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Carrefour aposta nos minimercados

Diário do Comércio – SP – Redação – 29/08

A rede varejista aposta em forte crescimento no número de lojas nesse formato

O Carrefour começa a explorar no Brasil o modelo de loja de proximidade, os chamados minimercados, e espera que essas lojas sejam a maior parte das inaugurações previstas para os próximos 12 meses. A informação foi dada ontem pelo CEO do grupo no Brasil, Charles Desmartis, durante o lançamento da primeira loja brasileira no formato Carrefour Express.

O grupo prevê a abertura de 20 unidades nos próximos 12 meses no País incluindo diferentes formatos. Atualmente, o Carrefour conta com 143 lojas de sua principal bandeira, entre hipermercados e supermercados, e mais 104 na bandeira Atacadão, de atacado de autosserviço. Para Desmartis, “é possível que no futuro o Carrefour express se torne a bandeira mais representativa da companhia em número de lojas.

A primeira loja de proximidade foi inaugurada na região do Tatuapé, em São Paulo, e há mais uma prevista para ser aberta no centro da capital paulista em breve. Desmartis afirma ainda que os próximos lançamentos vão se concentrar na região da Grande São Paulo.

Para viabilizar a operação de mercados de pequeno porte, o Carrefour disponibilizou um Centro de Distribuição em Osasco exclusivamente para atendera bandeira Express. O diretor do Carrefour Express no Brasil, Luis Curti, contou que a companhia passou mais de um ano estudando o novo formato e q ue foram necessários investimentos em logística para suportar a operação, que requer abastecimento frequente nas lojas, as quais possuem estoque reduzido.

O Carrefour não revela o total dos investimentos na nova bandeira, mas informou que na primeira loja aberta no Tatuapé foram investidos R$ 750 milhões. A área de vendas da loja é de aproximadamente 250 metros quadrados.

O grupo varejista considera que há a possibilidade de replicar no Brasil a experiência da França e transformar o Carrefour Express numa rede de franquias. Apesar disso, Desmartis ponderou que uma expansão via franquia só ocorrerá “quando o grupo já tiver uma experiência própria em várias cidades”.

O lançamento da bandeira de proximidade marca um novo momento na trajetória do Carrefour no Brasil. Questionado sobre a demora da companhia para investir num formato de minimercado enquanto o concorrente Grupo Pão de Açúcar já conta com mais de uma centena de lojas do modelo, Desmartis afirmou que “até agora o grupo não tinha condições” para fazer investimentos nesse modelo no Brasil.

Ele citou a gestão de Luiz Fazzio no Carrefour Brasil e considerou que houve três anos de “arrumação da casa” em que a expansão em número de lojas acabou não sendo prioridade. Agora, Desmartis acredita que a companhia está pronta para voltar a investir e que o Brasil é uma das prioridades do grupo.

Além das inaugurações, Desmartis reforçou que o Carrefour está aumentando o número de lojas do formato tradicional, que passam por reformas e modernização. Segundo ele, 14 lojas já estão renovadas até o final do ano serão mais quatro. Entre 2015 e 2016, a companhia espera reformar mais 30 lojas. Desmartis ainda afirmou que em 2014 o Carrefour já inaugurou sete novas lojas do Atacadão. Serão mais seis até o final do ano.

e-commerce

O Carrefour está estudando o relançamento de uma plataforma de comércio eletrônico no Brasil, afirmou Desmartis. O executivo disse que a empresa contratou uma consultoria e está em processo de definir detalhes sobre marketing, logística e tecnologia da informação.
O CEO afirmou ainda que a companhia considera como uma opção a abertura de capital das operações brasileiras. Desmartis disse, porém, que a rede não tem necessidade de captar recursos para cumprir seus planos de investimentos no País.

Questionado sobre se a companhia busca um sócio no Brasil, Desmartis negou. “Não precisamos disso nem queremos um sócio exclusivo para o Carrefour”, disse. “Queremos atrair alguns investidores e talvez alguns family offices que poderiam ser investidores potenciais”, completou, ressaltando porém que esses investidores e family offices poderiam comprar ações da companhia numa abertura de capital.

O tema do envolvimento de um sócio brasileiro nos negócios do Carrefour Brasil resvala no empresário Abilio Diníz, que teria tentado negociar com a rede francesa quando ainda estava ligado ao Grupo Pão de Açúcar e, segundo fontes disseram em maio, já teria desembolsado cerca de US$ 1 bilhão para a compra de 3% das ações do Carrefour. O atual presidente do conselho de administração da empresa de alimentos BRF reiterou em São Paulo, ontem, que tem interesse em voltar ao varejo, o que ocorreria por meio da holding Península, com foco em distribuição.