Início Notícias Alta nos empregos puxa redes educacionais

Alta nos empregos puxa redes educacionais

Jornal DCI – PAULA CRISTINA – 05/07
O alto índice de empregos no País e o incremento da parcela da população interessada em cursos de profissionalização criam no mercado brasileiro uma oportunidade para empresário em busca de franquias de educação. Entre os setores com maior destaque, os cursos de idiomas, reforço escolar e educação financeira voltados para a classe C e D devem puxar o segmento este ano, com crescimento médio de 10% no faturamento do setor.
Segundo dados da Associação Brasileira de Franquias (ABF), as franquias de educação movimentaram R$ 9,7 bilhões ano passado, incremento de 10,3% ante ao ano anterior e despontam como boa oportunidade para quem quer iniciar um novo negócio, ao lado dos setores de turismo e alimentação. “Dá para crescer muito mais, ainda mais se a gente se espelhar nos Estados Unidos, onde o franchising tem participação de 3,8% do PIB”, disse Cristina Franco presidente da ABF
Para Rogério Marinho, professor economia e especialista em educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRJ), essa mudança é gradual. “O Brasil passa por um momento de necessidade de reforço na profissionalização. Os efeitos dos megaeventos brasileiros trouxeram ao mercado a necessidade de se procurar profissionais mais capacitados, e cursos rápidos surgem como uma solução rentável para suprir essa demanda”, diz.
Para aproveitar esse momento o Supera, franquia de desenvolvimento cognitivo chegou, no último mês, a sua centésima unidade. Há sete anos no mercado a expectativa do grupo é a abertura de 50 unidades este ano. “O mercado de franquias está aquecido. Nosso produto está amadurecido e a equipe de vendas está afinada. Estamos preparados, caminhando juntos rumo às nossas metas. Em 2013, devemos vender mais 50 unidades”, diz Victor Rocha, diretor de expansão do Supera.
A franquia, que tem sua unidade piloto na cidade de São José dos Campos, interior de São Paulo, está presente em todas as regiões do Brasil. Em janeiro deste ano, estreou no mercado europeu, com a inauguração do Supera Lisboa, em Portugal.
Segundo Rocha, só no Estado de São Paulo a marca conta com 37 escolas, outras 11 estão Rio de Janeiro e 8 em Minas gerais. “As procuras pela franquia continuam. Por mês, a empresa recebe em média 200 formulários de interesse pela lnternet”, disse.
Para abrir uma unidade da Supera, o investimento é de aproximadamente R$ 150 mil, segundo o diretor de expansão do grupo. “O faturamento médio mensal é de R$15mil a R$37mil. No formato de microfranquia, lançado em maio deste ano para cidades com até 100 mil habitantes, o investimento cai para R$ 50 mil”, disse.
Apostando no mercado de idiomas, a Fisk também prevê expansão emlargaescalapara2013. De acordo com Christian Ambros, diretor da Fundação Fisk, a rede espera chegar a 551 unidades este ano. “A previsão de crescimento se baseia em uma firme estratégia que inclui fortes investimentos em publicidade e patrocínios esportivos e garantem grande exposição da marca”,diz.
Ambros explica que para este ano estão previstas 50 novas unidades, sendo cinco delas no exterior, enquanto o incremento na carteira de franqueados e de alunos cresça na casa dos 10%. “Mais do que inaugurar novas escolas, visamos o crescimento vertical. Como forte apoio ao franqueados, as Convenções’ Regionais contribuem para o aprimoramento da estratégia para recebimento de novos alunos. Já formamos mais de 15 milhões de estudantes e nosso objetivo é que esse número cresça cada vez mais”.
Para Marinho, o incremento dessas redes está associada ao baixo investimento do aluno e ao retorno rápido da capacitação. “Notamos um incremento grande no número de alunos matriculados no ensino superior no Brasil, mas ainda há uma demanda grande de pessoas que estão interessadas em ganhar qualificações que sejam menos onerosas e mais rápidas”, explicou.
Quem aproveita este momento também é a rede de franquias DSOR especializada em educação financeira. Este ano a rede entrou para a lista de associados da ABF e também expandiu o modelo de negócios oferecendo aos interessados tanto franquias normais quanto microfranquias. “O modelo de franquia atual se torna mais interessante para as empresas não só por todas as vantagens que ela proporciona, mas também pela forte exposição da marca, que é fortemente divulgada nos meios de comunicação e que estará presente em mais de 65 feiras pelo Brasil este ano”, afirmou o diretor de Franquias da DSOP Frederico Loriggi.
Segundo o executivo hoje a rede conta com 13 franquias em todo o País e diversas outras já estão em negociação. “O objetivo é oferecer uma gama de soluções em produtos e serviços, voltados à educação financeira para os mais variados públicos”, disse ele, lembrando que uma das vantagens da rede é o baixo investimento para abertura de uma unidade, que começa em R$ 34 mil no caso de microfranquias.
Também especializada em cursos profissionalizantes, a Evo lute aposta na crescente busca dos brasileiros em especialização para o mercado de trabalho para crescer este ano. A rede, que se tornou franquia ano passado, passou de 9 para 69 unidades este ano com foco no público C e D.
Para Rui Lunardi, franqueado da unidade da Evolute em Carapicuíba, interiorpaulista, o investimento em marketing e exposição da marca fez com que a franquia aumentasse mais de 400% o faturamento.
O empresário, que abriu sua unidade em novembro de 2011, afirmou que em março de 2012 o investimento no negócio já havia retornado. Ele explica ainda que o faturamento inicial de R$ 10 mil saltou para R$ 53 mil em um ano. “Procuramos sempre divulgar a marca com ações comerciais e de marketing em pontos estratégicos, como escolas públicas e supermercados. Os carros de som também são muito utilizados”. A unidade de Lunardi conta atualmente com 13 funcionários e cerca de 540 alunos. Com foco em cursos profissionalizantes, a rede de franquias do Grupo Easycomp de Ensino tem hoje 17 unidades franqueadas em dois anos de atuação nesse sistema de negócio. Para Jaques Grinberg Costa, diretor executivo do grupo Easycomp a previsão é expansão da marca nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte com a abertura de 200 unidades nos próximos cinco anos. “O brasileiro quer empreender. O aumento do interesse do trabalhador por capacitação profissional favorece o empreendedor que atua nessa área”, destaca.
Centro britânico aposta em novos segmentos
Especializado no ensino de idiomas, o Centro Britânico encerrou o ano com 30 escolas abertas, alta de 57% em relação ao ano anterior, e um faturamento 35% maior.
Para Bruno Gagliardi, gestor da marca, a rede esperar abrir mais 12 unidades este ano, e projeta um aumento de 60% no faturamento até 2014. Segundo o executivo, o investimento inicial na franquia é de 250 mil reais, e o prazo de retorno é de até 24 meses. Segundo o executivo, o lucro de cada unidade é variável de acordo com o número de alunos que a escola possui.
Esse ano a rede trouxe ao mercado a Hello Brasil, curso focado para profissionais de atendimento, como garçons, taxistas e policias. “O objetivo é capacitá-los para lidar com estrangeiros que estão vindo ao Brasil, tanto a trabalho como por turismo”, explica Gagliardi.
O diretor explica ainda que parcerias com o poder público já vêm sendo realizadas, a fim de treinar profissionais que lidam com o público para a Copa do Mundo. “Já contamos com quase 400 alunos da polícia, e o feedback deles tem sido muito positivo”, informa Gagliardi. O benefício pode ser usado pelos 100.000 militares do estado. O mesmo método também foi adotado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET)’ da capital paulista.