Um negócio sólido e bem-sucedido é baseado em princípios fundamentais. Como franqueada ou multifranqueada que sou, entendo que há várias boas práticas de gestão que devem ser adotadas para termos tais negócios, baseados num franchising íntegro.
Em primeiro lugar, é essencial entender completamente o modelo de negócio da franquia, incluindo seus produtos ou serviços, público-alvo, concorrência e diferenciais competitivos. É importante seguir todas as políticas, procedimentos e diretrizes estabelecidas pelo franqueador no Contrato de Franquia, mantendo uma relação de confiança e respeito mútuo. Definir metas específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e com prazo determinado para orientar as operações e alinhar essas metas e prazos constantemente com o franqueador também é uma prática relevante.
Gerenciar de perto as finanças, monitorando as receitas, despesas e fluxo de caixa, garantindo que o negócio seja rentável e sustentável a longo prazo também é algo essencial. Desenvolver um plano de negócios detalhado que aborde aspectos como estratégia de marketing, gestão financeira, recursos humanos, operações, e cronograma não pode de forma alguma ser esquecido. Selecionar cuidadosamente os funcionários e fornecer treinamento adequado para garantir que estejam preparados para atender aos padrões de qualidade e serviço da franquia, assim como buscar constantemente feedback dos clientes com objetivo de melhorar a experiência e fidelizar o cliente também são práticas importantes.
E por último e não menos importante, o franqueado deve estar aberto ao feedback dos clientes, funcionários e do franqueador. Usar essas informações para fazer ajustes e melhorias constantes nas operações também faz total diferença no sucesso do negócio.
O bom relacionamento é essencial para alcançar os melhores resultados a curto, médio e longo prazo dentro do sistema de franquias. É justamente este vínculo que garante o bom desenvolvimento de uma rede.
Eu citaria como algumas das boas práticas para que esse bom relacionamento aconteça: agir sempre com ética e integridade nas relações comerciais com o franqueador, fornecedores e parceiros; estabelecer uma comunicação clara, honesta e frequente com o franqueador é fundamental; manter um fluxo comunicacional constante; trocar ideias – o franqueado deve dividir seu plano de ação, compartilhar suas possíveis dificuldades, alinhar suas expectativas; cumprir as orientações, procedimentos e padrões estabelecidos pelo franqueador, e colaborar para a melhoria constante destes padrões. Uma colaboração genuína, aliás, é mútua e benéfica para o crescimento de toda a rede e o fortalecimento das relações.
O franqueado deve também utilizar os recursos de suporte fornecidos pelo franqueador, como treinamento, orientação em marketing, fornecedores aprovados e manuais operacionais, para melhorar as operações e maximizar o potencial do negócio. É igualmente importante que ele participe de eventos, convenções, treinamentos, reuniões organizadas pelo franqueador para se manter atualizado sobre as novidades da marca, compartilhar experiências com outros franqueados e fortalecer o relacionamento com o franqueador.
É fundamental, ainda, que esse parceiro de negócio esteja aberto ao feedback do franqueador. Buscar orientação quando necessário demonstra comprometimento e vontade de aprender e melhorar. E como em qualquer relação, conflitos ou discordâncias poderão aparecer no dia a dia. E nestes casos, é recomendável que o franqueado busque resolver as questões de forma rápida, construtiva e colaborativa. Penso que os conflitos nem sempre são ruins quando tratados com diálogo aberto e com o objetivo de achar a melhor solução.
Há ainda outros relevantes aspectos que envolvem o papel de um franqueado na construção de um franchising íntegro que pretendo tratar em um outro artigo, e é, portanto, com base nesses princípios que acredito que construímos negócios sólidos, bem-sucedidos, perenes e íntegros.
Cristy Martins – Diretora de Franqueados da ABF – Associação Brasileira de Franchising
Foto: ABF/Divulgação
