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Acostume-se: preço baixo não garante a fidelidade do cliente

O Estado de S.Paulo – Redação – 12/08

Negócios investem em lojas e na força da marca para atrair o consumidor, que naturalmente reduz os gastos durante a crise

Foi-se o tempo em que bastava vender o produto mais barato para atrair e fidelizar o cliente. Nos dias de hoje, os negócios relacionados à confecção e moda buscam, além de competitividade, conquistar o público pelo conceito da marca e a personalização do produto à venda.

Um exemplo é a Track Field, especializada em moda esportiva. A marca identificou uma mudança de comportamento do público-alvo, que passou a levar o estilo de vida fitness para o cotidiano e, por isso, lança coleções cada vez mais próximas do dia a dia do cliente.

De acordo com o presidente da marca, Fred Wagner, as lojas hoje estão preparadas para atender às exigências desse público. “A visão que temos em relação à experiência Track Field é transcender a venda do produto e oferecer uma mensagem na comunidade que está interessada no lifestyle. Não é só dar um produto, mas a experiência do consumidor em estar na loja em contato com a equipe, vendedoras, loja. E também quando está praticando esporte”, explica.

A empresa liderada por Wagner fechou 2014 com 122 unidades, três delas nos Estados Unidos, e segue expandindo por meio de franquias. Além de consolidar a marca no exterior, o plano é ir além e lançar novos produtos, como óculos e calçados. Se a crise econômica assusta o empresário? A resposta é um sonoro “não”.

“O momento é mais delicado, mas acho que empreender é difícil em qualquer momento. O importante é olhar para o mercado e não pensar em ocupar um espaço que já está preenchido. É preciso olhar para mercados que estão surgindo e gastar tempo estudando novas formas de distribuir produtos”, explica o empresário. “No nosso caso, tivemos a felicidade de começar em um setor ainda incipiente e crescer. Hoje (ele) já é ocupado por nós e outras marcas”, analisa o empreendedor.

A mesma estratégia foi determinante para a retomada do crescimento da Tip Top, marca especializada em produtos infantis. A empresa foi criada em 1952 por Eugênio Saverin e comprada em 1987 pela TDB Têxtil de David Bobrow, avô do atual presidente da companhia, que tem o mesmo nome.

No início do negócio, os magazines e supermercados representavam 70% do faturamento e as lojas multimarcas, 30%. “Começamos a sentir que a indústria estava cada vez mais enfrentando dificuldades e os clientes estavam importando direto. Aquele modelo de negócio ia zerar e realmente aconteceu: hoje em dia os magazines representam zero do faturamento”, explica Bobrow.

Ideias. A solução encontrada pelo empreendedor foi, então, investir diretamente no varejo. A primeira unidade própria foi aberta em 2008 e ela deu início ao projeto de expansão por meio de franquias. Hoje são 101 lojas e três megalojas.

Carro-chefe de investimentos da empresa para 2015, as chamadas megastores são unidades que concentram, ao contrário dos modelos convencionais da rede, produtos direcionados a crianças entre zero e dez anos. Com o impulso deste modelo, a Tip Top pretende crescer seu faturamento em 20% ainda em 2015. “Por causa da crise, o valor de aluguel caiu até para os shoppings e estamos abrindo novas unidades em condições muito favoráveis”, explica o empreendedor.