Jornal O Dia – Aurelio Gimenez e Stephanie Tando – 18/12
Com os altos custos dos aluguéis e da manutenção dos pontos de vendas, tanto de rua quanto de shoppings, cresce a preferência dos empreendedores por quiosques. Por ser uma operação de menor custo e com grande visibilidade, o formato é adequado para as empresas que querem expandir suas marcas.
A adoção do modelo já foi detectada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). Conforme dados da entidade, as redes que possuem lojas e complementam a operação com quiosques faturaram R$ 2,67 bilhões em 2012, ou seja, 2,6% do total do setor de franquias.
O sistema representa 11,5% do número de redes e 5,3% do total de unidades. Já as empresas que têm apenas quiosques faturaram R$ 103 milhões no ano passado. Dos 55 pontos de venda (PDV) da Lupa Lupa, rede especializada em óculos e relógios, por exemplo, 93% já são quiosques.
De acordo com o sócio e diretor comercial de expansão da marca, José Cavaliere Basílio, a vantagem desse tipo de PDV é que os custos são diferenciados, mais adequados aos negócios. “Além do investimento ser bem mais baixo, não tem luvas, o que reduz ainda mais os gastos. A instalação também é mais barata, comparada à montagem de um loja”, diz o empresário. “Mas também oferecemos franquias de lojas, pois alguns lugares pedem esse tipo de ponto, como Búzios”, complementa José Cavaliere.
Quiosques conquistam empreendedores e consumidores
De acordo com o levantamento da Associação Brasileira de Franchising (ABF), 16,5% do total de quiosques espalhados pelo país estão concentrados no Estado de São Paulo, mercado que registra os aluguéis mais caros. Depois vêm o Rio que tem 6,9% do total de unidades; seguido de Curitiba (2,6%) e de Belo Horizonte (2,5%),
Para o diretor da Mr. Beer, marca especializada em vendas de cervejas especiais, Fabiano Wohlers, o modelo é o mais rápido para se escalar e por chamar a atenção das pessoas, por ficar no meio dos corredores dos shoppings. Segundo o executivo, os consumidores precisam “desviar para não ver”.
A Mr. Beer tem hoje 86 unidades em todo o país e encontra-se em franca expansão, tanto para quiosque quanto para lojas. “A procura é relativamente grande. Acontece que nossos critérios para seleção de candidatos em loja são um pouco maior, devido ao valor do investimento e o grau de complexidade operacional. Enquanto para quiosque o investimento inicial é de R$ 120 mil, para as lojas vai de R$ 250 a R$ 350 mil” explica Wholers.
MICROFRANQUIA
Com mais de cem unidades espalhadas pelo país em shoppings e lojas de rua, a Mega- matte também adotou o modelo de microfranquia e de quiosque para atender à demanda de novos empreendedores. O primeiro modelo de negócio chama atenção pelo baixo valor de investimento, estimado em até R$ 80 mil e sua infraestrutura móvel, novidade entre os sistemas apresentados.
Enquanto a microfranquia possui um espaço físico de nove metros quadrados, o quiosque da rede tem entre 12 e 16 metros quadrados e o valor do investimento sobe para R$130 mil.
“Somos uma rede originalmente carioca, com os olhos voltados para todo o país. A microfranquia é uma excelente oportunidade de negócio para mostrarmos ao mercado todos os diferenciais que fazem da marca uma rede de sucesso” afirma Rogério Gama, diretor de expansão da Megamatte.
Outra marca fluminense que aposta no sistema é a Toca do Biscoito. Criada era Niterói, a rede possui hoje 11 lojas em todo o país e quer crescer mais ainda ela projeta para 2014 novos quiosques de nove a 16 metros quadrados.
“O baixo investimento em estrutura e a possibilidade de transportar a loja de uma localidade para outra é que impulsiona o investimento em quiosques”, diz Maurício Nogueira, que é gerente geral do grupo Albero.