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Franquia se rende à venda direta

Brasil Econômico – Erica Ribeiro – 06/07

A união do franchising com a venda direta — feita porta a porta — está ampliando o número de empresas que optam pela oferta multicanal para aumentar vendas e também a visibilidade da marca. Adriano Rosas, sócio da DirectBiz, consultoria especializada no mercado de venda direta, afirma que há vantagens em unir a padronização e os processos comuns ao setor de franquias ao conceito de proximidade com o cliente que a venda direta proporciona. Segundo ele, a tendência é de união dos diferentes meios de comunicação e vendas, como já estão fazendo grandes marcas do mercado.

“A vantagem da venda direta é o produto. E se juntarmos o produto com a venda porta a porta, o e-commerce e também a loja física, ampliamos a oferta ao cliente para a compra. O Boticário, antes de alardear a existência de seu canal de venda direta, tinha uma vendedora que tirava pedidos escolhidos em um catálogo nas lojas. A Hermes foi pioneira no Brasil, quando enviava seu catálogo pelo correio e depois percorria as casas para recolher pedidos. As ferramentas são as mesmas e valem para todas as empresas. A tendência do varejo é de adoção do multicanal. O chamado crosschanel faz com que estes canais sejam sinérgicos”, diz Rosas.

Segundo ele, grandes empresas do mercado de venda direta já estão estudando opções que associem o franchising e o e-commerce como ferramentas. Por enquanto, afirma o executivo, estas negociações permanecem em sigilo. Rosas acrescenta que a eficácia da sinergia entre canais é comprovada por estudos, que mostram que o ticket médio de compra pode subir em até cinco vezes com mais de uma opção para o cliente.

Não só as grandes empresas assim como as pequenas e médias estão investindo no conceito de multicanal. A Sapatilha na Sacola, rede de franquias especializada na venda de modelos exclusivos de sapatilhas, que tem como formato principal a visita da vendedora às clientes levando em uma mala expositora personalizada os diferentes modelos de calçado, visa ao atendimento de consumidores que ficam distantes de centros comerciais ou não encontram tempo para ir até uma loja. Leticia Penna, idealizadora da marca, diz que a venda porta a porta é uma das modalidades mas que a rede também oferece o modelo shoestruck — a loja dentro de um utilitário.

A Fun Shoes, criada há sete anos e especializada em sapatos infantis, tem hoje 73 franqueados, em unidades como lojas de shopping e quiosques nas principais regiões do país. O passo seguinte foi o recente lançamento de uma micro-franquia que une também o conceito de venda direta e é voltada para cidades com até 90 mil habitantes.

De acordo com André Souza, empresário e criador da Fun Shoes, a venda de calçados pela microfranquia será feita por e-commerce, com lançamento previsto para agosto. Os pais poderão fazer o cadastro pelo site, com informações da numeração, idade, sexo da criança e a opção do tipo de sapato (tênis, sandália ou sapatilha). Um representante da microfranquia leva a “Malinha Fun Shoes”, com 12 modelos selecionados previamente pelo consumidor, para o endereço cadastrado no site. Em 24 horas o funcionário recolhe os produtos que não foram comprados. Além disso, ele fica à disposição para dar assistência pós-venda ao cliente, o que diferencia esse serviço da venda tradicional pela internet. “A ideia é facilitar a vida dos pais que trabalham fora, principalmente em uma fase que os filhos estão em crescimento e trocam a numeração dos sapatos com muita frequência”, diz ele.

No segmento de beleza, a Miss Pink criou sua loja móvel. O franqueado recebe um móvel compacto e R$ 5 mil em produtos. A partir daí, escolhe entre abrir a loja dentro de casa, trabalhar com clientes no próprio bairro ou criar parcerias com estabelecimentos comerciais. A franquia não exige funcionários, mas o empreendedor que quiser alcançar um número maior de consumidores pode cadastrar consultoras para fazer vendas por catálogo. Os produtos são enviados ao cliente em até sete dias.