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Momento de crescimento

Jornal do Commercio (RJ) – Wanilson Oliveira – 24/06  

A realização dos grandes eventos esportivos mundiais no Brasil, como a Copadas Confederações deste ano, a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, está impulsionando o crescimento dos cursos de idiomas e as escolas, além de prepararem novos cursos para atender essa demanda, estão ampliando o número de unidades.
 
Especialistas afirmam que o aumento do ensino de idiomas vai além dos eventos e se dá pelo crescimento do País no cenário internacional, assim como as exigências do mercado de trabalho, que cada vez mais necessita de profissionais capacitados que dominem mais de um idioma. 

O diretor-presidente da InFlux English School, rede brasileira de curso de idiomas, Ricardo Leal, acredita que os futuros eventos ajudarão na procura por cursos de idiomas. Ele considera preocupante que apenas cerca de 5% da população brasileira fale inglês, já que o idioma é uma língua de negócios. “Os eventos vão ajudar sim, mas o crescimento vai continuar principalmente pela globalização da economia. Se faz necessário cada vez mais que as pessoas falem inglês ou perderão espaço no mercado de trabalho”, alerta.

Ele explicou que está apostando na forma de ensino que garante ao aluno a fluência do idioma em dois anos e meio. “Existem muitos cursos rápidos, mas que não levam o aluno a um nível avançado de inglês. Trouxemos da Inglaterra uma metodologia de abordagem de ensino que se chama abordagem lexical, e combinamos com a abordagem comunicativa. Isso garante que em dois anos e meio o aluno consiga o nível avançado de inglês”, garante.
 
Leal afirmou ainda que o aluno assina um termo de compromisso de aprendizado, que garante que ele alcançará o nível avançado ao término do curso. Caso o aluno não consiga obter a fluência, a escola garante a continuação do curso gratuitamente. Outro atrativo é o valor
 
do investimento que custa R$ 250 por mês, com material didático já incluído. A rede InFlux possui 91 unidades em 13 estados da federação e até o final deste ano está prevista a abertura de mais 15 novas unidades. 

Já o diretor de Operações do curso CNA Inglês Definitivo, Eduardo Murin, afirma que o crescimento dos cursos no País se dá pela ascensão do poder econômico, já que a rede de ensino vem monitorando todas as escolas localizadas nos estados que sediarão os eventos internacionais, assim como as demais, localizadas em estados que não participarão dos eventos, e foi detectado um crescimento constante em toda a rede.

Murin ressaltou que a escola está oferecendo um curso rápido, de um único modulo, chamado CNA Hello, para os profissionais que atenderão os turistas como taxistas, garçons, recepcionistas, dentre outros. Segundo ele, é um curso de turismo receptivo que apresenta situações de comunicação nos mais diversos contextos de turismo receptivo. “São 40 horas que instrumentaliza para essa comunicação. Não se propõe a desenvolver fluência ou proficiência”, ressaltou. 

O CNA também oferece para pessoas que desejam se capacitar melhor um curso de 15 meses, intensivo, que promete desenvoltura no idioma para situações de comunicação do dia a dia e do mercado do trabalho. Em média, o curso de um módulo para a área de turismo custa R$ 180, incluindo o material didático, mas variando de estado para estado. O outro curso intensivo, com duração de um ano e meio custa cerca de R$ 300.0 CNA tem 539 unidades espalhadas em todos os estados e pretende, até o fim deste ano, inaugurar 98 unidades. 

O diretor da Fundação Fisk, Christian Ambros, afirmou que apesar da concorrência acirrada do setor, a realização da Copa do Mundo de Futebol e da Olimpíada no Rio de Janeiro gerou uma demanda nova, de um público que não estava preocupado em aprender um novo idioma, como garços e taxistas. “O mercado está aquecido e o Fisk já se antecipou e criou dois cursos de um ano para essas pessoas que vão trabalhar com os turistas, pois o turismo vão vive só da simpatia. É preciso se comunicar”, frisa Ambros. Também preparada para enfrentar a concorrência, a Up Time Comunicação em Inglês, disponibiliza de 26 cursos, sendo 18 profissionalizantes e todos com duração de 12 meses. De acordo com o diretor-presidente da instituição, Sérgio Monteiro, os cursos se destacam pelo método de ensino aplicado chamado neurolinguística e mnemônica, que, segundo ele, propicia o aprendizado rápido, definitivo e em tempo reduzido. “A média de preço dos cursos que garantem a fluência no inglês
varia de R$ 3 mil a R$ 5 mil, incluindo o material, podendo ser parcelado”, ressalta. 

Ele ressaltou ainda que a rede Up Time visa crescer este ano em torno de 20% e que o Nordeste é uma das regiões mais visadas para essa expansão. “O nordeste vem se destacando, mas é preciso mais incetivo do governo para o empreededorismo”, critica. A Up Time conta com 193 unidades, sendo 24 próprias. As unidades estão distribuídas em 21 estados brasileiros. 

Foco na capacitação de profissionais 

Para o presidente da Associação Brasileira de Franchising do Rio de Janeiro (ABF-RJ), Beto Filho, haverá crescimento em todas as esferas do ensino, seja de idiomas ou profissionalizantes.
 
Segundo ele, as empresas, principalmente da capital fluminense, estão preocupadas com a vinda de um número cada vez maior de turistas estrangeiros ejá estão capacitando essas pessoas com cursos de idiomas e reciclando com outros cursos que melhore o atendimento.
 
“No final destes grandes eventos muita gente estará mais fluente no inglês, idioma considerado universal. Teremos o legado de todas melhorias das vias públicas, do sistema de transportes, entre outras, e pessoas com um domínio maior de uma língua importante para impulsionar os negócios e às vendas”, frisou.  

De acordo com a consultora de desenvolvimento e expansão de negócios, Claudia Bittencourt, os eventos serviram para criar um movimento, mas que a tendência é o crescimento de programas e cursos de idiomas. Ela afirma que a expansão dos cursos se dá pois o mercado de trabalho está mais competitivo e existe a necessidade das empresas de ter profissionais falando inglês fluentemente. 

“Também é uma forma de reter esse profissional nas empresas, por que atualmente temos uma rotatividade grande de executivos. E quanto mais a empresa preparar com estes cursos de aperfeiçoamento o profissional, mais tempo ele permanecerá. É preciso investir no profissional”, disse ela, acrescentando que também se faz necessário a aprendizagem do idioma por uma questão de concorrência do mercado de trabalho. 

O consultor de Negócios Luis Henrique Stockler, está entusiasmado com o crescimento do setor, mas ele acredita que isso se dará pela necessidade de se aumentar a empregabilidade e da necessidade do País que está aumentando os negócios com o comércio exterior e os intercâmbios. “O Brasil está passando por um momento feliz e vai haver uma demanda maior de todos os segmentos de ensino, o que vai potencializar esse crescimento contínuo para os próximos anos”, comenta.