Cerca de 60 executivos de marcas associadas à ABF participaram de palestras com especialistas do setor, enfocando as microfranquias, e de uma visita técnica à sede da Prudential, no Rio de Janeiro.

A ABF realizou o primeiro encontro presencial de Microfranquias e Novos Negócios do ano, na sede da Prudential do Brasil, no Rio de Janeiro, na segunda-feira (15/5). O evento contou com a presença de cerca de 60 associados, entre eles alguns dos nomes de referência do setor de franquias, que debateram os temas de interesse do mercado de microfranquias e que continua crescendo no Brasil.

Na parte da manhã, os associados realizaram uma visita técnica à sede da franqueadora do ramo de seguros e participaram da reunião da Comissão de Microfranquias e Novos Negócios da ABF.

À tarde, os participantes foram recebidos no Teatro Prudential para abordar temas importantes para o setor. O encontro foi liderado por Humberto Madeira (Prudential), que salientou a importância do papel das microfranquias como porta de entrada para o empreendedorismo estruturado do País.

Clodoaldo Nascimento, presidente da ABF Rio, participou do evento e frisou que a Associação está trazendo o que há de melhor para os seus associados, visando fortalecer e inovar a entidade continuamente, investir ainda mais em cursos e eventos, fomentando as boas práticas do franchising, com transparência e informação. “Estamos trabalhando para entregar o que há de melhor no franchising do Rio de Janeiro, principalmente nesse novo biênio”, afirmou.

Na sequência, foram realizados dois painéis mediados por Luiz Henrique Cruz (Prudential), para debater a estratégia de expansão das microfranquias, a relevância do trabalho conjunto entre franqueador e franqueado, e da consultoria de campo para o sucesso das redes.

A importância da relação entre franqueador e franqueado
Este foi o tema da palestra ministrada por Bruno Gorodicht (Grupo Impettus, detentor das marcas Espetto Carioca e Mané, entre outras), conselheiro fiscal da ABF Rio. Na palestra, Gorodicht especificou o papel das partes para o bom relacionamento entre franqueador e franqueado, que é fundamental, pois o franchising se baseia no compartilhamento de esforços entre eles.

Segundo o executivo, trata-se de uma parceria que necessita de comprometimento mútuo, já que o crescimento de ambos depende, necessariamente, da construção conjunta de uma cultura organizacional. O franqueado precisa do suporte do franqueador para operar sua unidade e ter sucesso nela. “É fundamental o engajamento de ambas as partes, ter compromisso com o negócio para que a franquia tenha um bom retorno”, disse.

Ainda de acordo com Gorodicht, “precisamos entender a responsabilidade que cada um tem. Quando se é franqueado, temos que pensar que também somos sócios daquela marca, ter o papel de buscar informação, buscar o desenvolvimento e trocar com o franqueador”, explicou.

A importância da consultoria de campo para o sucesso das redes
O assunto foi debatido por Alexandre David (Alexandre David Advogados); Bruno Arena (Casa do Construtor), diretor de Relacionamento, Microfranquias e Novos formatos da ABF; Tonini Júnior (Praxis Business), e Alexandre Sita (Proselling).

A Consultoria de Campo tem um papel fundamental no gerenciamento de uma rede de franquias. É através dela que se torna possível uma inspeção periódica, que possibilita identificar as necessidades e dificuldades dos franqueados e, assim, propor ações corretivas.

Tonini destacou que a principal missão do consultor de campo é verificar o andamento das atividades realizadas pelo franqueado, mas também conhecer as dificuldades enfrentadas por ele.  “A missão do consultor de campo é ajudar o franqueado a gerar resultado”, afirmou.

Sita observou que o time de consultoria é montado para capacitar pessoas em todos os processos operacionais, e auxiliar o franqueado que não tem uma bagagem comercial ou executiva.  “O foco de toda unidade tem que ser ajudar o franqueado a vender mais. Todo foco do engajamento tem que ser vender mais. Antecipar-se às necessidades dos franqueados”, ressaltou.

Para Arena, o relacionamento é um pilar muito forte no franchising, a cooperação e a competição devem andar simultaneamente, e o primeiro ponto se chama “canal de comunicação com o franqueado”. “Um novo franqueado que não faz o plano de negócio, a pessoa pode ter o capital, a praça, o dinheiro, tudo certo, mas eu não vendo a franquia. Nós não negociamos. Temos que ter um ciclo de contato com os franqueados. Na Casa do Construtor procuramos ser assertivos na comunicação, sempre trazendo um ou dois planos de ações específicos de alinhamento”, contou.

David falou a respeito do limite da atuação do consultor de negócio e de alguns aspectos jurídicos relacionados. Segundo o advogado, do ponto de vista legal há uma independência empresarial tanto em relação ao franqueador e o franqueado, independentemente do poder econômico de cada um. “A pessoa não pode querer comprar um emprego, ela tem que comprar um business. A taxa de mortalidade dentro de um grande negócio é muito menor, portanto, é apenas uma escolha, e isso não vai atrair uma responsabilidade para o franqueador”, observou.

As estratégias de expansão praticadas pelas microfranquias
O evento terminou com um painel que reuniu Luan Pereira (Fuel Eyewear Company) e Gorodicht, que falaram sobre como as marcas usam suas estratégias de expansão nas microfranquias.

Pereira contou que após dois anos de pandemia, a Fuel está em um momento de retomada de expansão, com um crescimento positivo para a marca. Segundo ele, a meta é crescer pelo menos 50% em relação ao ano de 2022. O executivo acredita que o mercado ótico tem espaço para todos e o diferencial da marca é inovação, qualidade e preço acessível. “O processo de expansão é mais consistente”, disse.

Gorodicht disse que as quatro marcas do Grupo Impettus tiveram que se transformar e começaram a trabalhar com delivery. Segundo ele, no prazo de trinta dias toda elas já tinham o delivery como serviço durante a pandemia. O painelista explicou como a franqueadora administra três marcas de bares que aparentemente são concorrentes entre si e no mesmo segmento.

“A gente enxerga claramente a diferença do público-alvo de cada marca. O Bendito parece que está fora desse segmento de bares, e está, mas ele é o que adoça a nossa franqueadora, é o desafio que está por trás, assim conseguimos identificar o interesse que o franqueado tem. O Espetto Carioca ‘conversa’ com o público que procura a ideia de lazer, entretenimento e comida. O Mané é um boteco que ‘conversa’ mais especificamente com o pessoal mais jovem, o local é diversificado, bem na moda, vamos dizer assim. O Buteco Original já é mais tradicional, ele foi formado por uma família que veio do Nordeste, com uma história tradicional de botecos. O Bendito já traz um lugar de conforto, para que você faça a pausa do seu dia ali. Ele ‘conversa’ muito com o público feminino, inclusive as oito unidades são tocadas por mulheres”, revelou.

Fotos: ABF/Divulgação