A convite do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a ABF participou de uma missão empresarial de prospecção, estudo de mercado e negócios ao norte do continente africano. Roberto Ferreira, diretor de controladoria da ABF, representou a entidade na visita à Argélia e ao Marrocos. O objetivo principal da iniciativa é estimular o comércio exterior nestas regiões e ampliar as exportações de produtos e serviços brasileiros com alto valor agregado. E o ministério considerou que a franquia brasileira pode desempenhar um papel importante para o desenvolvimento do varejo e serviços nestes países.
A missão foi organizada pela Apex-Brasil, em conjunto com o MDIC, com apoio do Ministério das Relações Exteriores (MRE), da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira e da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Na primeira parte da missão, a delegação brasileira esteve em Argel, na Argélia, país com extensão territorial de 2.381 km², aproximadamente 40 milhões de habitantes e um PIB de US$ 200 bilhões. Segundo a Apex-Brasil, o encontro entre os empresários brasileiros e argelinos geraram US$ 2 milhões, entre negócios imediatos e expectativas de vendas para os próximos 12 meses.
Roberto Ferreira, diretor de controladoria da ABF, representou a entidade na visita à Argélia e ao Marrocos
Para Roberto Ferreira, apesar dos esforços efetuados por seu governo, a Argélia tem uma economia bastante fechada. “A atual administração tem interesse em trazer para o país investimentos estrangeiros, porém, na prática, o mercado argelino demonstrou-se ainda estar em processo de abertura comercial”, ressalta o executivo. Ferreira identificou a existência de três importantes shopping centers em Argel e redondezas, sendo eles o Centre Commercial Bab Ezzouar, Centre Commercial Al Qods e Ardis Shopping Mall.
Como chefe da missão, Ricardo Schaefer, secretário-executivo do MDIC, reuniu-se com os ministros argelinos do Desenvolvimento Industrial e Promoção de Investimentos, Amara Benyounés, dos Negócios Estrangeiros da Argélia, Ramtane Lamamra, da Agricultura, Abdelouahab Nouri, com o ministro dos Transportes, Amar Ghoul e com o ministro do Comércio Mustapha Benbado. Um dos principais assuntos tratados foi a proposta brasileira de criar um grupo de trabalho para a implantação de um Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos com o objetivo de criar possibilidades de cooperação mais estreita entre os dois governos e um ambiente que possibilite às empresas brasileiras e argelinas trabalharem em conjunto.
Durante a estadia no Marrocos, o grupo participou de 56 reuniões de negócios, que contaram com a presença de empresas brasileiras de construção civil, de serviços de engenharia, logística e transporte, dos setores farmacêuticos, metalurgia, de material elétrico, equipamentos agrícolas e médico-hospitalares, além da ABF e empresas comerciais exportadoras.
Roberto Ferreira relata que, diferentemente da Argélia, o Marrocos aparenta ser um país em franco desenvolvimento econômico. Segundo ele, nota-se por lá a constante presença de escritórios comerciais e a propaganda de renomadas marcas internacionais. “A economia marroquina mostrou-se mais aberta para as marcas de outros países, o que pode ser justificado pela vocação turística. O Rei Mohammed VI demonstra ter uma visão econômica voltada para a prosperidade da nação”, afirma.
Com 458.730 km² de extensão e uma população de aproximadamente 35 bilhões de habitantes e PIB de US$ 97,1 bilhões, o Marrocos possui, também, um grande centro de compras, o MoroccoMall, um empreendimento que ocupa uma área de 10 hectares e foi construído a um custo de US$ 240 milhões. Também em contato com os marroquinos participantes do evento, o diretor pode observar que existem outros shopping centers espalhados pelo país e dois deles estão na cidade de Casablanca. “O varejo local está baseado no mix de lojas em shopping centers e também no comercio de rua. Algumas lojas são bem sofisticadas e outras mais populares”, finaliza o diretor.