Jornal Diário do Comércio – Minas Gerais – Julia Duarte – 06/06
Mesmo com crescimento acima da média nacional, o setor de franchising tem os seus gargalos. Para a diretora da Vecchi Ancona, Ana Vecchi, o maior desafio do franchising nacional é a manutenção do padrão das redes. Ela ressalta que o Brasil é um país com características regionais muito fortes. “É difícil manter uma uniformidade do conceito da marca num país com tanta diversidade”, observa.
O diretor executivo da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Ricardo Camargo, já acredita que a logística é o principal gargalo enfrentado pelo setor. “Nós temos o frete mais caro do mundo”, afirma. “Nossos portos são ineficientes, os aeroportos estão começando a melhorar, mas ainda não atendem à demanda. Então, o que nós temos é uma logística péssima que nos leva a ter um dos maiores custos de frete do mundo”, completa.
Ele ainda destaca que o nível de renda brasileiro é baixo se comparado com outros países, o que impede um crescimento mais acelerado do consumo. “Enquanto no Brasil está em torno de US$ 12 mil, em outros países da América Latina, como o Chile, por exemplo, já está entre US$ 14 e US$ 15 mil, então nosso nível de renda ainda é muito baixo. Nós precisamos continuar crescendo renda muito fortemente para incentivar demanda”, diz.
O sócio-diretor da Goakira, consultoria de negócios especializada em franchising e varejo, José Carlos Fugice, já lembra dos altos custos dos pontos comerciais e da falta de mão de obra qualificada como gargalos que afetam o setor. De acordo com ele, a escassez de profissionais afeta tanto as unidades da rede quanto o backstage da franqueadora, que não encontra pessoas capacitadas para atuar na sua gestão.