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Microfranquias estão na moda

Jornal Brasil Econômico (Especial Franquias) – Iolanda Nascimento – 19/06
Quem quer expandir um negócio de pequeno e médio portes ou buscater seu primeiro empreendimento, tem poucos recursos para investir e quer minimizar riscos está cada vez mais se direcionando para as microfranquias, mostram os números da Associação Brasileira de Franchising (ABF). Em 2012, as receitas das microfranquias brasileiras saltaram 22% sobre o anterior e atingiram R$ 4,5 bilhões, ou uma participação de4,2% do faturamento total do sistema. Já o número de redes cresceu 10%, para 368, e o de unidades expandiu 6%, alcançando 13,35 mil. Nos últimos dois anos, enquanto o faturamento do franchising brasileiro evoluiu em média 16 % anualmente, o das microfranquias registrou variação positiva bem acima, próxima de 25%, aponta Edson Ramuth, diretor de microfranquias da entidade, estimando o mesmo percentual de alta ao final de 2013.
“A tendência é desse crescimento se manter por uns bons anos”, afirma Ramuth. As microfranquias não são novidades, mas “entraram na moda” nos últimos anos, afirma o executivo, que também comanda o Grupo Multifranquias, de marcas voltadas para esse nicho e que acaba de lançar mais duas específicas para esse investidor. Na opinião de Ramuth, são dois os principais fatores que estão impulsionando o segmento no país. O primeiro é a popularização do próprio sistema de franchising e o segundo, a expansão da classe média, em consequência do aumento da renda. “Agora, há uma parcela maior da população com condições de ter o próprio negócio.” Ele elenca ainda uma maior disponibilidade de linhas de financiamento para o setor.
O forte desenvolvimento também tem despertado mais a atenção de grandes grupos e franqueado res de porte, que estão desenhando modelos de negócios específicos para micro e pequenos empreendedores, ajudando a engordar ainda mais os números do segmento, além dos seus próprios.
A Ambev, a primeira empresa a desenvolver franquias de bebidas no Brasil, entrou nessa área em 2003 e desde então jáestruturou ao menos dois modelos de negócios que se enquadram na faixa de microfranquias. O mais novo é o Nosso Bar, cujo investimento total é a partir de R$ 28 mil, retorno previsto depois de 12 meses e taxa de rentabilidade entre 10% e 15% do faturamento.
Lançado na metade de 2011, hoje já são 290 franqueados dessa modalidade distribuídos em área geográfica restrita no estado de São Paulo. O desempenho do Nosso Bar, que já responde por quase 30% do total de unidades franqueadas da Ambev com mais de 1 mil -, é atribuído à ascensão dos milhões de brasileiros à classe média. Hoje, essa população tem mais renda para consumo, quer ter acesso a “itens que antes não tinha e faltam opções bacanas e agradáveis de lazer”, explica Carlos Augusto Vargas, gerente nacional de franquias da Ambev, observando que a empresa pesquisou bastante o mercado e descobriu que o ambiente proporcionado pelo Nosso Bar teria uma performance de sucesso. No próximo ano, a fabri cante de bebidas planeja levar o modelo para outras regiões.
Com mais de 300 franqueados no Brasil, o Grupo Multifranquias está lançando as marcas Mundo das Pérolas, franquia de jóias no formato de quiosques, e o Walking Party ou “ônibusbalada”, isto é, ônibus reformados para abrigar festas e eventos, comportando entre 45 e 150 pessoas, dependendo do tamanho do veículo. Ambos, com investimento inicial a partir de R$ 50 mil, retorno a partir de 12 meses e rentabilidade em torno de 30%, diz Ramuth. Entre as marcas do grupo, há negócios com investimento a partir de R$ 9,9 mil. O carro-chefe é o Emagrecentro, rede com 210 clínicas de emagrecimento e estética, incluindo unidade no Panamá, e estimativa de crescimento de 20% este ano, em unidades.
O nicho está sujeito a regras comuns ao sistema de franquias geral e só se diferencia pelo valor inicial de investimento, que foi revisto este ano pela ABF e passou de teto de R$ 50 mü para R$ 80 mil, em função da alta de custos. Há negócios para todos os gostos e bolsos e muitos podem ser realizados na própria casa do investidor, os chamados Home based. A agência de viagens Clube Turismo, sediada em João Pessoa (PB), é um exemplo de empresa de menor porte que cresceu rapidamente no mercado nacional particularmente pelo modelo Home-based. Lançada em 2009, a marca hoje contabiliza 310 franqueados, sendo mais de 220 nessa modalidade a mais econômica da empresa, cujo investimento total inicial é de R$3,9 mil, com retorno previsto em 12 meses e rentabilidade de 10% al2% do faturamento. “Tudo isso depende da dedicação e da rede de contatos do franqueado. Se ele fizer R$ 36 mil de faturamento em um mês, já terá o retorno”, diz Ana Virgínia Falcão, supervisora-executiva do Clube Turismo.
De acordo com Ramuth, não há um recorte estatístico sobre quais os setores que mais têm colaborado para a evolução das microfranquias, mas ele acredita que siga a performance do sistema em geral, com destaque para serviços, limpeza e conservação, beleza e estética, alimentação e turismo. Segundos os especialistas, o risco de a microfranquia falir é o mesmo para o setor em geral: em média 5% dos negócios fecham em cinco anos ante entre 50% e 60% do varejo tradicional.
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