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Em feira de negócios, casais representaram 30% dos interessados em uma franquia

Jornal O Globo – 21/04 – Amanda Wanderley
 
As franquias têm se destacado com uma opção atraente para quem quer começar a empreender. Na última feira da Associação Brasileira de Franchising (ABF) do Rio, em 2013, 25 mil pessoas estiveram presentes. E um perfil é cada vez mais recorrente em eventos como esse. Segundo Beto Filho, presidente da ABF-Rio, ao lado dos aposentados e dos estudantes, os casais são os que mais procuram informações sobre o negócio.
 
“É incrível a mudança de comportamento, nas últimas décadas. Antes, quando nós recebíamos um casal interessado em abrir uma franquia, normalmente era porque o marido queria dar uma ocupação para a esposa. Hoje em dia, vemos homem e mulher querendo construir juntos um patrimônio para a família, compara Filho que calculou que esse tipo de público é responsável por quase 30% das entrevistas realizadas na feira de 2013.
 
Christiane e Raul Bonan, casados há 18 anos, passaram a frequentar encontros de franchising com esse intuito. Ela trabalhava em banco; ele, em telefonia. Cansados, resolveram conhecer as opções de franquia e estudar os retornos que elas poderiam dar. “ No banco, chega uma hora que você não tem muito para onde crescer, e eu já tinha vontade de abrir meu negócio desde quando comecei a trabalhar — conta Christiane que era a mais animada dos dois na empreitada. Sou mais corajosa que ele. O Raul tinha receio porque tinha uma segurança maior e um bom salário”. 

Christiane largou primeiro o emprego para se dedicar à primeira franquia do casal, que abriu, em 2008, um Megamatte no shopping Cittá América. Seis meses depois, confiante do desempenho do negócio, Raul fez o mesmo e assumiu de vez o comando ao lado da mulher. “A gente se divide. Eu cuido mais do relacionamento com os funcionários, e ele fica mais à frente do operacional, mas, nas tomadas de decisão, agimos como fazemos em casa: sentamos para discutir. Foi-se o tempo que o homem dominava as relações. Tanto em casa, como no trabalho, estamos unidos”, destaca Christiane.

Hoje o casal tem quatro franquias da rede e está montando a quinta. Eles não pretendem convidar um sócio para a empresa. O melhor, para eles, é trabalhar com quem eles realmente confiam, o parceiro.

Confiança é a base do negócio de Paulo e Cândida Ferreira, donos de duas franquias do Sorvete Itália, em Ipanema. Casados há 38 anos, os dois abriram a empresa em 2001, quando Cândida se aposentou. “Eu vim sozinha, mas ele sempre estava aqui me ajudando porque eu não gosto da parte financeira. Depois, ele veio para ficar. Temos um ótimo relacionamento, com desentendimentos, como qualquer casal, mas resolvemos bem. O importante é que a gente confia um no outro”. 

Outra dupla que expandiu a relação para além do casamento é o administrador Nicola Colucci e a psicóloga Cristina Costa, que têm uma franquia de cachorro quente da Geneal, no NorteShopping.

Depois de sair do último emprego, Nicola passou um ano sem conseguir se recolocar no mercado. Cristina, por sua vez, já tinha um consultório onde atende seus pacientes e ajudou o marido durante todo o processo de escolha da marca e do ponto. “Não é fácil separar a relação de casados com a relação profissional. Às vezes, uma discussão pode tomar uma proporção diferente, mas a gente consegue contornar. Já são 30 anos de casamento, a gente se conhece bem, diverte-se Nicola”. “O melhor é que tivemos a ideia de abrir uma franquia para construir algo para nós, principalmente, depois que fiquei desempregado. E conseguimos alcançar esse objetivo juntos. compra de franquia”.