PEGN TV – 23/03 – Redação
Em São Paulo, a rede Linha e Bainha de consertos e ajustes de roupas aposta no formato de microfranquias para crescer. A categoria das microfranquias consiste em unidades com investimento de até R$ 80 mil.
Hoje, mas de 20 unidades da rede fazem desde serviços sofisticados até os mais simples, como a barra de calça. “Tem algumas franquias que fazem roupas sob medida. Então tem ‘n’ serviços para ser feito. Tudo o que as pessoas não sabem mais fazer ou não gostam de fazer em casa”, diz José Ventura, gerente de expansão da rede.
Para dar certo, o segredo da franquia de costura é “barriga no balcão”. Quem investe na franquia precisa supervisionar a qualidade de cada serviço e entregar em dia. A demanda é grande. “A nossa meta é de mais 10 a 12 lojas até o final do ano”, comenta Ventura.
“O mercado de microfranquias no Brasil, hoje, é de R$ 4 bilhões, de um total de R$ 110 bilhões, que é o mercado de franchising brasileiro. (…) É um momento em que o pequeno investidor pode buscar uma oportunidade de negócio, de acordo com o seu anseio, seu desejo e o seu bolso”, orienta Cristina Franco, presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF).
A franqueada Bárbara D’Angelo é uma das mais antigas da rede de serviços de costura. Ela abriu o negócio em 2005, na zona sul de São Paulo, e, de imediato, percebeu que não faltam clientes. “Sempre teve movimento e cada vez aumenta mais. E a gente conseguiu fidelizar toda a clientela também. Então, fazendo um bom trabalho, com certeza, você cresce”, diz.
Mão de obra
Bárbara trabalha muito, mas não tem do que reclamar. Só nos últimos três anos, a franquia cresceu 75%. E cresceria mais, se não fosse um problema que toda a rede enfrenta: a falta de costureiras.
“É difícil encontrar uma mão de obra especializada. (…) Eu tenho o aumento de demanda, mas, infelizmente, eu não tenho tantos funcionários quanto eu gostaria de ter”, admite Bárbara.
Para atrair costureiras, a franquia procura pagar melhor que o mercado, e treina a mão de obra. Hoje, a loja de Bárbara tem cinco costureiras, e está procurando mais.
O investimento para montar uma franquia de consertos de roupas é de R$ 70 mil, valor que inclui taxa de franquia, máquinas de costura, móveis, reforma do local e capital de giro. Uma unidade fatura, em média, R$ 18 mil por mês, sendo que o lucro é de 30%.
O negócio de consertos de roupas é enxuto. Por ser serviço, o estoque é mínimo e cabe tudo numa estante – linhas, botões, elásticos. Em 40 metros quadrados é possível montar uma unidade, com espaço para as costureiras, balcão de atendimento e provador.
Outra característica importante é o ponto comercial. Embora seja importante estar numa região com comércio e residências, não é preciso ficar numa rua extremamente valorizada. O resultado é um aluguel baixo, em média, R$ 2 mil a R$ 3 mil por mês.
Parcerias
A franqueada Bárbara fez parcerias com várias lojas de roupas na região em que atua e os clientes dessas lojas viraram clientes dela também. Vanessa Fávero é uma dessas empresárias parceiras. “Não compensa ter uma costureira na loja para isso, o custo é alto, então, essa parceria fica bem bacana”, diz.
Em média, a loja de Bárbara faz 70 serviços por semana. Os mais comuns são a colocação de botão, por R$ 2,50; e barra da calça e troca de zíper, que custa a partir de R$ 15, cada.
“Coisas mais difíceis, como trocar um zíper, ou coisa mais complicada eu trago aqui por que confio mesmo”, comenta Lucin Nigorocian.
A franqueada Bárbara não tem dúvidas de que a demanda é grande e crescente. Ela agora se prepara para estruturar melhor o negócio e expandir. “A ideia seria ou outro ponto de franquia também, ou então abrir pontos de coletas em condomínios, centros comerciais. Aí é interessante, mas para isso, primeiro eu tenho que encontrar mais mão de obra”, afirma.