Início Notícias 6º Simpósio de Moda e Cosméticos analisa o mercado, tendências e desafios

6º Simpósio de Moda e Cosméticos analisa o mercado, tendências e desafios


Público acompanha atento o SimpósioDesenvolvimento de marca, cases de sucesso, expansão e evolução do mercado de moda no Brasil foram alguns dos temas tratados por especialistas

Sob o tema “Tendências, Inspirações e Oportunidades”, especialistas e profissionais reuniram-se na sede da ABF nesta quarta-feira (5/8) no 6º Simpósio de Franquia de Moda e Cosméticos. O evento atraiu um público de aproximadamente 100 pessoas.

Celina Kochen (ABF): “Momento difícil e ao mesmo tempo engrandecedor”

Celina Kochen, consultora de moda e franchising e coordenadora do Comitê de Moda e Cosméticos da ABF, abriu o evento, pontuando ações necessárias diante do atual momento econômico. Segundo ela, é preciso que a marca esteja atenta ao mix de produto, planejamento, softwares, tenha criatividade e estratégia para colocar o cliente dentro da loja. “O momento está sendo difícil e ao mesmo tempo engrandecedor”, ponderou.

Cristina Franco: “Temos de aportar energia e ter motivação, não vejo nenhum time ganhar sem estar motivado, e acreditar que o Brasil prevalece e o franchising prevalece”

O franchising, seu crescimento e o relacionamento entre franqueador e franqueado foram observados pela presidente da ABF, Cristina Franco. “A relação franqueador e franqueado é de um ‘desassossego’ positivo, nos fazendo buscar um resultado continuamente. E assim o franchising fechou o semestre com 11,2% de crescimento no semestre e fez sua lição de casa”, afirmou a executiva. A expansão nominal do setor no período é um dos dados que estão na Pesquisa de Desempenho do Franchising referente ao 2º trimestre de 2015 que será divulgada em breve.

Em tom otimista, Cristina concluiu: “Temos de nos contentar com pequenas indulgências, aportando energia e ter motivação, não vejo nenhum time ganhar sem estar motivado, e acreditar que o Brasil prevalece e o franchising prevalece”.

Celina Kochen e Carlos Alberto Zilli, diretor de Marketing da entidade e presidente do Conselho da Imaginarium, anunciaram durante o evento a criação de um pequeno comitê que desenvolverá um “ciclo de eficiência”, com o objetivo de analisar pontos do negócio, tais como logística, inteligência de mercado e estratégias de marketing, buscando aumentar a eficiência das marcas associadas. O grupo realizará quatro encontros ao longo de um ano. As duas primeiras reuniões já estão marcadas para 15 de setembro e 24 de novembro.

“Marcas que inspiram”: painel com Andrea Belavenuto (L’Occitane au Brésil), André Carvalhal (Farm) mediado por Marco Pozza (ABF)

Marco Pozza, membro do Comitê da ABF e diretor de Expansão da Caverna do Dino, franquia de enxoval para bebês sediada no Rio Grande do Sul, mediou o painel “Marcas que Inspiram”, que apresentou os cases da Farm, franquia carioca de moda, e da marca L’Occitane au Brésil, maior investimento da fabricante de cosméticos fora da França.

Para Andrea Belavenuto, gerente de Expansão da rede francesa, mais do que a comunicação nas mídias sociais é fundamental a atuação no ponto de venda. “Nossa principal força de venda é no atendimento, mais do que em mídias sociais”, afirmou.

André Carvalhal, diretor de Marketing da Farm, defendeu: “É importante ter propósito e coerência”. Segundo o executivo, cerca de 70% do orçamento de comunicação da marca são investidos nas mídias digitais. “Muito mais do que vender produto, nosso papel é conquistar o tempo da cliente, de forma agradável, não invasiva”, explicou.

Para fortalecer a cultura da marca, a Farm criou uma escola interna, a Florescer. Além de capacitação comercial, os colaboradores têm aulas de meditação e yoga, dentre outras.

Carlos Alberto Zilli (ABF) e Marcelo Machado (Budha Khe Rhi) no painel “Perfil do Jovem Emprendedor”

No painel “Perfil do Jovem Emprendedor”, Marcelo Machado, advogado, empreendedor que se autointitula “aventureiro”, narrou como criou a Budha Khe Rhi, empresa que começou “da sementinha, com quinze reais”, disse ele. “Tenho uma marca muito original e isso vende. Se você consegue passar essa ‘vibe’, vende”, afirmou.

Segundo Machado, a expansão da marca de roupas e acessórios criada em Porto Alegre (RS) avança por meio do franchising e de novos formatos. “O projeto de franquias vem aumentando e estamos reduzindo o projeto de lojas próprias”, explicou. A rede também está lançando quiosques.

Rachel Maia (Pandora) e Carla Assunção (Swarovski) falam da internacionalização e dos desafios das marcas no Brasil

Marcas internacionais e a evolução do mercado de moda no Brasil
As trajetórias, os desafios de marcas internacionais no País e como desenvolveram aqui o modelo de negócio foram tema do painel com a CEO da Pandora, Rachel Maia, e a gerente geral da Swarovski, Carla Assunção.

Joalheria dinamarquesa especializada em peças de prata e ouro 14 quilates, a Pandora chegou ao Brasil em 2009 e abriu sua primeira franquia no país em 2013. Hoje, a rede possui 9.900 pontos de venda em todo o mundo. No Brasil, já são 54 lojas, 60% próprias e 40% franqueadas. A meta é atingir 70 lojas em 2015, o dobro de PDVs abertos no ano passado. “O nosso DNA está completamente focado nas mulheres. Nós celebramos as mulheres de forma personalizada contemporânea e completamente acessível”, definiu.

Marca premium de bijuterias em cristal, a centenária empresa austríaca Swarovski adotou foco estratégico local no País, onde está há 20 anos. “No Brasil é preciso agir localmente e fazer algumas adaptações”, afirmou a executiva. Segundo Carla, a gestão da rede é baseada em seis pilares: preço, descentralização de consumo, produto, branding (marca), comunicação e distribuição. Ainda de acordo com a executiva, a falta de qualificação no varejo brasileiro levou à criação da Academia Swarovski do Varejo, que capacita os recursos humanos da rede.

Paulo Borges (Luminosidade/SPFW) e Roberto Ethel (Mkt Mix): evolução do mercado de moda brasileiro

Em formato de talk show, Paulo Borges, criador do São Paulo Fashion Week e CEO do Grupo Luminosidade/SPFW 20A, e Roberto Ethel, diretor geral da Mkt Mix, traçaram a evolução do mercado de moda no Brasil.

Para Borges, “o que o Brasil tem de rico e de poderoso é o mercado interno, onde o varejo atua” e “marca é protagonismo”.

Segundo o especialista, estamos vivendo um processo de transformação. “Vamos formar uma nova geração de consumidores que devem consumir melhor e mais conscientemente”, afirmou e, concluindo, sentenciou: “Na moda você deve ser resiliente, transversal e vivo o tempo todo”.

Fotos: Keiny Andrade