Início Não categorizado Pontos importantes na administração da franquia Associação de Rede de Franquia: tendência ou necessidade?

Associação de Rede de Franquia: tendência ou necessidade?

Por Melitha Novoa Prado

A criação de Associações de Redes de Franquia é um novo formato de gestão jurídica deste setor, que proporciona uma configuração jurídica legal aos Conselhos de Franqueados. Um dos principais objetivos é a própria gestão dos recursos dos fundos de propaganda – discórdia comum entre franqueadores e franqueados -, a qual se faz eficiente na minimização de conflitos.

Convém esclarecer que não se trata de associações de franqueados, uma vez que não há caráter adversarial e competitivo entre franqueadora e franqueado, e sim a busca de uma aliança que concretize interesses em comum, em que a disputa de poder dá lugar à cooperação. A diferença é básica, tendo em vista que o objetivo da associação é a união dos franqueados para suas reivindicações à Franqueadora. Nesse tipo de associação, a Franqueadora não participa como membro associado, ao contrário, ela é  considerada como parte adversa.

Já na Associação de Redes de Franquia, a franqueadora participa como sócia-fundadora e, com outros franqueados da rede que também são – como a franqueadora – sócios-fundadores. Esse novo tipo de organização atende muito mais as redes já consolidadas e amadurecidas, uma vez que é necessário vencer resistências, reconhecendo franqueadora e franqueado, que o diálogo cooperativo e afável é a melhor forma de  vivenciar um relacionamento saudável e duradouro. Não são todas as redes de franquia que estão preparadas para implantar de imediato uma associação de rede. Como todo processo evolutivo, a rede precisa aprender que não existem dois lados, e sim uma linearidade de interesses. Isso é muito difícil de ser aceito e entendido, tanto pela franqueadora como pelo franqueado.

Neste tipo de Associação, franqueadores e franqueados da rede desempenham papéis ativos cujas vantagens são inúmeras. Além da melhor organização societária, o fato de se ter uma estrutura legal embasada em legislação cível facilita em termos de procedimentos legais e regras a serem aplicadas. Para se criar uma Associação de Rede de Franquia, deve-se observar as normas da legislação atual aplicáveis para a constituição de associações. O amadurecimento dos sistemas de franquia e a sua profissionalização nos levam a crer que as relações de franquia devem ser o mais transparente e amigável possível. O fato de se estabelecer uma forma de diálogo cooperativo, no qual franqueadora e franqueado conseguem permanecer aliados na escolha das melhores alternativas para o sucesso, é hoje condição essencial à  sobrevivência das redes de franquia.

Pelo fato da gestão do Fundo de Propaganda ser um dos conflitos mais comuns nas redes, esta nova modalidade jurídica de administrar e gerir o Fundo já elimina de antemão um foco de discórdia, uma vez que a interação e o aprendizado conjunto  passam a ser a essência do funcionamento da Associação.

Além do quesito de amadurecimento do relacionamento, a associação traz vantagem no aspecto tributário, em que  se constitui uma forma jurídica lícita e transparente para a aferição do Fundo de Propaganda, atualmente administrado e gerido de maneira conturbada e conflituosa pelas empresas franqueadoras.

Quando se pensa em tendência, devemos ter em mente a necessidade da manutenção de um relacionamento saudável e de sucesso entre a Franqueadora e a rede de franqueados.  Atualmente, é preciso ser criativo para se estabelecer processos de comunicação eficazes que  realmente proporcionem  condições efetivas de amadurecimento do relacionamento franqueador-franqueado. É muito melhor que uma franqueadora possua  três canais de comunicação com sua rede – permanentes, transparentes e produtivos –  que possam viabilizar  uma comunicação mais fluente e  direta, do que estabelecer dez canais de comunicação que não funcionam e nem trazem resultados positivos para o relacionamento da rede.

A Associação de Rede de Franquia é uma boa opção. Dependendo da maneira como for constituída e gerida, ela passa a ser uma grande ferramenta em prol do próprio sistema. Apenas deve-se atentar ao fato de que estabelecer pontes para as diferenças existentes entre franqueadora e rede de franqueados exige um gasto de energia muito grande, um exercício de responsabilidade enorme e uma vontade e dedicação ímpar. Se todos quiserem e se esforçar para chegar lá, será recompensador e os frutos virão de forma imediata e automática.

Vale a pena tentar!

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