A ABF realizou no dia 28 de outubro a segunda edição do Simpósio de Franquia de Moda, na sede da entidade. O evento contou com cerca de 60 participantes que se reuniram para debater as tendências e desafios desse segmento em constante renovação.
A coordenadora do Comitê de Franquia de Moda da ABF, Celina Kochen, mediou o encontro e ressaltou a importância de discutir a moda no franchising. `É muito difícil reunir os profissionais dessa área, portanto vamos aproveitar a oportunidade para trocar experiências e refletir sobre o setor`, comentou.
Anna Karen Moraes Schmidt, gerente de gestão e produtos e serviços da Cielo, deu início às palestras e falou sobre as perspectivas do mercado de Sistemas de Meios Eletrônicos de Pagamento. Segundo a gerente desde a década de 90 vem sendo instaurada uma cultura do uso do cartão, que vem substituindo cada vez mais o cheque e o dinheiro. Para ela, o mercado de meios eletrônicos é uma tendência inegável, já que 90% das compras do varejo são feitas por meio de cartões de débito ou crédito e por isso os varejistas devem ficar atentos aos processos e ao funcionamento desse sistema.
O diretor de varejo do grupo Via Uno, Alexandre Sá Pereira compartilhou com os participantes a experiência da internacionalização da empresa, que começou sua expansão por meio de franquias em 2005 e hoje já possui 313 lojas, sendo 135 no exterior, espalhadas em 25 países. Alexandre deu dicas para quem pretende se aventurar na exportação de franquias. `O essencial é fazer um bom estudo do mercado e principalmente, escolher o franqueado certo para operar a rede, pois é ele quem vai definir o sucesso do negócio`, alertou.
Mário Ponci, diretor de expansão da rede Chilli Beans também falou sobre as experiências – algumas bem sucedidas, outras nem tanto – de internacionalização de franquias da marca, que possui 10 lojas no exterior. Ponci afirmou que no caso da Chilli Beans, mais do que expansão o objetivo vem sendo fazer um trabalho de construção de marca em mercados que possuam uma identificação com a marca, mesmo que para isso sejam necessárias algumas adaptações. `Nós acreditamos na padronização das redes, desde que não haja um engessamento. Para nós, o importante é atingir o nosso público alvo, a nossa tribo`.
A superintendente do Morumbi Shopping, Doris Weinberg, apresentou um panorama do posicionamento das franquias de moda no Shopping Center. Ela tirou a dúvida dos participantes sobre a relação dos lojistas com os administradores dos shoppings e falou sobre as dificuldades de acordo entre as duas partes: `A administração tem que zelar pela estrutura e qualidade dos serviços do Shopping Center e os lojistas têm que fazer o seu papel de atender bem os clientes, afirmou Doris.
Em seguida o simpósio trouxe dois cases de sucesso sobre a Visão do Franqueado. Norberto Lschtenstein, que controla 18 lojas das redes Hering Store, Magic Feet, PUC e Puket na cidade de São Paulo, falou sobre a sua experiência como franqueado e sobre a relação com os franqueadores. Para ele, é essencial para o sucesso da franquia que esse relacionamento seja saudável e de troca. O franqueado da rede Havaianas, Roberto Levacoc, também contou um pouco sobre como passou de empreendedor a operador de 7 lojas da marca no Rio de Janeiro. Em sua opinião, a relação entre franqueador e franqueado está cada vez mais profissional e lucrativa para os dois lados. `Eu costumo comparar o franqueado a um piloto de Fórmula 1, pois ele assume riscos, cresce junto com a rede e tem autonomia para gerir o negócio`, definiu.
Para finalizar, Luiz Henrique do Amaral, diretor jurídico da ABF, falou sobre um assunto bastante pertinente para o setor: o Licenciamento como estratégia para maquiar uma rede de franquias. O especialista alertou para o fato de que muitas marcas utilizam do conceito de negócio de franquias porém recorrem ao termo licenciamento para não ter que formalizar os contratos e trâmites previstos na Lei de Franquias. `É uma ilusão que se criou no mercado de que licenciamento não tem a ver com franquias`, afirmou. O diretor falou sobre os riscos e conseqüências de utilizar esse tipo de negócio e deu alguns exemplos práticos de empresas que tiveram problemas por causa dessa prática.