Uma das mais importantes ferramentas dos especialistas em internet é o SEO – Search Engine Optimization, otimização dos motores de busca. Em português comum, é o processo utilizado para fazer com que os sites apareçam em posição de destaque nos programas de busca, como Google, Bing, Yahoo e outros. O SEO trabalha com critérios determinados pelo que eles chamam de Teoria da Relevância e da Importância. Ao examinar uma página, o Google primeiro busca determinar sua relevância, verificando o assunto tratado, se outras páginas apontam para aquela página específica e como é a URL (endereço da página), entre outras coisas.
Quando muitas páginas sobre o mesmo assunto apresentam o mesmo grau de relevância, aí o Google parte para a segunda fase, determinando a importância. Coisas como a autoridade de quem escreveu a página, a confiança dos sites de busca, volume de acessos, comentários, citações, tudo isso vai compondo uma equação muito complexa que determinará quem aparecerá em primeiro lugar. A relevância é muito importante, mas é a importância que define a localização da página.
Que lição dá pra tirar daí? Bem, nosso processo de julgamento e tomada de decisão trabalha com uma equação até mais complicada que a do Google, pois envolve emoções. Mas é parecida. Que tal então fazer nosso ‘SEO particular’ quando diante de um mar de informação, trazendo para primeiro plano as que realmente interessam? Começamos definindo:
Relevância: que valor essa informação tem em relação às minhas necessidades? Importância: que valor essa informação tem em relação a um contexto maior que as minhas necessidades?
Por exemplo, meu cunhado foi convidado no começo dos anos 1990 para trabalhar em outro país. As informações sobre a transferência, cargo, salário, benefícios e escola para os filhos foram absolutamente relevantes e ele ficou entusiasmado. Mas quando descobriu que o emprego era na cidade de Medelín na Colômbia, ele recusou. Naquela época Medelín era a sucursal do inferno e essa era a informação importante, que tinha valor em relação a um contexto maior que as necessidades individuais dele, sacou? A informação importante se sobrepôs às relevantes.
Para um pescador em alto mar, onde está o cardume e qual o preço de venda dos peixes é relevante, mas a chegada de um furacão é importante.
É claro que a coisa não é assim tão simples. Para mergulhar fundo no tema teríamos que tratar de filosofia e ética, para começar. Mas tente fazer o exercício de determinar a relevância e importância das informações com as quais você se depara diariamente.
Por exemplo, acaba de entrar um tuíte aqui dizendo que a Luana Piovani chamou a Galisteu de prostituta. Devo ou não clicar no link para saber mais? Puxa, mas é só clicar num link, não vai tomar mais que três minutos… Pois é. Se você é fã das duas, ‘só três minutos’ é relevante. Mas serão ‘três minutos de sua vida’, e isso é importante.
Foi Charles Darwin quem disse uma vez: ‘O homem que tem coragem de desperdiçar uma hora de seu tempo, não descobriu o valor da vida.’
Pense nisso.
* Luciano Pires é jornalista, escritor, palestrante e cartunista.
[email protected] / www.lucianopires.com.br