Dados, informações, cases, inovações, estratégias de expansão e internacionalização das marcas, desafios das operações das redes, insights que contribuem para a melhor gestão dos negócios e perspectivas para o franchising. Estes foram os principais assuntos tratados por especialistas do franchising no Pós-IFA ABF, realizado nesta quinta-feira (5) no Centro de Capacitação e Eventos da entidade. A Associação levou sete curadores para o evento, cada um com olhar para eixos específicos do franchising, com o intuito de colher, analisar e apresentar tudo o que foi visto lá para seus associados e demais atores do sistema.
Neste ano, antes de chegar à 55ª Convenção da International Franchise Association, a delegação brasileira teve um programa especial e exclusiva em Atlanta, importante polo do franchising norte-americano. Todo o aprendizado dessa missão foi apresentado hoje na sede da ABF em São Paulo, para quem não pôde acompanhar o evento in loco.
A presidente da ABF Cristina Franco abriu o evento, destacando os números positivos do sistema de franquias no Brasil em 2014, “uma indústria que, como mostram os dados oficiais do balanço do setor divulgado recentemente pela ABF, segue crescendo com um bom desempenho, frente a um cenário econômico desfavorável, demonstrando sua maturidade e seu vigor”, afirmou.
Experiência em Atlanta
Em Atlanta, o Grupo ABF realizou visitas técnicas e participou do Seminário Brasil-Atlanta, promovido pela Prefeitura local e o Consulado Brasileiro, na sede da Invest Atlanta, Agência de Desenvolvimento Econômico da cidade.
Na avaliação de André Friedheim, diretor internacional da ABF, a maioria das empresas brasileiras que buscam os EUA acabam optando por iniciar operações no estado da Flórida. Porém, a cidade de Atlanta, na Geórgia, é reconhecida como a principal porta de entrada de empresas estrangeiras no país devido aos baixos custos de instalação, facilidade de acesso e baixo custo de vida. “O próprio aeroporto de Atlanta, que funciona como um dos principais hubs aéreos dos Estados Unidos já é uma excelente opção para a instalação de unidades de franquia.”, explicou, ressaltando que a ABF mantém relacionamento com as entidades competentes em Atlanta e pode fornecer informações importantes para as redes que optarem por esse caminho.
Em sua apresentação, Friedheim também sintetizou as melhores práticas para quem deseja expandir internacionalmente via modelo de franquias e as peculiaridades de cada estratégia.
O consultor Paulo Cesar Mauro comentou a experiência da visita à sede da Popeyes, 2ª maior rede do mundo no conceito de frango fast food, que não para de crescer nos Estados Unidos. “Entre os destaques da gestão da empresa estão o investimento em tecnologia na loja e o foco na lucratividade do franqueado”, afirmou.
O diretor institucional da ABF, Fernando Tardioli, trouxe as atualizações das questões jurídicas. “A cultura americana favorece o litígio”, explicou. Por esse motivo, a IFA é uma excelente oportunidade para captar as tendências dessa área. Ainda segundo Tardioli, o jurídico e a gestão da empresa precisam caminhar juntos para prevenir o litígio.
Fernando anunciou também que paralelamente à Convenção da IFA houve a reunião do World Franchise Council, que o elegeu diretor jurídico da entidade.
Os temas Marketing e Tecnologia foram apresentados pelo especialista Denis Santini, que resumiu o impacto das novas tecnologias no mercado e no comportamento dos consumidores, e como as empresas estão se preparando para essa nova realidade. “Estamos vivendo num momento em que tudo é exagerado”, explicou Denis, ao reproduzir as palestras que assistiu na IFA sobre o avanço das redes sociais e o volume de informações diário que estamos submetidos atualmente.
Juarez Leão, diretor de Treinamento da ABF, encerrou o Pós-IFA 2015 comentando sobre a visita técnica à sede da Coca-Cola
A última palestra do evento foi ministrada pelo consultor Juarez Leão. Além de compartilhar a experiência vivida pelo grupo na visita à sede da Coca-Cola, o consultor apresentou conceitos chave sobre o franchising. “Temos muito o que aprender com o franchising nos EUA. Porém, o Brasil já diminuiu o gap entre o que é feito lá e o que estamos praticando por aqui”, afirmou.
Na opinião do executivo, o franchising também precisa de atenção neste momento. Segundo ele, é necessário franqueadores repensarem estratégias, mas tomando cuidado para não impor soluções aos franqueados. Para fechar, ele citou como exemplo o trabalho que algumas franqueadoras fizeram nos Estados Unidos. “Foram aliados os desejos pessoais com as metas de crescimento do negócio. Desta maneira, os franqueados conseguiram enxergar o verdadeiro potencial de crescimento”, concluiu.
FOTOS: KEINY ANDRADE