Em pronunciamento oficial, a Presidente Dilma Roussef anunciou nessa semana em cadeia nacional que “44% das franquias são comandadas por mulheres, o que explica também o crescimento da participação das mulheres na força de trabalho”. Essa afirmação por sí só já seria o suficiente para o evento “A Força da Liderança Feminina no Franchising”, de lançamento do Comitê Mulheres do Franchising, que aconteceu no dia 14 de março, no Centro de Capacitação e Eventos da entidade. Teve muito mais!
Além da apresentação dos propósitos do novo Comitê, composto pela presidente da ABF, Cristina Franco; Rita de Cassia Poli (Big X Picanha); Sandra Brandão (Brandão Oliveira Advogados); Eleine Bélaváry (EcoJardim); e Lyana Bittencourt (Grupo Bittencourt), o encontro discutiu os benefícios proporcionados pela equidade de gêneros no mundo corporativo. “Nosso objetivo é, com base em dados concretos, avaliar e colaborar para um melhor entendimento sobre o impacto da mulher no mundo dos negócios. Não somos um “clube da Luluzinha” e buscamos a equidade e não a igualdade”, afirmou Cristina Franco, acrescentando que a essência principal do comitê é o incentivo e a disseminação da liderança feminina. “Nossa missão é contribuir para o equilíbrio contínuo e o desenvolvimento destas lideranças nas esferas: social, política e empresarial”.
Pesquisa Deloitte – O consumo das mulheres no mundo é maior do que o PIB da China e da Índia.
Reinaldo Saad, diretor da Deloitte, apresentou dados que mostram que a força da mulher foi triplicada ao longo dos anos. A elevação da participação feminina no mundo pulou de 17% para 54%, segundo o estudo. “Também podemos afirmar que o consumo das mulheres é maior que o PIB total da China e Índia”, afirmou. Um dos dados que indicam que as mulheres conquistarão ainda mais terreno no mundo dos negócios é que a mulher tem se capacitado mais do que os homens. Elas são maioria os cursos de graduação e especializações.
O Painel “Lideranças Femininas” contou com as executivas Danyelle Van Straten (Depyl Action), Sonia Hess (Dudalina) e Cristiane Nogueira (Santander) que comentaram as dificuldades e oportunidades das mulheres que estão em cargos de liderança. Para Danyelle ainda existe o “mito” de que para assumir um cargo de liderança é preciso que a mulher abra mão de muitas coisas. “É inteiramente possível conciliar, precisamos acreditar e fazer acontecer”, afirmou. Sonia Hess compartilhou a experiência da sua empresa e ressaltou os excelentes resultados apresentados pelas mulheres.“Nós mulheres somos assim, somos agregadoras, conciliadoras, acreditamos em nós mesmas”, finalizou a executiva.
“O equilíbrio entre a vida pessoal e profissional da mulher contemporânea” também foi debatido com muita propriedade pelo Dr. Claudio Lottenberg, presidente do hospital Albert Einstein. Ele trouxe ao evento o ponto de vista da saúde feminina como fator essencial para a prosperidade na vida. “Nem só de negócios vive o ser humano”, afirmou. “Viver saudavelmente é saber como integrar as dimensões da saúde e as atividades do dia a dia”, finalizou.
Sob a afirmação “Nós mulheres fazemos milagres”, Chieko Aoki, presidente da rede BlueTree Hotels, compartilhou com os participantes como conseguiu empreender e se tornar referência no ramo de hotelaria, após passar por um problema familiar. A trajetória da empresária está marcada por diversas dicas e estratégias que tornaram o seu negócio eficiente. “É preciso estabelecer disciplina nas metas, tomar decisões com profissionalismo e enxergar o invisível”, afirmou.
Robinson Shiba, Claudio Bobrow e Lyana Bittencourt falam sobre a performance feminina
O evento também contou com a opinião masculina. Durante o painel “Da gerência acima…E agora José?”, Robinson Shiba (China In Box) e Claudio Bobrow (Puket) compartilharam as experiências de suas empresas. Os executivos elegeram três pontos que podem auxiliar as mulheres na sua performance: trabalhar com metas, mensurar dados e investir em educação.
O tema preconceito foi brilhantemente exposto pela Profª Dra. Sônia Guimarães do Instituto Tecnológico da Aeronáutica. “O preconceito existe e é praticado pelas instituições geridas por homens que nós, mulheres, criamos e educamos. É preciso parar e aprofundar nessa questão”, afirmou ela.
O lançamento do Comitê teve um final descontraído, com a presença da pianista Beth Ripoli. A musicista é também empreendedora e aos 35 anos ela resolveu mudar de vida, voltando a estudar e lecionar música, provando para aqueles que duvidavam da sua capacidade, que sim, conseguiria viver e fazer o que realmente gosta. Além de apresentar um repertório musical que animou os palestrantes, Beth finalizou sua palestra com uma reflexão. “O ato de pensar, sentir e querer, precisa alinhado ao querer, à atenção e intenção”.