mix de produtos e de modelos de negócios, grande parte do ajuste necessário foi realizado. Esperamos agora que, com o consumidor lentamente recuperando sua confiança e a potencial estabilização no campo político, possamos buscar melhores resultados. Entendemos também que as ações de estímulo ao consumo, que foram muito importantes nos últimos meses, devem continuar a fim de manter o interesse do consumidor”, afirma a presidente da ABF, Cristina Franco.
Considerando-se o primeiro semestre de 2016, o faturamento do setor variou positivamente 7,9% e o número de unidades 9,6% (veja no gráfico).
Já no acumulado de 12 meses, a receita do setor variou positivamente 7,9%, conforme o gráfico:
“Creio que o trabalho em rede e a natureza colaborativa do franchising continuem a falar mais alto, o que se reflete em nossos números. Além disso, muitas redes e empreendedores têm aproveitado as melhores condições comerciais nos pontos de venda para já estarem posicionados para quando a economia começar a acelerar. Mais uma vez, o franchising foi o último a sentir mais fortemente os impactos da piora do quadro macroeconômico e será o primeiro a se recuperar”, observa Cristina Franco.
O setor registrou um índice de expansão de 3,6% em unidades de franquia em relação ao ano de 2015, totalizando 143.866 unidades. A variação do número de unidades no período representou um incremento de 2.612 novas operações de franchising no Brasil.
“A estabilização do dólar em níveis mais baixos contribui com os ajustes que as redes já vinham realizando, especialmente reduzindo a pressão de custos sobre insumos e produtos acabados. Notamos também um grande movimento de renegociação de condições nos pontos comerciais, seja na redução de aluguéis e/ou a mudança ou reformatação dos pontos. Esse movimento corrigiu desequilíbrios e abriu portas para novos entrantes”, afirma Claudio Tieghi, diretor de inteligência de mercado da ABF.
Dentre os segmentos que apresentaram maior crescimento no segundo trimestre de 2016 comparado a igual período do ano anterior, destacam-se: Esporte, Saúde, Beleza e Lazer (15%), Acessórios Pessoais e Calçados (10%), Negócios, Serviços e Outros Varejos (10%), Lavandaria, Limpeza e Conservação (9%) e Serviços Automotivos (9%). O segmento de Esporte, Saúde, Beleza e Lazer reflete a tendência já consolidada da busca pela saúde e bem estar, mas este trimestre ainda teve a seu favor a proximidade das Olimpíadas que deixou o tema Esportes em evidência. Além disso, o subsegmento de Cosméticos foi impulsionado por novos canais de venda, especialmente a venda direta. O segmento de Acessórios Pessoais e Calçados foi potencializado por dois fatores: a compra de itens relacionados ao mundo do trabalho (apresentação pessoal) e a diversificação de produtos de redes de óticas que eram especializadas em óculos de sol e passaram a atuar também com óculos de grau. Já Negócios, Serviços e Outros Varejos reflete a melhora no consumo de alguns itens básicos (compras em supermercados e postos de conveniência) e a demanda aquecida por serviços de marketing digital – mais acessíveis e com resultados tangíveis para enfrentar o momento atual. À semelhança do primeiro trimestre, os segmentos de Lavandaria, Limpeza e Conservação e Serviços Automotivos foram impulsionados por ações promocionais e o aquecimento do mercado de produtos e serviços para veículos usados, respectivamente.
Metodologia
Envolvendo o mercado como um todo, inclusive não associados, os números do desempenho do setor de franchising são apurados em pesquisa por amostragem, cruzados com levantamentos feitos por entidades representantes de setores correlatos ao sistema de franquias, órgãos de governo, instituições parceiras e de ensino. Auditados por empresa independente, os dados divulgados pela ABF são referência para órgãos governamentais de diversas esferas, entidades internacionais do franchising, como World Franchise Council (WFC), Federação Ibero-americana de Franquias (FIAF) e instituições financeiras.
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