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Para economizar, franquias trocam shopping e capital por metrô e interior

UOL – Afonso Ferreira – 04/02
 
No setor de franquias, 2015 deve ser um ano de consolidação de movimentos já iniciados no mercado, segundo especialistas ouvidos pelo UOL. Entre eles, a busca por pontos comerciais fora de shoppings, como estações de metrô e supermercados, e fora das capitais, seguindo para pequenas cidades no interior do país, deve se intensificar.
 
Em relação aos modelos de negócios, a onda do formato food truck e das paleterias mexicanas segue como tendência. E a criação de produtos e serviços gourmet ou superespecializados tende a se manter em alta.

O ano, no entanto, não deve ser de muito crescimento para o setor. Segundo a ABF (Associação Brasileira de Franchising), a expectativa de aumento para 2015 é de 7% em faturamento. Entre 2005 e 2013, a evolução do setor ultrapassou a marca de 10% em cada ano. O dado de 2014 ainda não foi fechado.

“Com a economia crescendo pouco, empresários e consumidores ficam mais cautelosos e gastam menos”, diz Ricardo Camargo, diretor-executivo da ABF.

Confira abaixo as cinco principais tendências para o ano.

1. Abertura de pontos em estações de metrô e supermercados 
Para fugir do alto custo imobiliário nas capitais, as franquias estão investindo em pontos comerciais em estações de metrô, terminais de ônibus e supermercados. Segundo Ricardo Camargo, da ABF, esses locais oferecem grande fluxo de pessoas e preços menores do que os cobrados pelos shoppings.

2. Expansão para o interior
De acordo com Camargo, é crescente o número de marcas que buscam abrir unidades em cidades do interior. “São locais que oferecem mais pontos disponíveis, menor custo imobiliário e de vida do que as capitais”, afirma. “Além disso, são cidades onde houve aumento na renda e no consumo nos últimos anos.”

3. Entrada de indústrias no franchising
A exemplo de Ambev, Hering e Havaianas, que aderiram ao franchising com sucesso, outras fabricantes devem criar lojas próprias e virar franquia em 2015, segundo Camargo. “Com consumo diminuindo, as lojas multimarcas vão querer pagar menos aos fornecedores e as indústrias vão querer se defender”, declara.

4. Customização de produtos e serviços
Modificar produtos e serviços e permitir que o cliente personalize o pedido é um movimento crescente entre as franquias, de acordo com Adir Ribeiro, sócio-fundador da consultoria Praxis Business. “Algumas redes de fast food e de cafeterias já estão fazendo lanches customizados com a ‘cara’ do cliente para criar engajamento com o consumidor”, diz.

5. Fechamento de unidades e mudança de estratégia
Redes que abriram unidades desenfreadamente nos últimos anos terão problemas para mantê-las em funcionamento, afirma Marcus Rizzo, diretor da consultoria Rizzo Franchise. Para ele, pontos menos privilegiados ou em locais de menor fluxo poderão fechar por conta da menor intenção de compra do brasileiro. “As franquias terão de mudar a estratégia e estudar melhor a escolha do ponto e do franqueado.”