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A economia não assusta as franquias

O Estado de S.Paulo – Redação – 03/06
O Produto Interno Bruto (PIB) apresentou recuo de 1,6% no primeiro trimestre do ano em comparação a igual período do ano passado. Enquanto especialistas enxergam que o pior ainda está por vir na economia, o setor de franquias se esforça como nunca para ver o‘copo meio cheio’. O segmento também se ampara em números. As redes cresceram 9,2% no período e faturaram R$ 31,3 bilhões. Se descontada a inflação, o desempenho real foi de 5,7%. A situação econômica do País e do franchising foi tema da 13ª edição do Encontro PME, realizada na quinta-feira, no Espaço Itaú do Shopping Bourbon.
Se compararmos o desempenho da economia nos três primeiros meses do ano com o quarto trimestre de 2014, a queda foi menor: 0,2%.
Mas mesmo diante de um cenário de retração, empresários do setor e consultores optaram por passar uma mensagem otimista durante as discussões sobre as estratégias adotadas para superar esse momento.
Na primeira parte da discussão, Marcelo Cherto, presidente do Grupo Cherto, Carlos Wizard Martins, hoje à frente da rede Mundo Verde, e Cristina Franco, presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), trataram de espantar o desânimo. “Crise era o que enfrentamos no início do Grupo Wizard,em 1984, quando o presidente era José Sarney e tínhamos uma inflação de até 80% ao mês. Isso que temos hoje é um pequeno ajuste”, afirmou Martins. “Toda crise tem um efeito purificador”, reforçou Cherto durante os debates.
O segundo módulo do evento contou com a participação do empresário Rubens Augusto Junior, fundador da rede Patroni, hoje com 192 unidades pelo Brasil. Ele lançou recentemente um modelo mais compacto de franquia e, consequentemente, mais barato. “Estávamos há dois anos trabalhando no projeto Patroni expresso. Quando começou um movimento de estagnação econômica, resolvemos implantar”, contou.
Os empresários que têm as mulheres como público-alvo participaram da discussão do terceiro módulo. Eles também seguem otimistas e enxergam oportunidades com custos de ocupação mais baixos. “Tenho por característica enxergar a metade cheia do copo”, disse o fundador da rede Outlet Lingerie, Maurício Michelotto.
Ele participou do evento ao lado de Jae Ho Lee, da rede Morana, e Ronaldo Viana, do Clube Melissa. Dois empresários de sucesso fecharam o Encontro PME. Alexandre Guerra, da rede Giraffas, e Alexandre Tadeu da Costa, da Cacau Show, contaram como enfrentam o momento. “Essa crise vai passar, é certo. O empresário que vê e entende vai compreender que é um momento de investimento. Os ativos estão baratos, a entrada em shoppings nunca foi tão fácil”, afirmou Guerra.
“É o momento de olhar com cuidado, mas tenho certeza de que é um momento de oportunidades. Estamos pagando preços de aluguéis equivalentes aos de sete anos atrás. Se você acredita que o negócio vai continuar crescendo é porque vai”, disse o criador da Cacau Show.